Convivência favorece a adaptação de residentes, além de trazer acolhimento (Compassionate Eye Foundation/Steven/Getty Images)
Bússola
Publicado em 3 de novembro de 2021 às 11h49.
Compartilhar moradias e espaços vêm se mostrando uma tendência que veio para ficar. Mesmo antes da pandemia, os colivings e coworkings já cresciam a olhos vistos, em vários nichos de mercado para aluguel de imóveis: além de serem econômicos, reuniam pessoas com objetivos e identidades parecidas, senso de comunidade, faixa etária e resolviam até uma eventual solidão de viver ou mesmo trabalhar sozinho.
Esse é o caso dos residenciais estudantis privados. Permanece a tendência de compartilhar experiências. Ao estudarem juntos, os universitários encontram um clima de amizade e todo o apoio para quem vem de fora e não conhece a cidade — acolhimento e uma forma de se enturmar. As moradias estudantis oferecem toda a tecnologia e ferramentas para o aprendizado, como: salas para reunião, internet rápida e até app para residentes, tranquilidade para se concentrar nos estudos, coworking e o acesso ao lazer.
Esse segmento privado, consagrado no exterior, vem crescendo cada vez mais no Brasil, nos moldes da Europa e Estados Unidos. É o caso da Share Student Living, que já tinha uma unidade na Consolação e inaugurou duas novas unidades esse ano em bairros tradicionais pela proximidade de grandes complexos universitários: Butantã e Vila Mariana. Ao lado da USP — Universidade de São Paulo — o Share Butantã tem capacidade para 672 residentes e é o maior residencial para estudantes da América Latina.
“O próximo passo é o lançamento de dois novos residenciais no bairro de Perdizes em São Paulo, e em Lajeado, no Rio Grande do Sul. Nesta cidade gaúcha vamos inaugurar o conceito “on Campus” no Brasil, inspirado pela experiência da Redstone Residencial que atua em diversas cidades americanas e é nossa parceira”, afirma Claudio Dall’Acqua, CEO da Share.
A Universidade do Vale do Taquari (Univates) em Lajeado, tem capacidade para 12 mil alunos, sendo que a grande maioria é de fora da cidade
Convivência favorece a adaptação
Segundo uma pesquisa feita este semestre pela Universidade Federal de Minas Gerais em três das maiores universidades públicas mineiras, por Letícia Pereira de Sousa, a moradia estudantil tem um efeito positivo na adaptação do estudante à nova realidade do ensino superior. Ameniza o período de “estranhamento” ao sair de sua cidade, da casa da família e promove a inclusão social. Os novos universitários precisam desenvolver autonomia em relação aos estudos e seguir as regras da universidade — bem diferentes da escola.
Os residenciais estudantis privados, ainda pouco conhecidos por quem mora longe das grandes cidades, estão promovendo uma revolução no mercado residencial, que sempre contou com a tradição estudantil das antigas repúblicas — a forma então mais acessível de morar longe da casa dos pais. Hoje reúne universitários de todo o tipo de curso de graduação e pós-graduação, traz a comodidade de residir perto da faculdade e com fácil acesso ao transporte público, espaços amplos compartilhados, piscina e academia 24h, bicicletário, cozinha coletiva e toda a inovação necessária para o estudo.
Dall’Acqua conta ainda que, assim como Londres, capital da Inglaterra, que possui aproximadamente três milhões de estudantes de diversas regiões do mundo, São Paulo é um polo estudantil, com residentes de todo Brasil e de inúmeros países.
“Já tivemos no Share Consolação, num só semestre, estudantes de 24 países. Os últimos dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Política) apontam que existem mais de oito milhões de estudantes universitários no Brasil. Esse movimento aquece a economia, o comércio e gera awareness para a capital paulista e toda cidade que acolhe estudantes”, diz o CEO.
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