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Escassez de mão de obra nos Estados Unidos atrai imigrantes brasileiros

São desejados profissionais da saúde, da área de TI e empreendedores geradores de emprego

Nos EUA, há mais vagas que candidatos a empregos (Leandro Fonseca/Exame)

Nos EUA, há mais vagas que candidatos a empregos (Leandro Fonseca/Exame)

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Publicado em 18 de abril de 2023 às 17h00.

Última atualização em 18 de abril de 2023 às 17h35.

A escassez de mão de obra nos Estados Unidos ainda é uma batalha para governos estaduais e locais. Quase três anos após o início da pandemia, o país possui cerca de 3,5 milhões de trabalhadores “desaparecidos”, de acordo com o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell. Ou seja, há mais vagas que candidatos a emprego. A redução afetou alguns setores mais do que outros. De acordo com a Câmara de Comércio dos EUA, os principais setores a serem observados são: Transporte, Alojamento e alimentação, Assistência médica e Comércio de varejo. Já entre as áreas profissionais de maior destaque no solo americano atualmente estão: médicos, enfermeiros, engenheiros, dentistas, profissionais da área de TI e, principalmente, empreendedores geradores de empregos.

Número crescente de aposentados, pais e responsáveis deixando o trabalho para cuidar dos filhos, e processos de automação de serviços que antes necessitavam de mão de obra estão entre os principais motivos para essa lacuna. O Federal Reserve descobriu que as aposentadorias nos últimos dois anos representam “quase todo o déficit” na força de trabalho.

Uma possível solução para esse problema seria a atração de mão de obra qualificada de imigrantes. O Brasil, por sinal, está em terceiro lugar no ranking de países que mais emigram para os Estados Unidos, de acordo com dados oficiais do Departamento de Estado americano, de janeiro a dezembro de 2022. Foram 815.842 emissões de 80 tipos diferentes de permissões, alta de 618,8% em relação ao registrado no ano anterior (113.505). O país ficou atrás apenas do México (1,9 milhão) e da China (1 milhão), e bem à frente da Argentina, quarta colocada, com 259 mil vistos recebidos.

Roberto Spighel, diretor da Morar EUA, agência especializada em imigração, destaca que os vistos mais autorizados a brasileiros em 2022 são aqueles que concedem ao portador o Green Card — documento que garante o direito de viver, trabalhar e viajar livremente nos EUA. O mais procurado no momento — o EB2-NIW —, requer um profissional com carreira solida e comprovada e exige qualificações específicas do cliente. O EB2-NIW teve 1.499 emissões, uma alta de 284% sobre as 390 autorizações de 2021.

“Hoje, com tecnologia e informação, as pessoas buscam a revalidação ou a recolocação no mercado antes mesmo da mudança. O nosso cliente se prepara e é auxiliado em todo o processo de escolhas. Por isso o perfil do imigrante mudou, e profissionais mais qualificados ficaram em evidência”, diz Spighel.

Na pandemia, um dos clientes da Morar EUA foi o administrador de empresas Daniel Longo, que decidiu morar nos Estados Unidos com a esposa e com os filhos. Para isso acontecer, houve planejamento financeiro, além da questão do visto e procura por escolas para as crianças. Empresários que migram os negócios para os Estados Unidos estão em busca de melhores condições tributárias, segurança trabalhista e terreno fértil e estável para expansão de suas carreiras e negócios. “A meu ver, o Brasil vai entrar em um momento muito complicado daqui para a frente, então acabei tomando essa decisão junto à minha família de procurar as pessoas certas para fazer esse caminho da gente ir morar fora do Brasil”, afirma.

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