Maioria das escolas não estava preparada para a mudança (Newton Menezes/FuturaPress)
Mariana Martucci
Publicado em 2 de março de 2021 às 19h44.
Última atualização em 3 de março de 2021 às 10h25.
Em nenhum momento antes nesta pandemia viu-se uma descoordenação de tais dimensões. Um exemplo? Enquanto secretários de Saúde por todo o país pressionam por lockdowns, secretários de Educação manifestam-se contra a suspensão das aulas presenciais.
Sendo que em cada estado, ambos, o titular da Saúde e o da Educação, têm o mesmo chefe.
Entrementes, autoridades vão cedendo aos lobbies para afrouxar o isolamento social no mesmo momento em que os números são unânimes ao apontar o extremo stress do sistema hospitalar. E enquanto essas mesmas autoridades dão entrevistas para alertar sobre a gravidade do quadro.
As notícias correm em trilhos paralelos. Num, as péssimas estatísticas. Noutro, a disfuncionalidade do sistema político. Agora crescentemente invadido e apropriado pelo sistema judicial. Ele próprio crescentemente disfuncional.
O potencial destrutivo da descoordenação já vinha diagnosticado desde um ano atrás. Não chega a ser atenuante, mas precisa ser constatado. Com um agravante: em meio à balbúrdia, parte da população decide simplesmente não seguir ordem nenhuma, se puder.
Sobre o stress hospitalar, aparentemente a força da segunda onda pegou o sistema político-sanitário no contrapé. Mas esse fenômeno não chega a ser original. Na Gripe Espanhola, a onda mais mortífera das três foi exatamente a segunda.
De volta à política, o foco das autoridades do momento é que os adversários levem a culpa pelo problema.
Esse é o estado da guerra.
*Alon Feuerwerker é analista política da FSB Comunicação
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