Depoimentos dos irmãos Miranda prometem novos capítulos (Jefferson Rudy/Agência Senado)
Bússola
Publicado em 29 de junho de 2021 às 12h23.
Por Márcio de Freitas*
Não foi uma bomba exterminadora, mas ainda causam tremores em alguns gabinetes de Brasília os depoimentos dos irmãos Miranda, Luiz (deputado federal pelo DEM-DF) e Luiz Ricardo (servidor do Ministério da Saúde). Colhidas na última sexta-feira pela Comissão Parlamentar de Inquérito da Pandemia, as falas ainda repercutem e prometem novos capítulos. Principalmente porque o enredo dos irmãos tem um colorido de romance policial.
Há elementos de suspense e de mistério a serem esclarecidos. Fatos não narrados ou não explicados são muitos. E existe até o elemento ambíguo: o mocinho é vilão, ou o vilão é mocinho? Era aliado ou adversário? Houve crime, ou não? Onde está a arma (gravação) do crime? Existem outras provas? Que outros personagens estão envolvidos?
Há ainda as ex-esposas que surgem de hora para outra a lançar mais dúvidas no ar: virão para revelar segredos ou para vinganças pessoais?
Brasília tem em sua terra um elemento propício às teorias conspiratórias, e até as mais inverossímeis costumam vicejar quando há crises políticas. Algumas crescem e retroalimentam o noticiário alongando os processos de danos aos eventuais participantes. Em alguns casos, pode haver vítimas fatais.
O governo enfrenta um problema grave porque não tem maioria na CPI. Logo, todas suspeitas ganham endosso de verdade para os oposicionistas. De 11 senadores, o governo tem quatro. E a matemática contrária, sempre multiplica os problemas do Palácio do Planalto. É por isso que, enquanto ainda é um roteiro de suspense, o governo mantém perspectiva futura. E deve torcer para não entrar na fase do terror…
*Márcio de Freitas é analista político da FSB Comunicação
Este é um conteúdo da Bússola, parceria entre a FSB Comunicação e a Exame. O texto não reflete necessariamente a opinião da Exame.
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