Evento Mangue.bit reuniu em Recife os principais players de inovação (Nuthawut Somsuk/Getty Images)
Bússola
Publicado em 8 de setembro de 2022 às 18h40.
Nem mesmo a crise causada pela pandemia foi capaz de frear a escalada do empreendedorismo no Brasil. De acordo com o Ministério da Economia, o país registrou recorde no número de novas empresas abertas em 2020 e encerrou o ano com cerca de 20 milhões de negócios ativos, o que representa um aumento de 6% em comparação com 2019. Em 2021, o Brasil saiu da 13ª posição no ranking de empreendedorismo mundial para a sétima, segundo pesquisa da Global Entrepreneurship Monitor, lançada em março. O ranking considera a taxa de empreendedorismo em 50 países.
Esse cenário, além de indicar que as pessoas conseguiram “sobreviver ao pior” da pandemia, aponta a vocação do brasileiro para os negócios. O Brasil – por natureza, oportunidade e necessidade – é um dos países mais empreendedores do mundo, mesmo com todas as barreiras que têm, com as dificuldades sociais de Norte a Sul. O brasileiro se desenvolve a partir da esperança que persiste.
Esses dons aliados à evolução da tecnologia e à digitalização da sociedade podem se tornar propulsores do empreendedorismo. Entretanto, no cenário mundial, no quesito de transformar pesquisa aplicada em inovação, ainda estamos um pouco distantes da realidade ideal. Temos um perfil muito mais de digitalização do que, de fato, inovação radical. Por outro lado, existem setores de pesquisas muito robustos e bem-sucedidos aqui no Brasil.
Nos próximos anos, a tendência é a democratização do acesso à tecnologia de ponta, como o 5G e o metaverso. Portanto, é essencial colocar essa iniciativa em prática nos negócios e no mercado de trabalho. O futuro das demandas e a forma como esse novo empreendedor vai organizar as ofertas também impacta o setor de inovação. Entender o porquê as pessoas trabalham, como elas querem trabalhar, como é a cultura individual que se conecta com a coletiva são aspectos relevantes para o desenvolvimento dos negócios no Brasil.
As empresas tradicionais que entenderam a necessidade do uso das tecnologias vão se destacar de maneira diferente desde a contratação até a oferta de soluções adequadas a essa nova realidade. A inovação é essencial para desenvolver carreiras, companhias e criar propósitos e propostas diferenciadas, bem como eliminar custos, aumentar desempenho, produtividade e gerar novas oportunidades de fontes de receita.
Um dos exemplos da discussão dessas propostas foi o evento Mangue.bit, que reuniu em Recife os principais players do mercado de inovação após quase três anos de isolomanento social. O encontro reforçou a importância da discussão e a necessidade de manter os investimentos em inovação, independentemente do porte da empresa.
Empreendedorismo e inovação precisam andar juntos para o crescimento de todo o ecossistema e, assim, impactar o mercado e a sociedade de forma positiva. Mais do que nunca o Nordeste tem começado a entender que, no fim do dia, a questão é sobre gerar oportunidades, seja novos negócios, seja novos empregos.
O caminho é construir condições para grandes empresas – uma vocação do Brasil, como o modelo B2B. A região e o país estão observando que o empreendedorismo e a inovação são ferramentas para isso, para gerar oportunidades e manter talentos, mas principalmente reter esses pofissionais para que se engajem e contribuam para o desenvolvimento das companhias e, claro, da sociedade.
*João Silva é CEO da Creative Pack, um hub de inovação que oferece consultoria e avaliação para empresas com o objetivo de compreender o que precisam para atingir metas.
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