Parceria do Instituto GPA e Fundação Tide Setubal apoia mulheres negras empreendedoras de todo o Brasil (Thomas Barwick/Getty Images)
Bússola
Publicado em 19 de novembro de 2021 às 19h10.
Última atualização em 19 de novembro de 2021 às 19h24.
O incentivo ao empreendedorismo feminino pode influenciar positivamente o rumo dos negócios gerenciados por mulheres. Isso é o que mostram os resultados do programa Empreendedoras Periféricas, iniciativa do Instituto GPA e da Fundação Tide Setubal, que desde 2020 apoia mulheres negras empreendedoras de todo o Brasil por meio de aportes financeiros e cursos de capacitação.
Até o momento, 62 empreendedoras receberam recursos que variam de 5.000 a 10.000 reais, investidos em seus negócios de segmentos como beleza, cosmética e moda. Após um ano de programa, 73% das empresárias participantes da primeira turma relataram aumento no faturamento mensal.
Os resultados positivos também se estenderam para o gerenciamento de suas empresas. Segundo elas, houve significativa melhora na visão sobre o negócio, na criatividade para criar novos produtos, atrair clientes e expandir suas frentes de atuação. Além disso, as empreendedoras relataram melhorias na vida pessoal, como o aumento da autoestima, controle da ansiedade, aperfeiçoamento da oratória, amadurecimento e ganho de confiança.
O levantamento também questionou se as empresárias mantiveram os estudos após a participação no programa. Do total, 83% declararam ter acessado materiais sobre negócios após a conclusão, enquanto 73% afirmaram ter continuado os estudos em outros projetos e cursos sobre empreendedorismo. De acordo com elas, o contato com outras mulheres empresárias e a rede de apoio fazem a diferença na hora de gerir o próprio empreendimento.
“O projeto Empreendedoras Periféricas é um encontro de muitas potências que, juntas, transbordam e transformam, impactando outras mulheres, suas comunidades e seus territórios. É um orgulho enorme acompanhar esses resultados”, declara Renata Amaral, gerente do Instituto GPA.
“O acolhimento, a escuta empática, a metodologia e o reconhecimento dessas mulheres como potências são fatores que tornam o Empreendedoras Periféricas especial. O programa contribui para a existência dos empreendimentos, promovendo a geração de trabalho e renda para essas mulheres. Além disso, promove redes de troca e aprendizados a partir de uma conexão que remete à ancestralidade das mulheres negras” declara, Wagner Silva, coordenador de fomento e apoio a agentes e causas, pela Fundação Tide Setubal, parceira do Instituto GPA no programa Empreendedoras Periféricas.
Participante da primeira edição do programa Empreendedoras Periféricas e proprietária do Iyá Omi Cosmética Natural, Sueli Santos Conceição reforça a importância que os ensinamentos do curso tiveram no seu negócio.
“Para mim, o Empreendedoras Periféricas foi como um termômetro capaz de medir o nível de maturidade e deficiência que a empresa tinha. Com os aprendizados, consegui alçar alguns voos que, ainda pequenos, foram significativos. Também tive o apoio necessário para organizar todas as finanças, alcançar o ponto de equilíbrio antes do esperado e, ainda, melhoramento de marketing e definição da persona”, declara Sueli.