Empresa espera atingir 200 escolas com novo produto no primeiro ano (Bússola/Anderson/Divulgação)
Bússola
Publicado em 26 de setembro de 2022 às 13h30.
Última atualização em 26 de setembro de 2022 às 14h03.
Com veia empreendedora e educação no DNA, o cearense Anderson Morais, de 31 anos, é um exemplo de trajetória de sucesso. Acumula em seu currículo grandes feitos e cargos de liderança no mercado de Edtech.
Mas esse caminho começou a ser trilhado bem cedo. Ainda jovem, na faculdade, foi vencedor do prêmio Santander Universidades de 2015. E, apenas quatro anos depois, em 2019, foi reconhecido como uma das 100 pessoas mais influentes do mundo em Edtech, pela Edtech Digest, publicação da Discovery Education, que está entre os maiores e mais competitivos programas de reconhecimento na área de tecnologia educacional.
Filho de professora e apaixonado pela área de educação, ele vem revolucionando este mercado. Atualmente à frente da Agenda Edu, maior aplicativo de comunicação e engajamento escolar do Brasil, com mais de 2 milhões de usuários, o executivo quer usar os seus dez anos de experiência no setor para ajudar na gestão financeira de escolas, com o EduPay, fintech pioneira na educação básica.
Por isso, recentemente, lançou um novo produto, o Mensalidade Garantida, para solucionar um problema que foi agravado na pandemia: a inadimplência, que impacta o fluxo de caixa das instituições de ensino. A expectativa é que, já no primeiro ano de funcionamento, o novo serviço alcance 200 escolas em todo o país, o que geraria previsibilidade na gestão da mensalidade para 100 mil alunos e R$ 500 milhões em gerenciamento financeiro.
Bússola: Qual é a receita do sucesso e o diferencial do negócio?
Anderson Morais: O fundamental no mercado de educação é construir uma relação de confiança e de proximidade junto às famílias. Um dos nossos diferenciais é pensar tecnologia, gestão financeira e educação de forma integrada, simplificando jornadas educacionais, a partir de soluções que realmente atendam às necessidades das escolas, dos alunos e das famílias.
Como surgiu a ideia de criar uma ferramenta de apoio financeiro às escolas?
Durante nosso trabalho, observamos as dificuldades das escolas em cobrar dos pais pequenos pagamentos de atividades extracurriculares como eventos, despesas na cantina e passeios. Foi aí que criamos o EduPay que, inicialmente, começou a gerenciar os micropagamentos das escolas parceiras. Assim, o que antes era um processo complexo, passou a ser resolvido com apenas alguns cliques, tornando mais eficiente a gestão dessa cobrança.
Com o sucesso alcançado nesta primeira etapa, resolvemos ampliar nossa atuação também para os pagamentos de mensalidades e multas, tornando mais simples o processo para as escolas, que anteriormente precisavam gerar milhares de boletos juntos aos bancos e enviar aos responsáveis.
Além disso, criamos facilidades para os responsáveis, como pagamentos via pix e cobranças automáticas recorrentes no cartão de crédito.
E como nasceu o produto Mensalidade Garantida?
Na pandemia, as escolas relataram dificuldades com a alta inadimplência das mensalidades, muito recorrente na educação. Considerado essencial, as instituições não podem suspender o serviço, mesmo em caso de dívidas. Diante desse cenário, modelamos um produto exclusivo para o mercado escolar: o EduPay Mensalidade Garantida. Compramos as receitas das escolas e ficamos com o trabalho de realizar a cobrança das mensalidades atrasadas. Em troca, oferecemos para a instituição um fluxo de caixa previsível todos os meses.
Quais são os próximos passos?
Atualmente, estamos em processo de captação para a empresa, que deve ser finalizado até o fim do ano. O nosso objetivo é ter muito mais do que um investidor. Buscamos parceiros de negócio. Queremos repetir o mesmo sucesso que tivemos com o processo de captação da Agenda Edu, em 2020, quando a Eleva Educação decidiu investir R$ 120 milhões, entre aquisição e novos aportes, e nos integrou ao seu hub de negócios e inovação, o Patio.
Como você avalia o mercado de edtech e fintech para educação básica no Brasil?
É um mercado em ascensão. O potencial de negócios voltados para a educação que observamos há oito anos, agora, é alvo do mercado de tecnologia e financeiro. Eu vejo com bons olhos o crescimento desse mercado, com espaço para diferentes soluções. No entanto, como um apaixonado pelo setor, me preocupa o distanciamento de algumas empresas e startups da missão principal, que deveria ser melhorar a gestão da educação. Isso é muito mais do que negócio, é um propósito que precisa ser perseguido.
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