Que conexão você pode dizer, dentro do seu negócio, que mantém você e sua marca no coração de seu cliente? (Emilija Manevska/Getty Images)
Bússola
Publicado em 28 de dezembro de 2021 às 09h00.
Por Emannuelle Junqueira*
Você sabe quem são seus clientes? Claro que você sabe muito sobre eles. Que idade têm, se são homens ou mulheres, onde vivem. O que compram e o que não querem nem de graça.
Você é capaz de produzir gráficos que reproduzem exatamente esses dados e ilustram, em números, cores e tabelas, quem são as pessoas responsáveis por seus lucros. Sem elas, você nada seria. Claro que você tem uma consultoria que indica em que público você deve investir mais, dependendo da sua estratégia de negócio.
Mas você sabe mesmo quem são esses clientes? Em que acreditam, quais são seus valores, princípios e opiniões? Há informações que pesquisas não trazem, mas que podemos aprender assim que entendermos a importância de conhecer de perto quem compra nossos produtos e, principalmente, quem se interessa por eles.
Não existe reputação e credibilidade sem conexão. Já vesti milhares de noivas em 23 anos de trabalho. Mentiria se dissesse que sei o nome de todas aqui, agora. Mas me ajude contando um detalhe, o local do casamento, a data, algumas características. E, sim, eu saberei de quem você está falando. E pode excluir aquelas que viraram grandes amigas — das quais eu obviamente saberei o nome e muito mais.
Minhas clientes não são clientes. Elas são a razão. O motivo. Laura. Carol. Karol. Marina. Camila. Chloe. Paula. Luana. Daniela. Janaína. Taís. Poderia fazer uma longa lista, mas elas sabem quem são. E sabem o que representam para mim e para minha equipe.
Qual a conexão que você pode dizer, dentro do seu negócio, que mantém você e sua marca no coração — e não apenas na mente — de seu cliente? Seu cliente representa apenas lucro ou alguém que te procura quando precisa de uma solução para um problema importante para ele? Você realmente se importa? Ou está focado apenas na venda?
Não quero que pensem que sou uma guru de marketing. Longe disso. Quero aqui apenas defender os relacionamentos, profundos, que criam laços de confiança e nos fazem sentir segurança e afeto.
O mundo virtual nos ajudou a superar a maior crise sanitária de todos os tempos e nos mostrou o quanto a presença real é importante e nos faz falta. Conheça, pergunte, se interesse.
Recentemente, especialistas ventilaram a possibilidade de as mensagens diretas — ou DMs — no Instagram terem o maior peso para o engajamento na distribuição de conteúdo. Isso porque a plataforma quer incentivar as conexões mais reais e mais densas.
Fico aqui pensando que, se até as redes sociais querem que nos aprofundemos nas nossas relações com quem realmente importa, estamos atrasados.
O fim do ano se aproxima e, com ele, uma nova oportunidade. Imagino que a sua energia, assim como a de todo mundo, deva estar perto da exaustão.
Se posso finalizar esse texto com um incentivo, deixo para o poeta e escritor Carlos Drummond de Andrade.
“Quem teve a ideia de cortar o tempo em fatias, a que se deu o nome de ano, foi um indivíduo genial. Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão. Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos. Aí, entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número e outra vontade de acreditar que daqui para diante vai ser diferente.”
Para todos nós, mais doze meses de novas atitudes, novas descobertas, novas ideias. Um 2022 difícil, duro, desafiador e, assim seja, com muita vontade de ser feliz nos espera.
*Emannuelle Junqueira é diretora criativa da marca que leva seu nome, designer, empreendedora e apresentadora do Prova de Noiva no Discovery H&H