Amaury ainda guarda no salão as peças que ilustram o começo árduo de sua história (Energy Salon/Divulgação)
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Publicado em 22 de maio de 2024 às 13h00.
Aos 12 anos, com um secador achado no lixo e uma bicicleta velha, Amaury Alves começou a arriscar os primeiros cortes a domicílio sem saber o que estava por vir. Anos depois, com experiência que inclui passagem pela L'Oréal, ele se tornou referência no setor.
O carro chefe de Amaury é o mega hair, e o empresário acaba de voltar da China, onde investiu R$ 500 mil para trazer uma técnica pioneira que ainda não existe por aqui.
O Energy Salon tem clientes da Inglaterra e da Bélgica, alunos dos Estados Unidos e compradores de cabelo do Japão.
“Temos uma aluna que veio do Colorado (EUA) para fazer o curso de mega hair aqui. Além desse tipo de pessoa do segmento e das clientes que chegam de fora, também enviamos cabelo para o mundo inteiro”, conta o empresário.
Amaury abriu seu primeiro salão aos 15 anos de idade, em sua casa, e sem nunca ter feito um curso. Tudo que ele fazia era reproduzir o que aprendeu acompanhando a mãe e a tia em visitas ao cabeleireiro.
O processo foi gradual. Os serviços de corte a domicílio foram dando certo, o salão foi ficando popular e, conforme o negócio crescia, Amaury foi investindo mais na sua formação.
“Eu via profissionais que tinham feito a academia de Pivot Point e o talento que elas tinham em cortar cabelo. Eu queria aprender a cortar daquele jeito e fiz o curso para aprender a fazer. Foi uma aventura”, conta.
Na L'oréal, onde ficou quatro anos, ele pôde aprender muito, mas a veia empreendedora sempre pulsava mais forte – e ele decidiu largar a multinacional.
“Minha vida foi sempre sobre saber a hora certa de arriscar. Quando saí de lá, já me sentia preparado. Eu dei passos para trás para dar outros para a frente. Perdi o carro que eles me deram, mergulhei no risco de empreender, mas tinha muita noção de onde poderia chegar”, conta.
Segundo Amaury, o sucesso foi resultado da experiência e do que aprendeu com o tempo: o salão de beleza é muito mais do que o cuidado estético.
“Quando atendia em casa, fui percebendo o que elas queriam, e muitas vezes era a exclusividade, a simpatia, o acolhimento, um bom papo e um momento para relaxar. Até mesmo quando o corte não as satisfazia por completo, eu sabia que, quando bem tratadas, elas voltavam para a casa felizes e pagavam bem por isso”, diz.
Hoje o ticket médio de Amaury é um dos maiores de Minas Gerais. Embora um tratamento e aplicação de mega hair possam custar até R$ 20 mil, por exemplo, ele faz questão de dizer que o salão de Uberlândia não vende preço.
O cabeleireiro esteve na China durante o mês de março. Ele explica por que investiu R$ 500 mil na técnica de mega hair chinesa:
“O mega hair além de cabelo, ele tem uma base onde é fixado o cabelo da cliente. A China produz uma base que imita a pele do couro cabeludo, com acabamento muito fino”.
O profissional uniu a tecnologia produzida pela China com o cabelo personalizado que é utilizado no Brasil e criou um sistema de aplicação único, que produz um mega hair quase imperceptível.
Segundo Amaury, ele é o único profissional que usa, no Brasil, a técnica com maquinário importado da China. “Acho que é por isso que nos tornamos referência. As pessoas procuram inovação e tecnologia, por isso nosso trabalho sempre está um passo à frente de tudo que está no mercado”.
Segundo o empresário, ele já teve algumas oportunidades e ficou tentado a abrir modelos de franquia utilizando seu nome e knowhow.
“Tentei, mas com o tempo fui tendo a certeza de que o nosso posicionamento é manter a exclusividade, se perdemos isso, viraríamos um serviço de massa e, certamente, o que temos de mais valioso não seria oferecido. Por isso, prefiro crescer por dentro”, afirma.
Segundo o empresário, a sede será um verdadeiro spa, com ampliação para o conforto e bem-estar das clientes, mas também um ambiente para cursos e treinamentos.
Amaury também reduziu o número de atendimentos ao dia, reduzindo de 10 para 3 a 5 por dia. A estratégia deu certo, e hoje o negócio fatura mais atendendo menos.
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