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Ele começou com 12 anos e um secador achado no lixo. Hoje seu salão fatura R$ 4 mi ao ano

Amaury Alves faz mega hair com tecnologia exclusiva no Brasil. Seu salão já tem um dos maiores tickets médios de Uberlândia (MG)

Amaury ainda guarda no salão as peças que ilustram o começo árduo de sua história (Energy Salon/Divulgação)

Amaury ainda guarda no salão as peças que ilustram o começo árduo de sua história (Energy Salon/Divulgação)

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Publicado em 22 de maio de 2024 às 13h00.

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Aos 12 anos, com um secador achado no lixo e uma bicicleta velha, Amaury Alves começou a arriscar os primeiros cortes a domicílio sem saber o que estava por vir. Anos depois, com experiência que inclui passagem pela L'Oréal, ele se tornou referência no setor. 

  • Em 2023, o empresário faturou R$ 4 milhões com seu salão de beleza, o Energy Salon
  • Para 2024, ele projeta aumento de 25%, chegando a R$ 5 milhões.
  • Uma nova sede, com investimento próprio de R$ 3 milhões, já está a caminho. 

O carro chefe de Amaury é o mega hair, e o empresário acaba de voltar da China, onde investiu R$ 500 mil para trazer uma técnica pioneira que ainda não existe por aqui.

O Energy Salon tem clientes da Inglaterra e da Bélgica, alunos dos Estados Unidos e compradores de cabelo do Japão.

Temos uma aluna que veio do Colorado (EUA) para fazer o curso de mega hair aqui. Além desse tipo de pessoa do segmento e das clientes que chegam de fora, também enviamos cabelo para o mundo inteiro”, conta o empresário.

Um secador, uma bicicleta e muita vontade

Amaury abriu seu primeiro salão aos 15 anos de idade, em sua casa, e sem nunca ter feito um curso. Tudo que ele fazia era reproduzir o que aprendeu acompanhando a mãe e a tia em visitas ao cabeleireiro. 

O processo foi gradual. Os serviços de corte a domicílio foram dando certo, o salão foi ficando popular e, conforme o negócio crescia, Amaury foi investindo mais na sua formação.

Eu via profissionais que tinham feito a academia de Pivot Point e o talento que elas tinham em cortar cabelo. Eu queria aprender a cortar daquele jeito e fiz o curso para aprender a fazer. Foi uma aventura”, conta. 

Na L'oréal, onde ficou quatro anos, ele pôde aprender muito, mas a veia empreendedora sempre pulsava mais forte – e ele decidiu largar a multinacional. 

Minha vida foi sempre sobre saber a hora certa de arriscar. Quando saí de lá, já me sentia preparado. Eu dei passos para trás para dar outros para a frente. Perdi o carro que eles me deram, mergulhei no risco de empreender, mas tinha muita noção de onde poderia chegar”, conta.

O segredo na jornada e experiência da cliente

Segundo Amaury, o sucesso foi resultado da experiência e do que aprendeu com o tempo: o salão de beleza é muito mais do que o cuidado estético

“Quando atendia em casa, fui percebendo o que elas queriam, e muitas vezes era a exclusividade, a simpatia, o acolhimento, um bom papo e um momento para relaxar. Até mesmo quando o corte não as satisfazia por completo, eu sabia que, quando bem tratadas, elas voltavam para a casa felizes e pagavam bem por isso”, diz.

Hoje o ticket médio de Amaury é um dos maiores de Minas Gerais. Embora um tratamento e aplicação de mega hair possam custar até R$ 20 mil, por exemplo, ele faz questão de dizer que o salão de Uberlândia não vende preço. 

Mega Hair: um negócio da China?

O cabeleireiro esteve na China durante o mês de março. Ele explica por que investiu R$ 500 mil na técnica de mega hair chinesa: 

O mega hair além de cabelo, ele tem uma base onde é fixado o cabelo da cliente. A China produz uma base que imita a pele do couro cabeludo, com acabamento muito fino”. 

O profissional uniu a tecnologia produzida pela China com o cabelo personalizado que é utilizado no Brasil e criou um sistema de aplicação único, que produz um mega hair quase imperceptível. 

Segundo Amaury, ele é o único profissional que usa, no Brasil, a técnica com maquinário importado da China. “Acho que é por isso que nos tornamos referência. As pessoas procuram inovação e tecnologia, por isso nosso trabalho sempre está um passo à frente de tudo que está no mercado”.

Nova sede é sonho, mas nada de franquias

Segundo o empresário, ele já teve algumas oportunidades e ficou tentado a abrir modelos de franquia utilizando seu nome e knowhow

“Tentei, mas com o tempo fui tendo a certeza de que o nosso posicionamento é manter a exclusividade, se perdemos isso, viraríamos um serviço de massa e, certamente, o que temos de mais valioso não seria oferecido. Por isso, prefiro crescer por dentro”, afirma. 

Segundo o empresário, a sede será um verdadeiro spa, com ampliação para o conforto e bem-estar das clientes, mas também um ambiente para cursos e treinamentos.

Amaury também reduziu o número de atendimentos ao dia, reduzindo de 10 para 3 a 5 por dia. A estratégia deu certo, e hoje o negócio fatura mais atendendo menos.

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