Bússola

Um conteúdo Bússola

Educação digital estratégica: ensino nunca mais será 100% presencial

Universitários podem iniciar seus estudos imediatamente após a matrícula, sem precisar aguardar a formação de turmas

Cursos como engenharia e medicina demandam práticas presenciais (MCTIC/Divulgação)

Cursos como engenharia e medicina demandam práticas presenciais (MCTIC/Divulgação)

B

Bússola

Publicado em 22 de junho de 2021 às 12h51.

Última atualização em 22 de junho de 2021 às 17h46.

Por Joaldo Diniz*

O setor de educação vive um momento de transformação e, mesmo quando a pandemia for assunto do passado, uma coisa é certa: o ensino não voltará a ser 100% presencial.

Esse movimento também faz parte da estratégia do grupo Ser Educacional. Somente nos últimos dois anos, nossas plataformas digitais receberam aproximadamente 50 milhões de reais em investimentos. O plano de negócios do grupo, líder no Norte e Nordeste e um dos maiores do país, passa pela criação de um grande ecossistema digital, reunindo tanto cursos 100% digitais como outros híbridos, que demandam práticas presenciais — engenharia e medicina, por exemplo.

Esse modelo permite que o aluno tenha a universidade à sua disposição, em regime 24 horas por dia, sete dias por semana. Ele poderá administrar a intensidade de seu aprendizado, indo além do programa básico, e estudar quanto quiser, quando quiser e de onde quiser.

Diferente do ensino à distância (EAD) tradicional, os alunos já não precisam aguardar a formação das turmas. Podem iniciar seus estudos imediatamente após a matrícula. Também houve um forte investimento na experiência: o conteúdo pode ser acessado por intermédio de qualquer tipo de dispositivo. A linguagem fluida é adaptada às necessidades dos alunos.

Nosso posicionamento ficou ainda mais fortalecido com a recente aquisição da FAEL, referência em EAD. Com o negócio, o Ser Educacional passa a atender mais de 300.000 estudantes em todo Brasil, com uma oferta combinada de aproximadamente 1.000 polos de ensino digital em todo o país.

Para intensificar a estratégia de crescimento e transformação digital, o grupo obteve, em junho, um financiamento de 200 milhões de reais com a International Finance Corporation (IFC), do Banco Mundial. Os recursos serão destinados a atualizar as plataformas de ensino digital e desenvolver novos produtos que combinem qualidade de ensino e ampla capilaridade comercial.

A busca pela inovação faz parte de nossa visão antes mesmo da pandemia. Um exemplo é o Overdrives, centro de inovação criado em 2019, com investimentos que ultrapassam 1,5 milhão de reais em 16 startups que atuam em sete mercados distintos. Em 2020, lançamos um marketplace, o GoKursos, que reúne mais de 3.000 cursos online de educação continuada. Também investimos em uma nova linha de cursos digitais nas modalidades de graduação e pós-graduação focada em demandas do mercado: streaming, produção de vídeos para internet, design de jogos, entre outros, em que os alunos saem com diploma de ensino superior.

Somente em 2021, temos um plano de investimento de 150 milhões de reais para a educação digital. Desse volume, cerca de 100 milhões serão destinados para a compra das edtechs. A primeira delas, ainda em 2020, foi a Beduka, startup mineira que surpreendeu o mercado ao criar uma plataforma que agrega testes vocacionais, conteúdos, planos de estudo e simulados do Enem, além de um extraordinário buscador que permite pesquisar cursos e instituições.

Outra iniciativa relevante é o Singular Tech School. Ao lado de gigantes do setor, como Google, IBM e Avanade, entre outros, estruturamos cursos e treinamentos para qualificar professores e alunos. O programa resolve um problema do mercado: o déficit de profissionais habilitados em tecnologia da informação e especialidades como big data, cloud computing e inteligência artificial. Os alunos aprendem fazendo. Serão desafiados a resolver problemas reais em eventos como hackathon e bootcamp.

Outro ponto importante é que montamos a matriz curricular dos alunos de acordo com necessidades de mercado, entregando skills que as empresas buscam em seus colaboradores. Isso facilitará, no futuro, o processo seletivo das companhias e abreviará o tempo de treinamento. As próprias empresas terão a chance de recapacitar sua força de trabalho dentro do ambiente acadêmico. Todo esse conjunto de ações faz parte de nossa aposta.

Mesmo com a pandemia, as pessoas não perderam o interesse em estudar. Não importa a faixa etária, a procura por qualificação será ainda maior. E a tecnologia está no centro de nossa estratégia, permeando o processo de aprendizagem em todos os cursos. Nossa missão, afinal, vai além de preparar as pessoas para o mercado de trabalho. Queremos ajudar a formar gente com mentalidade empreendedora, apta para desenvolver as soluções que a humanidade tanto precisa nesses tempos desafiadores.

*Joaldo Diniz é diretor executivo de inovação e serviços do grupo Ser Educacional

Siga a Bússola nas redes: Instagram | LinkedInTwitter | Facebook | Youtube

Veja também

Acompanhe tudo sobre:EducaçãoFaculdades e universidadesInovaçãoPandemia

Mais de Bússola

Estratégia ESG: como a Petlove reduziu 42% dos resíduos gerados

Bússola Cultural: Martin Luther King, o musical

Entidades alertam STF para risco jurídico em caso sobre Lei das S.A

Regina Monge: o que é a Economia da Atenção?