Bússola

Um conteúdo Bússola

É possível tirar lucro da felicidade?

Trabalhadores com boa saúde mental e felicidade em alta são mais produtivos e podem gerar lucro maior

Saúde mental está na moda (Digital Vision/Thinkstock)

Saúde mental está na moda (Digital Vision/Thinkstock)

Bússola
Bússola

Plataforma de conteúdo

Publicado em 31 de março de 2023 às 13h00.

Última atualização em 31 de março de 2023 às 13h48.

Estudos mostram que trabalhadores felizes são 12% mais produtivos, e se estiverem engajados e contentes geram um lucro líquido para a empresa 21% maior. De acordo com pesquisa da Universidade de Oxford, em 2019, funcionários satisfeitos têm um menor risco de problemas de saúde e um menor número de dias de trabalho perdidos devido a doenças. Já o estudo de Michigan, dois anos antes, diz que colaboradores felizes têm uma taxa de rotatividade 31% menor do que aqueles que são infelizes. A verdade é que um time que tem prazer em seu dia a dia no trabalho é 180% mais energizado do que aquele que é menos feliz.

A felicidade é produtiva e está na moda. Mas, você sabia que 20% dos colaboradores das empresas estão engajados e 15% estão "ativamente desengajados”?

E é por isso que o empresário deve entrar na jornada de obter o máximo de dados, pesquisas e indicadores relevantes do que o mundo está fazendo sobre o assunto para implementar efetivamente um programa de felicidade na sua companhia.

E nessa busca constante, como dono de companhia, descobri que assim como existe o PIB que mede o produto interno bruto atividade econômica de um país, existe também o FIB que mede a felicidade de um país. O índice de Felicidade Interna Bruta é baseado em nove dimensões, como bem-estar humano, utilização do tempo de forma equilibrada, esgotamentos dos recursos da natureza, cuidados familiares, dentre outros. Da mesma forma, a organização americana Blue Zones selecionou cinco regiões no mundo onde determinadas comunidades têm oito coisas "em comum" e por isso, as pessoas têm uma expectativa de vida de 20 anos a mais do que a média mundial.

Nesse contexto de identificação e busca de como e onde ser feliz, percebe-se que organizações do nosso planeta trabalham para criar seus “programas de felicidade” e aumentar o engajamento e a produtividade dos funcionários. Em um dos estudos mais completos sobre felicidade no trabalho, o cientista inglês Martin Seligman (2012) apresenta o conceito "Perma V" (um acrônimo em inglês para: emoções positivas, engajamento, relações saudáveis, propósito, realizações e vitalidade) onde cada letra representa um pilar de "felicidade".

E como aplicar o "Perma V"? Uma ideia é criarmos cinco "selos" que representam nossos valores e cada colaborador pode reconhecer outro colaborador que tenha mostrado na prática algum desses valores. Ao ganhar três "selos" a pessoa recebe uma "assinatura de e-mail" com esse selo, super estiloso, e ela pode compartilhar no LinkedIn ou no Instagram. Uma ação bem simples e de custo zero que pode gerar um engajamento bem maior dos valores da empresa no dia a dia, além de trazer alguns dos seis elementos do acrônimo para o dia a dia da organização.

Outra ideia para o empresário que queira reforçar princípios e valores, é criar um jogo onde a cada reunião os colaboradores resolvem um "case da vida real" em forma de mistério (tipo o jogo detetive) e no final, as pessoas se sentem bem mais ativas e protagonistas para mostrar vulnerabilidades delas mesmas e discutir falhas, oportunidades e boas práticas dos processos da empresa de um jeito lúdico, envolvente e seguro.

Na língua japonesa tem uma palavra que se chama ikigai, que traduzindo significa "força motriz para viver". Aquilo que você é pago para fazer, somando com o que você é bom geralmente vira profissão. O que você faz bem aliado ao que você ama torna-se a sua paixão. Fazer o que você ama e o que o mundo precisa é sua missão. O que o mundo precisa e você é pago para fazer é sua vocação. Agora, se você consegue ser pago para fazer algo que o mundo precisa, você ama e faz bem, isso é seu ikigai, ou o que move sua vida.

Será que temos pensado em criar ambientes seguros, estimulantes e interessantes nas nossas organizações que propiciem aos colaboradores se sentirem numa "blue zone", desenvolver o Perma V e atingir seu ikigai?

Qual é o FIB de sua organização? Estes são os desafios que acredito que farão parte das empresas do futuro, com colaboradores mais engajados, produtivos e mais felizes. Ou seja, planos de felicidade” podem e devem ser a base do planejamento e da gestão estratégica das empresas do futuro, com melhores resultados, colaboradores mais engajados, produtivos e felizes.

*Tita Legarra e Denilson Shikako são sócios da Fábrica de Criatividade

Siga a Bússola nas redes: Instagram | Linkedin | Twitter | Facebook | Youtube

Veja também

O que os jovens podem fazer, agora, pelo futuro do Brasil

Mais de 70% das empresas devem manter ou ampliar trabalho remoto em 2023

Líderes têm o mesmo impacto na saúde mental do que parceiros

Acompanhe tudo sobre:Recursos humanos (RH)Gestãosaude-mentalBem-estarqualidade-de-vida

Mais de Bússola

Afroempreendedorismo movimenta quase R$ 2 trilhões por ano no Brasil

MSD anuncia novo Diretor Geral para o Brasil

Renan Basso: é o fim do cartão de débito?

Comércio eletrônico deve faturar R$ 23,33 bilhões no Natal de 2024