Investir na formação de novos profissionais é estratégia para driblar a alta competitividade (Getty Images/Getty Images)
Bússola
Publicado em 22 de outubro de 2021 às 12h00.
Por Andrea Fernandes e Guilherme Sá*
Conheci o Gui há muitos anos (muitos mesmo), e é sem dúvida nenhuma uma das pessoas que eu mais confio na vida.
Um profissional brilhante, pai de tirar o chapéu, amigo e líder inspirador. Quando assumi a cadeira de CEO no T. Group, sabia que precisaria de um braço direito que dominasse a tecnologia, tivesse valores e sensibilidade. A escolha foi fácil e óbvia.
Como CTO do grupo, Gui montou times de altíssimo nível, com diferentes habilidades e no Brasil inteiro, é isso tudo só faz oito meses. Ver dia a dia as entregas de produtos, aplicativos e cuidados com LGPD e segurança de dados me deixam muito orgulhosa.
Hoje, convido ele, Guilherme Sá, cabeça e coração por trás da tecnologia no T. Group para essa coluna.
Com vocês, Gui Sá:
O ano de 2020 é um daqueles que será lembrado por muito tempo, não só pela pandemia em si mas pelas mudanças de comportamento e hábitos que trouxe para a sociedade.
Foi o ano em que o digital explodiu: trabalhar de casa por videoconferência virou rotina, crianças foram para a aula online, atendimentos médicos por telemedicina viraram uma realidade. As lojas fecharam e as compras online passaram a ser a alternativa mais viável, o e-commerce acelerou exponencialmente seu crescimento e a adoção de tecnologia pelas empresas cresceu dez anos em um. Um impulso não esperado.
Crescer é sempre bom, e crescer muito é melhor ainda. Mas existem consequências em crescer tanto de forma inorgânica.
Do lado das empresas de tecnologia e dos profissionais de software, gerou-se uma demanda enorme por profissionais, e empresas que não são originalmente de tecnologia — de fabricantes de cerveja a redes de farmácias — começaram a contratar profissionais da área e alargar suas áreas de TI.
O objetivo: ganhar eficiência, melhorar a comunicação, se aproximar do consumidor e muitos outros benefícios que a tecnologia proporciona. A realidade do trabalho remoto de casa também deu força a um outro fenômeno que gerou uma demanda enorme pelos profissionais de tecnologia: empresas estrangeiras contratando profissionais locais e pagando em Dólar ou Euro, e esse fenômeno só fez aumentar a demanda pelos bons profissionais.
No T. Group, onde temos as empresas baseadas em tecnologia e que já nasceram como software, os desafios — assim como as oportunidades — aumentaram significativamente.
Organizamos nossos times para ganharem agilidade, crescemos muito nosso grupo de tecnologia trazendo profissionais com diferentes habilidades de software. Mas o grande desafio, para todo mundo, ainda é conseguirmos atrair mais profissionais.
Só investir no processo de contratação e em marca empregadora não é suficiente. No final do dia, acho que se torna nosso dever investir na formação de novos profissionais — e foi assim que driblamos a alta competitividade, alinhado com a melhoria do nosso ambiente de trabalho e propostas desafiadoras para esses profissionais que têm tanta vontade de evoluir.
Em parceria com a Microsoft, iniciamos um projeto enorme de Inclusion Tech com Carambola, que é um baita celeiro de formação de profissionais e inclusão.
Formando times com diversidade primária e sócio-cultural, fortalecemos a cultura da empresa, apostamos em muita gente legal e, assim, aceleramos a transformação e as entregas tecnológicas.
No mercado vemos várias outras iniciativas muito inspiradoras de empresas que estão investindo na formação. O Boticário, tradicional empresa na indústria de beleza e perfumaria, criou o programa Desenvolve, oferecendo 400 vagas de capacitação gratuitas para profissionais que desejam aprender e entrar no mercado de tecnologia.
No início desse ano, o empresário André Esteves anunciou a criação do Instituto de Tecnologia e Liderança (Inteli), uma faculdade sem fins lucrativos focada em computação.
Reclamar da competitividade e dificuldade de contratações não é uma opção. Lembre-se que todos nós já começamos do zero e uma das melhores coisas que podemos devolver é conhecimento e oportunidades. Assim, vamos mais longe.
*Andrea Fernandes é CEO do T.Group e Guilherme Sá é CTO do T.Group
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