Mercado de investimento está desacelerado em relação a 2021 (Getty Images/Reprodução)
Bússola
Publicado em 12 de janeiro de 2023 às 16h00.
Por Rafael Kenji Fonseca Hamada*
O mercado de startups finaliza o ano de 2022 bastante aquecido no setor de fusões e aquisições, porém desacelerado em relação a 2021, como reflexo de todo o contexto de investimento mundial. A retomada dos eventos presenciais de inovação é uma tentativa de buscar novos negócios, descobrir tendências e apresentar soluções a clientes e investidores.
Nesse sentido, o mercado internacional, principalmente o europeu e o americano, mantém o interesse no Brasil devido à população crescente, de cerca de 215 milhões de habitantes, frente ao envelhecimento e à queda da natalidade de países mais desenvolvidos.
Apesar de as captações e movimentações financeiras desses países envolverem valores mais altos, a expansão para o mercado comprador é facilitada em nações mais populosas. O que vimos em 2022 foi o crescente interesse de startups estrangeiras pelo mercado brasileiro, entretanto com captação ainda fora do Brasil.
No setor da saúde, os novos picos de infecção da covid-19 são motivos importantes para o investimento no segmento continuar em alta, mas ainda atrás das fintechs. Em todo o momento de necessidade, como em guerras e pandemias, soluções são criadas. A penicilina, a transfusão sanguínea e o soro fisiológico foram desenvolvidos em situações de extrema necessidade, por exemplo. Na pandemia, que ainda não chegou ao fim, tecnologias voltadas à telemedicina, à inteligência artificial para análise de processos e biotecnologias, como as novas vacinas, são as soluções mais desenvolvidas.
Nesse cenário, o CEO deve se preocupar em montar uma equipe robusta para enfrentar esses novos desafios da rotina empresarial, enquanto pode conquistar mais tempo para se relacionar com o mercado, observar as principais tendências e acompanhar a evolução dos resultados da companhia.
A maior dica aos gestores para 2023 e que se estende para o novo modelo de trabalho, é desenvolver a gestão de tempo das equipes, focando na pluralidade, na inclusão e no desenvolvimento de times de alto rendimento. Essa performance é alcançada quando o gestor dá autonomia suficiente para a equipe trabalhar com o mínimo de acompanhamento, metas bem definidas e prazos cumpridos com tranquilidade.
O grande desafio para um mercado em desaceleração, mas ainda com muitas oportunidades, é buscar soluções que possam melhorar o acesso em áreas desassistidas. O mundo atingiu em 2022 o número de 8 bilhões de habitantes, ainda com grandes zonas de desigualdade, onde problemas reais são muito latentes e exigem soluções urgentes que melhorem a qualidade de vida da população, muitas vezes negligenciada.
Dessa forma, para o ano que vem, a expectativa é de crescimento da inovação nas áreas de saúde e educação, com o foco na ampliação do acesso, muito impulsionado por grandes empresas do setor.
O investimento no metaverso é um exemplo da injeção bilionária das big techs em propostas que podem criar conexões e facilitar a transmissão de informação. Na Europa e nos Estados Unidos, a propaganda sobre o metaverso é encontrada em aeroportos, pontos de ônibus e metrôs, além da massiva repetição sobre seus benefícios na saúde, educação e ciência, com possível direcionamento às novas tendências a partir de conflitos de interesse das maiores companhias do setor.
Esse direcionamento não é errado, já que no mundo capitalista e globalizado atual, quem “dita a regra do jogo” é justamente quem conta com mais influência nas grandes massas. Esse cenário muitas vezes está atrelado à injeção de dinheiro e investimento.
Com a expectativa de retomada do crescimento de investimentos em ciência e inovação, mesmo que tímida devido à crise financeira global, os líderes precisam estimular a criação de projetos ao passo que fortalecem suas equipes.
A entrada de investimento externo terá como consequência o crescimento das soluções nacionais. Portanto, os CEOs devem focar sua gestão na equipe, com investimento nas boas ideias e parcerias estratégicas em busca de crescimento e evolução para os negócios e para a sociedade.
*Rafael Kenji Hamada é médico e CEO da FHE Ventures, uma Corporate Venture Builder cujo principal objetivo é desenvolver soluções inovadoras voltadas ou adaptadas para as áreas de saúde e educação
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