O que Leonardo da Vinci tem a ver com inovação (Reprodução/Wikimedia Commons/Wikimedia Commons)
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Publicado em 31 de julho de 2023 às 17h15.
Por Beto Funari*
Leonardo Da Vinci era, antes de mais nada, um curioso. A arte era seu ofício e ganha-pão mas, além de ter criado algumas das obras mais conhecidas da Humanidade, ele foi também um inventor cujas ideias e inovações transcenderam seu tempo.
Sua abordagem, marcada pelo pensamento interdisciplinar e pela fusão da arte e da ciência, refletia seu gênio e sua visão arrojada. Da Vinci projetou máquinas e dispositivos que estavam muito à frente de seu tempo, como helicópteros, robôs, paraquedas e até carros autônomos, além de ter feito estudos avançados da anatomia humana, botânica, matemática e música.
Infelizmente, a maior parte das inovações propostas por Da Vinci, se não todas, tiveram pouca aplicação prática enquanto ele esteve vivo. Porém, elas se provaram viáveis séculos depois.
A resposta talvez esteja no conceito apresentado pelo empreendedor e investidor Peter Thiel em seu livro De Zero a Um, que, com uma visão otimista, propõe que a verdadeira inovação surge da criação de algo novo, não da tentativa de melhorar o que já foi feito (indo, assim, indo de zero a um).
Creio que possamos extrapolar esse conceito e ir não apenas de zero a um, mas de um a cem: na minha experiência, é assim que surgem os empreendimentos escaláveis e duradouros, com base em ideias ou modelos de negócios disruptivos, que estão à frente de seu tempo. Empresas com uma cultura de empreendedorismo profundamente enraizada conseguem fazer isso acontecer aplicando esse modelo, que vejo como bem-sucedido e que pode ser resumido nas seguintes etapas:
Escalar modelos de sucesso, sejam produtos ou negócios, de maneira serial, é o desafio central para empresas posicionadas para o futuro. Isso é ir de um a cem. Para mim, além de sistemas de gestão e métodos de escalabilidade, a chave para o êxito está nas pessoas e na cultura organizacional. Promover o empreendedorismo requer uma cultura de aprendizado, colocar as pessoas em posições que as permitam liberar seu pleno potencial e formar equipes complementares e colaborativas baseadas na confiança e no respeito mútuo.
Resiliência e comprometimento com o longo prazo, juntamente com a humildade de reconhecer erros e aprender com eles, são características fundamentais para líderes empresariais que buscam criar valor de forma sustentável e se destacar em seus mercados.
Assim, é preciso abraçar o espírito de inovação de Leonardo Da Vinci e praticar a curiosidade em tudo o que fazemos, pois ela é a base da Inovação. Porém, vale também colocar nisso algum método para que as ideias que surgirem resolvam problemas e sejam úteis para o mundo. Isso vai ampliar seu potencial de crescimento e causar um impacto positivo e duradouro seja lá onde você estiver inserido.
*Beto Funari é conselheiro, executivo e ex-CEO
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