Indicadores nacionais apontam para um cenário favorável às criptomoedas. (iStockphoto/iStockphoto)
Bússola
Publicado em 8 de agosto de 2021 às 14h00.
Um setor em ebulição. Assim especialistas em economia têm definido o mercado global de criptomoedas, assunto que ganhou as manchetes quando o Congresso de El Salvador, anunciou aprovação da lei que torna o Bitcoin uma moeda de curso legal no país da América Central, na contramão da resistência de países às criptos e dando aos seus mais de seis milhões de habitantes uma oportunidade de negócios promissora.
Além disso, o famoso CEO da Tesla, Elon Musk, continua movimentando o mercado das criptomoedas, seja por citar que irá levar a Dogecoin — sua criptomoeda favorita — à lua em uma publicação via Twitter, até a possível retomada de transações futuras na Tesla com bitcoins.
O que é uma criptomoeda?
De forma resumida, criptomoeda é o nome genérico para as moedas digitais descentralizadas, criada em uma rede com sistemas avançados conhecido como blockchain, que permite o envio e recebimento de algumas informações na internet e de forma muito segura. Uma das mais famosas é o Bitcoin, a primeira moeda digital do mundo, desenvolvida logo após a crise de 2008, quando o futuro das moedas digitais já estava sendo desenhado.
Novos Investidores
Nos EUA, um estudo feito pela plataforma Gemini mostra que 14% dos americanos são donos ou investidores de algum tipo de criptomoeda, ou seja, mais de 21,2 milhões de pessoas.
No Brasil, as criptomoedas têm atraído novos investidores, como a designer gráfica Fernanda Smaniotto, 30s, que vem se dedicando recentemente a esse novo mercado. “Comecei a estudar e entender um pouco mais sobre as criptomoedas há dois anos, devido ao meu trabalho no setor. Não costumo fazer investimentos tradicionais, mas as ações em criptomoedas me chamaram a atenção pela evolução a longo prazo. Iniciei meus investimentos em cripto por acreditar no futuro e no conceito da tecnologia blockchain, que traz maior autonomia e descentralização para o mercado. Até então já consegui dobrar o valor investido em algumas criptos e utilizei o lucro para reinvestir e poder diversificar mais minha carteira”, diz.
De fato, os indicadores nacionais apontam para um cenário favorável às criptomoedas. Dados extraídos da plataforma especializada em cripto Vector Pro — desenvolvida por Vertex Technologies em parceria com Nelogica, duas fintechs do mercado financeiro — mostram que de março de 2019 a 2020, o Bitcoin teve valorização superior a 1.500%.
“São números que revelam quebra de paradigmas e mudança no perfil do investidor. A combinação de juros baixos, forçando investidores a buscarem melhores retornos fora da renda fixa, e o risco de inflação derivado dos estímulos financeiros para recuperação da economia durante a pandemia do covid-19, fez muitos investidores profissionais e pessoas comuns escolherem o Bitcoin como medida de proteção de seus investimentos. Isso devido à escassez, transparência, previsibilidade e segurança inerentes à criptomoeda”, afirma Wendel Smith, especialista em cripto e Product Owner de Vector Pro.
Diferentes moedas
Smith afirma que muitos falam de Bitcoin, porque foi a primeira criptomoeda criada e acabou ficando mais conhecida, mas hoje o setor movimenta em torno de dez mil moedas digitais.
“Existem milhares de outros projetos que trazem soluções inovadoras nos mais variados segmentos. É possível ter um sistema financeiro sem bancos com aplicações de finanças descentralizadas (DeFi) no Ethereum, revolucionar a indústria das artes com os NFTs e até os memes tem o seu espaço com o Dogecoin. O crescimento desse setor está apenas no início”, afirma.
Mudanças dos consumidores
Os ativos digitais ou criptoativos permitem negócios virtuais diretos, uma forma de ter menos intermediários na transação. “Ao utilizar criptomoedas, a troca de valores entre dois usuários é realizada sem o intermédio de nenhuma instituição financeira. Não ter intermediários significa menores custos de transação, viabilizando o envio de baixas quantias para qualquer lugar do mundo em questão de poucos minutos”, afirma o especialista.
Com transações abertas e disponíveis para consulta, as criptomoedas também acabam sendo mais confiáveis, segundo Smith. “É outro ponto a favor das criptomoedas. Todas as transações realizadas ficam disponíveis em uma espécie de livro razão eletrônico e compartilhado com todos os participantes da rede, o blockchain. Qualquer pessoa pode consultar os detalhes de uma transação, desde o início da rede. É tudo muito transparente. Isso porque uma vez que a informação é adicionada em um blockchain, é praticamente impossível reverter ou apagar essa informação, assegurando sua confiabilidade”, diz.
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