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CPI da Pandemia entra nas últimas semanas como um caleidoscópio sem foco

Muitas informações vindas de muitas fontes de dados geram uma confusão que nem sempre é útil na política

Prorrogação da CPI é cenário provável. (Marcos Oliveira/Agência Senado)

Prorrogação da CPI é cenário provável. (Marcos Oliveira/Agência Senado)

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Publicado em 5 de julho de 2021 às 21h28.

Por Marcio de Freitas*

Muitas luzes coloridas, mas nenhuma imagem nítida ao fim. A Comissão Parlamentar de Inquérito da Pandemia entra nas últimas semanas antes do recesso, e da sua provável prorrogação, abrindo a pauta para muitas informações de muitas fontes de dados. A dúvida é saber se as imagens se juntarão depois num todo nítido. Em política, confusão demais nem sempre é útil.

No dia da divulgação de áudio de uma contraparente do presidente Jair Bolsonaro no caso das “rachadinhas”, houve até sugestão de que a cunhada fosse convocada. Não foi adiante porque era uma virose distinta da covid-19, objeto da CPI.

Há também a busca por compartilhar dados da CPI da Fake News, onde se busca saber a origem das mentiras que circulam nas redes sociais sobre o vírus e a forma de combater corretamente seus sintomas. Há suspeitas que recursos públicos da área de comunicação de governo foram usados para financiar sites bolsonaristas e disseminar informações equivocadas.

Um detalhe, entretanto, foi esquecido. Recursos públicos em campanhas publicitárias têm de estar disponíveis em sites e prestações de contas para fiscalização dos órgãos competentes. Como há plataformas como Google, Facebook e Twitter, imagina-se que poderia haver como escamotear. Mas mesmo nessas plataformas, é possível rastrear os investimentos do governo federal.

E num exemplo é possível fazer o recorte proposto com base em 34 site citados pelo senador Randolfe Rodrigues  (Rede-AP) e encontrar dados interessantes: de um total de R$ 2,8 milhões investidos em URLs nas campanhas, somente R$ 41 mil foram para as chamadas URLs alinhadas ao governo. Em algumas campanhas, mesmo canais de opositores receberam mais que os bolsonaristas.

*Márcio de Freitas é analista político da FSB Comunicação

Este é um conteúdo da Bússola, parceria entre a FSB Comunicação e a Exame. O texto não reflete necessariamente a opinião da Exame.

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