Setor é estratégico para transição energética (Germano Lüders/Exame)
Bússola
Publicado em 7 de outubro de 2022 às 21h17.
A Cosan anunciou hoje que adquiriu uma participação minoritária correspondente a 4,9% do total de ações ordinárias de emissão da Vale, em uma transação feita por meio de uma combinação de compra direta de ações e uma estrutura de derivativos. A companhia também divulgou que planeja uma segunda operação, que corresponde à compra adicional de mais 1,6% das ações.
Se for aprovada pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), essa ação poderá ser convertida em participação direta na mineradora. Para Vinicius Carvalho, advogado especializado em Direito da Concorrência e ex-presidente do Cade, a transação não tem impactos negativos à competição no mercado.
“É uma participação minoritária e não há sobreposição horizontal, afinal a Vale não é concorrente da Cosan”, fala Vinicius. “A mineradora tem participação em empresas com ativos logísticos em segmentos em que a Cosan também atua (no caso, Rumo e VLI). No entanto, a holding não terá qualquer ingerência nessas Companhias, possuindo apenas uma participação indireta bem pequena”, avalia o ex-presidente do Cade.
“Temos grande admiração e respeito pela Vale, que é exatamente o tipo de empresa na qual buscamos investir: um ativo global único atuante em um setor fundamental para o Brasil e estratégico para a transição energética do mundo”, diz Luis Henrique Guimarães, CEO da Cosan.
A transação financeira da holding chega para diversificar ainda mais o seu portfólio. Hoje, os investimentos do grupo estão direcionados para os setores de energia renovável, distribuição de gás natural e combustíveis, agricultura e créditos de carbono. “A qualidade das reservas de minério de ferro e metais como níquel e cobre da Vale é imprescindível para viabilizar a descarbonização siderúrgica e a eletrificação”, afirma o executivo.
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