Caixa já realizou 100 mil atendimentos no programa Caixa pra Elas (foto/Thinkstock)
Bússola
Publicado em 11 de novembro de 2022 às 12h44.
Última atualização em 11 de novembro de 2022 às 12h55.
Cuidar do meio ambiente significa sonhar com uma vida melhor, para nós, nossos filhos e para o país. E para Mônica Monteiro, que acaba de assumir o cargo de vice-presidente de Sustentabilidade e Empreendedorismo da Caixa, isso só se torna possível quando se cuida das pessoas. "Precisamos fomentar oportunidades de inclusão econômica, oportunidades de prosperidade, em um contexto de conservação do meio ambiente."
Mônica assume com o olhar voltado para o empreendedorismo feminino e para a inclusão econômica, focada no desenvolvimento sustentável. Entre seus desafios, está mobilizar atores sociais para criar um ambiente mais inclusivo no mercado financeiro.
Em entrevista à Bússola, ele fala também da importância da criação da nova vice-presidência no maior banco social do mundo, sobre a visão da Caixa sobre as questões relacionadas à emergência climática e sobre educação para preservação.
Bússola: A senhora acaba de assumir o cargo de vice-presidente de Sustentabilidade e Empreendedorismo da Caixa, recém-criado no banco. O que significa, em termos de estratégia e em termos práticos para o banco, a criação dessa vice-presidência?
Mônica Monteiro: A Caixa é o maior banco social do mundo. Está no nosso DNA sermos agentes da transformação positiva da vida dos brasileiros, em especial da população mais vulnerável. Então, a criação de uma vice-presidência dedicada aos temas da sustentabilidade e do empreendedorismo tem como objetivo alinhar todas as frentes dessa agenda já em curso na Caixa numa estratégia sólida, plenamente conectada à tomada de decisão da empresa, e, com isso, reforçar o nosso potencial de impacto positivo na promoção do desenvolvimento sustentável do Brasil.
E já começamos a colher resultados dessa movimentação. Lançado em agosto, o Caixa pra Elas já realizou mais de 100 mil atendimentos nos mais de mil espaços criados especialmente nas nossas agências, além dos mais de 28 milhões de acessos digitais por meio do Caixa Tem.
Mais de 8 mil embaixadoras e embaixadores, empregados da Caixa, foram treinados para fazer esse atendimento.
Estamos trabalhando em três pilares. O de prevenção da violência contra a mulher, onde divulgamos canais de denúncia, como o Disque 180, e até o fim do ano vamos treinar 5 mil colaboradores em CRAS de todo o Brasil. O de produtos e serviços exclusivos, desenvolvidos para atender à necessidade do público feminino, que soma 72 milhões de mulheres clientes da Caixa, 52% do total, mas que movimentam apenas 5% do total de produtos. E o terceiro, de apoio ao empreendedorismo feminino, com ações de educação financeira, capacitação para as mulheres que desejam iniciar ou ampliar seus negócios, incentivo à formalização e acesso ao crédito.
Bússola: Estamos em meio à COP27, no Egito, conferência que discute os efeitos das mudanças climáticas para o futuro do planeta. Como a Caixa enxerga esse tema e como pode colaborar, institucionalmente, com a questão?
Mônica Monteiro: O Brasil é um país de dimensões continentais, com uma das maiores coberturas florestais e um dos mais megadiversos do mundo. Com todo o nosso capital natural, e também com a criatividade dos brasileiros para contornar obstáculos, o Brasil está numa posição mais do que privilegiada para liderar soluções de mitigação e adaptação da mudança do clima.
Sendo o principal operador de políticas públicas, a Caixa conhece como ninguém a realidade brasileira e consegue alcançar todos os rincões do país, duas condições estruturais para acelerar a difusão e o fortalecimento da sustentabilidade.
Para facilitar o acesso dos brasileiros à Caixa, enquanto outros bancos reduziam suas agências, nós ampliamos nossa rede, que hoje conta com mais de 4 mil agências, inclusive agências barco, que atendem 27 municípios ribeirinhos na Amazônia.
Apoiada em nossa capilaridade e experiência na gestão e operação de iniciativas sociais e ambientais, a Caixa pretende ser a grande plataforma para mobilizar recursos e entregá-los onde e a quem são mais necessários para promover o desenvolvimento sustentável e combater os efeitos nocivos das mudanças climáticas.
Bússola: A Caixa tem se posicionado como um banco de inclusão. E essa é uma questão relevante quando se fala em sustentabilidade. Qual é a estratégia da Caixa para incluir seus novos clientes, muitos recém-chegados ao sistema bancário, nessa discussão? Além da educação financeira, o banco pretende trabalhar também com educação para a preservação?
Mônica Monteiro: A Caixa entende que não é possível cuidar do meio ambiente sem cuidar das pessoas. Todos nós temos sonhos de uma vida melhor, para nós, nossos filhos e nosso país. Para isso, precisamos fomentar oportunidades de inclusão econômica, oportunidades de prosperidade, enfim, num contexto de conservação do meio ambiente.
A Caixa, tanto por meio do nosso Fundo Socioambiental (FSA Caixa), quanto via gestão de recursos públicos e privados para iniciativas de impacto socioambiental positivo e operação de políticas públicas, já trabalha para promover essas oportunidades, e iremos cada vez mais reforçar nossas entregas ao Brasil.
Estamos levando alguns exemplos dessa atuação que conjuga conservação ambiental com educação e geração de emprego e renda para a COP27, como o projeto Pomares da Mata Atlântica, parte do Caixa Florestas, uma das maiores iniciativas de recuperação florestal do Brasil.
Nele, estamos promovendo a implantação de mil quintais agroflorestais com foco em espécies frutíferas nativas. Além do plantio de 500 mil mudas, de mais de 50 espécies diferentes que ajudarão na recomposição florestal, o projeto oferece apoio técnico para a produção de sementes e capacitação de cinco associações comunitárias para fortalecer e diversificar cadeias produtivas sustentáveis nas comunidades rurais. E, para fincar raízes com as próximas gerações, 8 escolas rurais estão participando das ações. São iniciativas como essas que iremos multiplicar.
Bússola: Ainda sobre inclusão, essa não é uma questão que pode ser resolvida por apenas uma instituição. A Caixa tem planos de agregar outros atores da sociedade nessa discussão no esforço de promover um ambiente inclusivo no mercado financeiro no Brasil, dando acesso aos mecanismos do sistema ao maior número possível de brasileiros?
Mônica Monteiro: A mudança do clima é um fenômeno global, e, como você mencionou, nenhum ator, sozinho, é capaz de frear ou combater seus efeitos. Por outro lado, precisamos ter em mente que, ao mesmo tempo em que precisamos agir rapidamente na transição para uma economia de baixo carbono para manter a elevação da temperatura dentro das metas do Acordo de Paris, precisamos também garantir que ninguém fique para trás nessa mudança.
Nesse cenário, o conceito de justiça climática está cada vez mais forte. Nele se entende que países que mais sofrerão as consequências da mudança do clima pouco ou nada contribuíram para ela, e se reconhece que as novas tecnologias necessárias para a transição poderão desencadear a perda de empregos e o deslocamento de grande número de pessoas.
Não à toa essa é a COP da implementação, em que está sendo discutida a abertura de fluxos financeiros para a conservação de florestas e da biodiversidade para economias emergentes, como a brasileira. A Caixa, com toda sua força e capilaridade, irá trabalhar para unir esforços e mobilizar grandes atores sociais pelo desenvolvimento sustentável, empreendedorismo e inclusão no Brasil.
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