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Controle da inflação interna: como a eficiência na Supply Chain impulsiona a competitividade

Entenda como uma cadeia de fornecedores mais eficiente pode beneficiar sua operação. Confira o artigo de Jorge Doria, diretor no Grupo Edson Queiroz

"Gerir a área de Supply Chain de um grupo multissetorial e capilarizado em todo Brasil, como a do GEQ, traz desafios únicos" (1833bkk/Getty Images)

"Gerir a área de Supply Chain de um grupo multissetorial e capilarizado em todo Brasil, como a do GEQ, traz desafios únicos" (1833bkk/Getty Images)

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Publicado em 9 de dezembro de 2024 às 13h00.

Por Jorge Doria, Diretor de Supply Chain do GEQ*

No atual cenário econômico, marcado por desafios inflacionários e pressões de custo, a agilidade e a colaboração na gestão de suprimentos emergem como fatores decisivos para a competitividade das empresas. Nesse contexto, a capacidade de controlar a inflação interna tornou-se um dos principais objetivos da área de Supply Chain, que deve estar estrategicamente alinhada ao core business de cada empresa. Um dos grandes desafios para os gestores é compreender como a integração e a eficiência nas operações de suprimentos e logísticas, alinhadas à estratégia dos negócios, podem contribuir efetivamente para o controle de custos e a manutenção da competitividade.

Desafios e experiência na gestão de Supply Chain

Ao longo de mais de 20 anos na área de Supply Chain, enfrentei desafios complexos e acumulei experiências fundamentais para a minha carreira, especialmente na busca por otimização de custos da cadeia de Supply Chain para assegurar a competitividade em um mercado cada vez mais globalizado. Essas vivências me proporcionaram uma visão estratégica e abrangente sobre a dinâmica de processos, pessoas, recursos e informações das cadeias de suprimentos em diversos setores.

O papel do Grupo Edson Queiroz no mercado brasileiro

No contexto do Grupo Edson Queiroz (GEQ), um dos maiores conglomerados empresariais do Brasil, essa expertise é fundamental. Com presença em diferentes momentos da vida dos brasileiros, o GEQ opera em diversos segmentos, com marcas como Minalba Brasil (águas e bebidas), Nacional Gás (distribuição de GLP), Esmaltec (eletrodomésticos) e Sistema Verdes Mares (comunicação) e conta com cerca de 10 mil colaboradores.

Gerir a área de Supply Chain de um grupo multissetorial e capilarizado em todo Brasil, como a do GEQ, traz desafios únicos. São demandas diferenciadas por especificidades naturais a cada negócio, com elevada quantidade de fornecedores e categorias de compras, além da gestão de uma frota de quase 2.000 veículos, incluindo cerca de 500 caminhões, com grande criticidade na operação logística e nas estratégias comerciais da Minalba e Nacional Gás. A complexidade natural da cadeia de suprimentos para atender a todas as demandas das mais de 100 unidades das empresas do grupo, associada a um spending bilionário, precisa encontrar resposta na definição das prioridades da área. Através de um robusto sistema de gestão adotado pelo comitê executivo do GEQ, é possível estar próximo do dia a dia dos negócios garantindo agilidade e total alinhamento estratégico. Uma das maiores prioridades é a contenção da inflação interna das empresas, com a máxima previsibilidade de custos, o que é fundamental para competir em mercados cada vez mais disputados e com margens apertadas. Em um país de proporções tão vastas com diversidade econômica e social, entregar produtos essenciais com eficácia, a custos competitivos, é uma tarefa que demanda constante adaptação e aprimoramento.

Implementação de ferramentas para otimizar a gestão de fornecedores

A superação desses desafios requer urgência na dotação de inteligência na gestão de fornecedores e eficiência dos recursos, tornando crucial a implementação de sistemas e tecnologias avançadas. A partir dos mesmos conceitos de uma ferramenta amplamente utilizada no setor automotivo, que adaptamos à nossa realidade, implementamos o Painel Estratégico de Fornecedores. Na prática, trata-se de uma ferramenta que permite gerenciar e otimizar a base de fornecedores, privilegiando os mais bem avaliados e alinhados aos nossos valores. Tem por objetivo efetivar o real poder de compra do GEQ, através da constante revisão das estratégias de negociação para cada categoria de compras. Queremos eliminar ao máximo compras spot e eventuais, promovendo a efetivação de contratos ou acordos para uma relação de longo prazo, com condições e requisitos claros de fornecimento.

A utilização do Painel Estratégico oferece uma visão detalhada e segmentada do desempenho e potencial de cada parceiro comercial. Isso possibilita a identificação de oportunidades de melhoria, mitigação de riscos e a tomada de decisões mais ágeis e transparentes. Com essa abordagem, a empresa consegue identificar fornecedores estratégicos, fortalecer a cadeia de suprimentos e alinhar essa rede com as necessidades dos negócios.

A implantação da Torre de Controle Logístico

Ainda falando de dotação de inteligência para evolução da eficiência operacional de abastecimento e distribuição, há um ano e meio atrás, iniciamos a implantação da Torre de Controle Logístico na Minalba e Nacional Gás. Esses negócios têm na distribuição um enorme fator de competitividade, tanto em custos como em performance de atendimento comercial, e tornar a frota de caminhões dedicados mais eficiente e produtiva é essencial. Através da torre de controle, cada viagem é monitorada e qualquer desvio em relação ao programado gera um alerta para correção imediata. Cada desvio e sua respectiva causa são registrados para solução através de plano de ação controlado pela torre, gerando previsibilidade e otimizando processos em tempo real. Com a revitalização das frotas da Nacional Gás e Minalba Brasil em andamento, a Torre de Controle Logístico vem permitindo melhoria da acuracidade das programações, redução dos desperdícios de tempo de cada viagem e elevação da produtividade da frota. Em suma, a implementação da torre combinada com a adoção de ferramentas de tracking (rastreamento de entregas) e sistemas de telemetria para monitoramento de consumo e funcionamento dos equipamentos, passamos a ter visão integrada e atuação em tempo real da operação, otimizando sinergias entre fluxos, com ações objetivas para melhoria da qualidade das entregas e satisfação dos clientes.

Essas ferramentas não apenas reduzem desperdícios, mas também garantem um planejamento mais preciso das operações de distribuição e abastecimento - o que assegura a reposição de insumos no momento ideal e evita interrupções no abastecimento.

Segmentação da área de suprimentos no GEQ

A área de suprimentos é segmentada em três áreas distintas no GEQ — matérias-primas e insumos, serviços e materiais indiretos, e operações de frete —, que conseguem manter um diálogo constante com os diferentes setores dos negócios. Essa proximidade permite entender melhor as necessidades e estratégias específicas de cada área, ajustando a gestão de suprimentos para responder rapidamente às mudanças do mercado. Esse alinhamento mantém as operações de suprimentos em sintonia com os objetivos da holding.

Oportunidades da gestão colaborativa e ágil de suprimentos

As oportunidades que surgem ao adotar uma abordagem colaborativa, inovadora e ágil na gestão de suprimentos são vastas. Ao aprimorar a inteligência de suprimentos e integrar processos, a empresa consegue não apenas conter a inflação interna, mas também se posicionar de maneira competitiva no mercado.

Portanto, a agilidade e a colaboração são mais do que palavras de ordem; são práticas fundamentais que, quando aplicadas de forma estratégica, oferecem uma vantagem competitiva significativa, especialmente em tempos de inflação globalizada e margens apertadas. Continuar a desenvolver essas capacidades será essencial para manter a competitividade e assegurar o crescimento sustentável de qualquer empresa.

*Jorge Doria é Diretor de Supply Chain do GEQ, holding das marcas Nacional Gás, Minalba Brasil, Esmaltec e Sistema Verdes Mares.

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