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Conheça oito lições que o jiu-jitsu ensina para o dia a dia do trabalho

A vida corporativa pode ser um combate diário; é melhor aprendermos a lutar corretamente

Prática traz aprendizados que podem ser aplicados em diversas áreas da vida (South_agency/Getty Images)

Prática traz aprendizados que podem ser aplicados em diversas áreas da vida (South_agency/Getty Images)

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Publicado em 18 de agosto de 2021 às 18h39.

Última atualização em 18 de agosto de 2021 às 18h48.

Por Rodrigo Pinotti*

Em japonês, jiu-jitsu significa “arte suave”. Nos últimos sete anos aprendi que essa é uma grandíssima mentira – a arte até pode ser suave, mas o processo de aprendizado é bastante bruto. Em compensação, a prática traz para aqueles que a ela se dedicam uma série de aprendizados que podem ser aplicados em todos os outros aspectos da vida, incluindo, claro, o dia a dia do trabalho. Nesta volta ao jiu-jitsu, depois de vacinado, refleti sobre o quanto as lições que o tatame ensina servem também para a vida corporativa.

          1. Aprenda a suportar a pressão

Imagine que uma pessoa pesando cerca de 135 kg está deitada em cima de você, te empurrando contra o chão e procurando um jeito de te estrangular. Respirar é difícil, tudo dói, mas com o tempo você encontra um jeito de ficar ali embaixo esperando uma oportunidade para virar o jogo. Claro que, em uma empresa, isso seria considerado assédio (assim esperamos), mas as situações de pressão corporativa apenas aumentaram na pandemia, com todas as questões domésticas se somando ao dia a dia do trabalho. É o que algum gestor por aí poderia chamar de resiliência. E, para isso,...

          2. A respiração é essencial

...é preciso aprender a respirar para manter a calma em situações difíceis. A respiração correta aumenta a oxigenação do corpo, ajuda o metabolismo e, de forma geral, faz você se sentir melhor. Mas parar para respirar também ajuda a colocar a situação em perspectiva, para que você possa encontrar uma solução. Claro, você não precisa bancar o mestre Rickson Gracie no meio de uma reunião no Teams, mas parar para respirar direito quando você estiver nervoso ajuda muito.

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          3. Sempre há uma saída

Por mais desesperadora que seja uma situação, há sempre uma saída — nem que seja dizer “eu desisto”. Claro, se você tem mais recursos disponíveis vai conseguir se virar melhor para resolver um problema, e a ideia é vencer sempre. Mas às vezes, com um armlock encaixado, a solução é mesmo dar três tapinhas no adversário. Dizer “eu não consigo” no mundo corporativo ainda é um tabu, mas é inegável que essa frase também tem um poder libertador. O importante é você aprender com o que aconteceu, porque...

          4. Você nunca perde. Se você não ganha, aprende

Não existe derrota sem aprendizado, e mesmo lutadores experientes são subjugados de vez em quando, tirando lições de cada oportunidade e procurando melhorar. A mesma coisa acontece naquele projeto que não deu certo na empresa, ou naquela apresentação que foi um desastre. O único jeito é lamber as feridas e partir para o próximo — mas, agora, estando mais preparado e experiente.

          5. Sem diversidade não há desenvolvimento

De forma geral as empresas têm aprendido apenas recentemente a importância da diversidade, após muita pressão da sociedade. Sem diversidade, o jiu-jitsu não existiria. Para aprender, você precisa treinar com gente experiente e com iniciantes; com pessoas grandes e com pessoas pequenas; com magros e gordos; jovens e não-tão-jovens-assim (estou neste último grupo); homens e mulheres. E não importa sua cor, religião, gênero, posição política ou time de futebol — no tatame, você respeita todo mundo como igual, companheiro e adversário. É, sem dúvida, o ambiente mais democrático que conheço.

          6. Você nunca vai parar de aprender

Recentemente as escolas de negócio popularizaram o termo Lifelong Learning — passar a vida aprendendo. Claro, elas querem vender mais cursos, mas o aprendizado constante é mesmo necessário em um mundo que está sempre em transformação. Esta também é a base de todas as artes marciais. Sempre haverá algo novo a ser aprendido, sempre haverá uma situação nunca vista antes e, para tanto, uma possível inovação. Tudo evolui.

          7. A técnica é mais importante do que a força…

O jiu-jitsu foi criado para que um oponente menor subjugasse um maior. Para isso, usa-se principalmente técnicas de alavanca e estrangulamento — e a prática leva ao domínio. No trabalho, o ato de tentar resolver tudo pelo esforço é muitas vezes impulsivo, e com frequência esquece-se de buscar a melhor técnica, o método mais adequado, a ferramenta mais útil para determinada tarefa. Trabalhar muito não é sinal de sucesso, mas sim trabalhar de forma eficiente.

          8. ...porém, só não faz força quem não tem

Ouvi algumas vezes na vida que esforço faz 50% de um profissional. No tatame, se alguma técnica não funcionou de início, talvez uma forcinha extra faça acontecer. No trabalho, aquele ânimo extra também pode ser a diferença para o resultado final. Se você tem força — de vontade, principalmente — use-a. Só vai fazer bem.

*Rodrigo Pinotti é sócio-diretor da FSB Comunicação

Este é um conteúdo da Bússola, parceria entre a FSB Comunicação e a Exame. O texto não reflete necessariamente a opinião da Exame.

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