Em casos de urgência, a plataforma manda um alerta ao médico da corporação ligado à saúde preventiva para dar seguimento ao tratamento. (Sciepro/Getty Images)
Bússola
Publicado em 26 de janeiro de 2022 às 18h57.
A inteligência artificial é vista como a nova fronteira dos diagnósticos — e do tratamento — do câncer, com novas aplicações surgindo ao redor do mundo. Criada em 2020 pelos sócios Mávio Bispo (CEO), Filipe Guerra (CBO) e Jalingson Assis (CTO), a Viziomed é uma healthtech brasileira que usa inteligência artificial para descoberta precoce de câncer e outras doenças graves. A startup atua no modelo B2B (Business-to-Business) e já possui clientes como Prevent Senior, Azul Linhas Aéreas e grupo Big.
Conectando clínicas e hospitais de todo o Brasil, a Viziomed coleta exames de imagem como raio-x, mamografia e tomografia e envia alertas para as empresas parceiras, permitindo que seus funcionários possam tratar a doença em estágio inicial, reduzindo custos com plano de saúde, e muitas vezes tornando o tratamento possível.
“A tecnologia disponível hoje permite pensar a medicina de um novo jeito. Achamos que as empresas podem ajudar, nesse sentido, como uma ponte importante entre as novas aplicações e as pessoas”, afirma Mávio Bispo, CEO da startup.
Após a realização do exame, a Viziomed realiza uma triagem e classifica na plataforma por ordem de urgências aqueles em que há apontamento de irregularidades. Tudo acontece em apenas alguns segundos. Ao identificar casos de urgência, a plataforma também manda um alerta ao médico da corporação ligado à saúde preventiva, para dar seguimento ao tratamento do paciente com agilidade. Atualmente, a empresa está conectada com mais de cem clínicas e hospitais, em 16 estados brasileiros.
Segundo Filipe Guerra, CBO da Viziomed, assistência à saúde é a segunda maior despesa das empresas brasileiras. “O diagnóstico tardio de doenças graves resulta no aumento exponencial do custo do plano de saúde”, afirma.
O tratamento em estágio avançado muitas vezes implica em custos cem vezes mais altos. A depender do tipo de câncer, além de mais caro, o tratamento se torna quase inviável mais tarde. “Podemos ajudar as empresas a salvarem a vida dos colaboradores”, declara Guerra.
O câncer de pulmão, por exemplo, é o segundo mais comum em homens e mulheres no Brasil. De acordo com estimativas do Instituto Nacional do Câncer (Inca), o país teve cerca de 30 mil novos casos e 29 mil mortes pela doença em 2020. Em relação ao custo do tratamento, segundo o estudo “Lung Cancer in Latin America” publicado pelo The Economist, o gasto médio no tratamento da doença em estágio inicial é de R$ 4.774,00, enquanto em estágio avançado a média de gastos é de R$ 476.347,00.
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