Pacto da Equidade Racial anuncia a adesão de 15 novas empresas ao projeto (Divulgação/Divulgação)
Bússola
Publicado em 17 de abril de 2022 às 13h24.
Frente aos dados da ONU, divulgados no Fórum Econômico Mundial em 2019, que mostram que a desigualdade de gênero só será equilibrada daqui a 257 anos, se permanecer neste ritmo, que três mulheres criaram em 2020 a “Humana”, ONG pelos direitos humanos de meninas e mulheres, que surge do desejo de contribuir com o terceiro setor e para colaborar na formação de uma sociedade inclusiva, onde o grupo tenha autonomia para desenvolver e realizar seus planos de vida.
À frente do projeto estão a advogada e pesquisadora em direitos humanos e gênero Ana Marinho, a internacionalista e mestre em Economia Política Internacional Ana Laura Magalhães, e a jornalista e educadora financeira Mônica Costa.
O Brasil tem uma das maiores desigualdades de gênero na América Latina, ocupando o 22° lugar entre os 25 países da região. E, as maiores disparidades no país são verificadas na participação política e nos salários. Além de ser o 5° país mais violento para as mulheres no mundo.
Diante desse cenário, o objetivo da Humana é influenciar políticas públicas que promovam mudanças estruturais na sociedade, garantindo os direitos humanos de todas as meninas e mulheres. “Investimos na educação para potencializar a vida delas, sistematicamente excluídas e em vulnerabilidade socioeconômica”, declara Ana Marinho.
A Humana tem como matrona e conselheira da primeira turma de beneficiárias Nina Silva, CEO do Movimento Black Money & D'Black Bank, considerada pela revista Forbes em 2019 uma das 20 Mulheres Mais Poderosas do Brasil e, recentemente, eleita a mulher mais disruptiva do mundo em cerimônia do Women in Tech Global Awards em Portugal.
Para mapear e criar conexões entre coletivos já atuantes na luta pela igualdade de gênero e racial com empresas dispostas a investir socialmente na causa de forma estratégica, o projeto conta com parcerias institucionais, o Pinheiro Neto Advogados, Rede Mulher Empreendedora, Fin4She, Ticket, Movimento Bem Maior e Benfeitoria. A Humana tem como investidor social a Unidas, e a Sitawi como gestora financeira do fundo.
“Por meio de um mapeamento de coletivos ao redor do país, identificamos a capacidade de crescimento dessas meninas e mulheres e atuamos com o propósito de ser uma ponte entre o setor privado e a sociedade”, diz Mônica Costa.
O primeiro projeto da instituição é o Plano Vida que irá apoiar 30 beneficiárias, de 16 a 24 anos, do estado de Minas Gerais, que fazem parte do Coletivo Empodere MG. O projeto terá duração de dois anos com acompanhamento de uma articuladora social, pesquisa de impacto e inclusão produtiva e resultará em uma pesquisa com visão histórica e uma proposta para contribuir com soluções para problemas estruturais de desigualdade de gênero e interrupção do ciclo de pobreza e violência pela autonomia de mulheres.
A expectativa da instituição é criar uma rede de impacto para diminuir a desigualdade de gênero no Brasil através da distribuição do capital investido. Com o contexto social de cada região e uma ementa educacional própria, uma das principais ferramentas é a geração de pesquisa para conhecimento científico e influência em políticas públicas.
Para Ana Laura, a expectativa é que o projeto consiga evoluir ao mesmo tempo em que se preocupa com a evidência do que está sendo proposto. “Não é só focar na captação e no investimento social, mas também compreender a forma com que podemos contribuir para mudanças de longo prazo na vida dessas meninas e mulheres”, afirma.
A Humana também tem uma campanha aberta na Benfeitoria para arrecadação de doações para contribuir para o financiamento das atividades. Qualquer pessoa pode contribuir.
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