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Como uma musicista costarriquenha revoluciona festival em SC

Catalina Guevara Klein reforça a presença de mulheres do Festival Internacional Femusc que acontece até o dia 29 deste mês

Musicista leva mulheres para a liderança artística e administrativa do evento. (Bússola/Reprodução)

Musicista leva mulheres para a liderança artística e administrativa do evento. (Bússola/Reprodução)

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Publicado em 17 de janeiro de 2022 às 18h15.

Faz um ano e meio que a musicista costarriquenha Catalina Guevara Klein criou a fundação canadense Mount Parnassus, dedicada à inclusão de profissionais mulheres em orquestras e grupos de música antiga. Graduada em interpretação histórica pela Juilliard School em Nova York, Catalina coleciona muito mais que experiências isoladas positivas na integração artística feminina a um ambiente dominado por homens.

Um estudo recente realizado na Inglaterra (Donne Foundation), apontou que, na temporada das grandes orquestras mundiais de 2019 e 2020, apenas 8,2% dos concertos incluíam pelo menos uma peça de uma compositora mulher. 

Em 2022, é de Catalina a escolha do grupo docente (de mulheres, claro) do Festival Internacional Femusc, de Santa Catarina,  o mais importante do gênero de evento-escola do Brasil, e que busca este ano a formação de cinco mil músicos no Brasil.

A musicista leva mulheres para a liderança artística e administrativa do evento. Estruturando apresentações, entre elas um concerto sobre Juana Ines de La Cruz, ou simplesmente Sóror Juana, uma das principais escritoras do século 15, poetisa barroca, filósofa, dramaturga e freira.

A homenagem à Sóror Juana, ou a décima musa como é conhecida,  vai contar com instrumentos da época, como violino, flauta doce, fagote barroco, violoncelo, cravo, percussão, voz solista e um coral de quatro vozes. O evento ainda incluirá a música de compositores inspirados pela poesia de Sóror Juana, além de declamação de poemas da musa.

Dos 23 professores do Femusc em 2022, 14 são mulheres que trabalham em equipe com Catalina, Ariane Raizer, Sheila Pires, Haline David.

“Quando apoiamos o trabalho de uma mulher, valorizamos o trabalho de uma comunidade, do mundo inteiro. Quando ensinamos uma menina, abrimos oportunidades de forma igualitária”, declara a musicista.

Para a edição deste ano, Catalina trouxe a Fundação Mount Parnassus com o objetivo de valorizar e reforçar o papel da mulher na área da música antiga. Para ela, o trabalho da Fundação passa obrigatoriamente por apoiar a carreira das mulheres, no sentido da inclusão, mas também da justiça social.

Com apoio do governo de Alberta, no Canadá, a Mount Parnassus promove aulas, viagens, bolsa de estudo, aquisição de equipamento e aprendizado musical para meninas jovens musicistas. Para além do trabalho desenvolvido, Catalina diz sobre a importância de movimentos que tragam a discussão constante sobre igualdade de gênero.

“Precisamos muito mais que entender a desigualdade, precisamos desconstruí-la”, afirma Klein.

Femusc

A 17ª edição do Festival Internacional Femusc acontece até 29 de janeiro, em Jaraguá do Sul, Santa Catarina. O evento vai trazer homenagens ao centenário da Semana de Arte Moderna de 1922 e ao bicentenário da Independência do Brasil.

Durante o festival, estão programadas cerca de 50 apresentações, que serão transmitidas ao vivo pelas redes sociais do festival. Acompanhe toda a programação pelo site.

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