Em 2021, foram mais de três milhões de equipamentos especulados em editais do governo até outubro (Bússola/Reprodução)
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Publicado em 13 de dezembro de 2021 às 20h13.
Por Marielva Andrade Silva Dias*
O setor público vive o seu auge. Não só pela essencialidade da tecnologia, com o home office e as aulas a distância que aumentou a demanda por dispositivos individuais, mas pela renovação dos parques obsoletos do governo, uma vez que a pandemia acelerou a transformação digital também nesse segmento.
A cada ano, as instituições públicas executam seus planejamentos orçamentários para aquisição de tecnologia, renovam seus parques tecnológicos cujas garantias expiram, bem como se atualizam em relação às novas soluções decorrentes das grandes evoluções da tecnologia na busca de maior produtividade e manutenção de seus níveis de serviço.
Além da renovação do parque e da atualização tecnológica, o que já é rotina, a necessidade de adaptação aos novos modelos de trabalho e ensino remoto, reflexo da pandemia global (covid-19), provocou, principalmente na rede de ensino público, uma forte demanda por computadores e tablets numa corrida desenfreada para equipar seus alunos e professores.
Em 2021, foram mais de três milhões de equipamentos especulados em editais do governo até outubro. Este mercado vem demonstrando cada vez mais um grande potencial e o maior volume está voltado à educação. Mais de um milhão de equipamentos foram entregues para escolas de todo o país até outubro de 2021. A demanda repentina se deu pela obrigatoriedade de investimento anual na educação de 25% dos impostos arrecadados na esfera estadual e municipal e como as escolas não investiram em merenda, transporte ou material escolar em 2021 por conta da pandemia que as manteve fechadas, precisaram acelerar a compra desses equipamentos para usar o dinheiro que ficou parado.
O processo de seleção desses fornecedores é bastante rigoroso e exige aprovação técnica e jurídica das companhias que se propõem a participar dos editais de licitação, além de uma série de certificações para produtos, corporativas, meio ambiente, entre outras. O processo de aquisição como um todo é burocrático e lento, pois existem inúmeras leis federais, municipais e estaduais envolvidas, além dos 26 estados e do Distrito Federal, e dos 5.500 municípios e órgãos como Petrobrás que têm regulamento bastante específico.
As empresas de tecnologia são responsáveis por oferecer produtos e serviços para funcionamento deste setor, que inclui empresas estatais e mistas, autarquias, tribunais e demais órgãos das esferas federal, estadual e municipal. E, para atender às necessidades em relação à tecnologia, são desenvolvidos desktops, notebooks, tablets, smartphones, servidores, soluções de conectividade, software de gerenciamento e software de diagnóstico, seguindo rigorosamente de acordo com as especificações dos editais de órgãos de governo e empresas públicas.
As instituições públicas têm papel ativo na economia do país e das companhias privadas, e contam também com o auxílio dessas empresas para que os trâmites legais para a aquisição em processos de valores muito altos sejam seguidos da maneira correta. Uma dessas participações se dá na cotação que o governo faz por meio dos termos de referência, onde os fornecedores podem entrar e opinar sobre as novas tecnologias disponíveis, levando informação e conhecimento, utilizando-se do fato de estarem antenados às tendências e aos parceiros direcionadores de tecnologias.
*Marielva Andrade Silva Dias é vice-presidente de Negócios para Instituições Públicas na Positivo Tecnologia
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