Bússola

Um conteúdo Bússola

Como o grupo JCA revoluciona a relação com o transporte rodoviário

Grupo criou a e-bus, que acelerou as vendas de passagens via site e aplicativo por meio do engajamento e fidelização dos clientes

Gustavo Rodrigues, diretor-presidente do Grupo JCA (Divulgação/Divulgação)

Gustavo Rodrigues, diretor-presidente do Grupo JCA (Divulgação/Divulgação)

B

Bússola

Publicado em 3 de dezembro de 2021 às 18h00.

Última atualização em 3 de dezembro de 2021 às 18h42.

O grupo JCA, um dos principais conglomerados de empresas do transporte rodoviário de passageiros, detentor de marcas como as Viações Cometa, Catarinense e 1001, aplica o conceito de intraempreendedorismo na prática, investindo em desenvolvimento de novos produtos, serviços, tecnologias e posturas competitivas. Ele tem sido responsável por ajudar a companhia a revolucionar a relação dos clientes com o transporte rodoviário.

“Em iniciativas de intraempreendedorismo, é preciso enxergar desde o início como o novo negócio vai desenvolver e complementar a atividade principal da empresa, além de aproximar e conquistar um novo perfil de público-alvo. No nosso caso, as marcas tradicionais da JCA, já estabelecidas no mercado, garantem um extraordinário selo de qualidade e segurança, e fazem com que a receptividade das novas iniciativas alcance resultados muito superiores ao inicialmente planejado”, afirma Gustavo Rodrigues, diretor-presidente do grupo JCA.

E-bus

A e-bus, unidade de negócio digital e inovação, está permanentemente comprometida em trazer soluções ao mercado e tornar as viagens de ônibus cada vez mais atrativas para o cliente. As iniciativas do núcleo fizeram com que 60% das vendas de passagens das empresas da JCA passassem a ser feitas em ambientes digitais — sites ou aplicativos.

As mudanças são impulsionadas principalmente pela geração Z, pessoas com idade entre 16 e 24 anos, que vem provocando transformações em diversos hábitos e comportamentos, inclusive quando o assunto é viagem. Os jovens brasileiros nascidos na virada do século (64%), por exemplo, estão mais propensos a gastar com viagens do que com ensino superior. Segundo uma pesquisa realizada pela Expedia Group, este público apresenta ainda uma preferência por explorar o próprio país antes de conhecer terras estrangeiras e são os que mais utilizam ônibus como meio de transporte, além de usarem massivamente canais digitais como forma de fazer suas compras.

“A e-bus surgiu da vontade do grupo de implementar uma estratégia digital, que contemplasse especialmente a nova geração de consumidores. Os brasileiros começaram a redescobrir o ônibus, seja pela questão da sustentabilidade ambiental, economia, ou mesmo pela comodidade de rodar tranquilamente pelas estradas. Esse movimento é provocado pela mudança gradativa do perfil de passageiros e pela própria digitalização do mercado, fatores que abriram oportunidades de aprimorar os serviços e implementar novas iniciativas no segmento”, declara Rodrigo Trevizan, CEO da e-bus.

Por meio da e-bus, já foram implementadas soluções tecnológicas capazes de oferecer um serviço mais prático, ágil e intuitivo para os consumidores. A unidade funciona quase como um laboratório: as startups são usadas para testar features ainda pouco exploradas no setor rodoviário brasileiro.

“Quando dá certo, implementamos e, muitas vezes, replicamos nas outras empresas mais tradicionais do grupo. Então conseguimos criar um ecossistema saudável e de sinergia das marcas”, diz Gustavo.

Dentro dela, há diferentes startups focadas em trazer inovação para o setor rodoviário. Uma delas é a wemobi: lançada no segundo semestre de 2020, a plataforma de viagens chegou para oferecer experiência 100% digital e preços acessíveis, sem renunciar à qualidade e segurança. Com uma jornada totalmente online, o passageiro compra o bilhete e usa o QR Code para embarque. Tudo sem contato e com menor custo, com pontos de embarque e desembarque dentro e fora das rodoviárias.

A wemobi, por exemplo, não só tem tido uma resposta muito positiva do público como também serve de ‘cartaz’ para outras marcas da JCA, pois 80% de seus clientes atuais viajaram pela primeira vez com outras empresas do grupo após terem tido uma boa experiência com a wemobi.

Os consumidores da marca tendem a ser digitalmente engajados — cerca de 41% dos atuais clientes a conheceram por meio das redes sociais, principalmente no perfil no TikTok, que está com mais de 55.000 seguidores.

Trevizan fala que “existe também um grupo no Facebook com mais de 4.000 usuários e que foi criado por fãs: os welovers, que acabam sendo nossos porta-vozes indiretos e defensores da marca. A pegada mais moderna e tecnológica, agregada a passagens com preços acessíveis, são pilares muito atrativos e que fortalecem o branding da wemobi. Além disso, o público da marca apresenta maior preferência pelo turismo doméstico. Antes da pandemia, as pessoas estavam optando por planejar e realizar viagens mais longas, para fora do país ou para estados mais distantes de suas casas. Observamos que, agora, os viajantes buscam conhecer o próprio país”.

A startup realizou, no seu primeiro ano de operação, mais de 250.000 viagens entre São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná e Santa Catarina. Nos últimos meses, a wemobi começou atender nos trechos de Balneário Camboriú (SC), Londrina (PR), Maringá (PR), Florianópolis (SC), Niterói (RJ), Macaé (RJ) e Campo dos Goytacazes (RJ) e Cabo Frio (RJ), Ribeirão Preto (SP) e São José do Rio Preto (SP).

Além de anunciar a parceria com a Planalto Transportes, referência no segmento, passando a operar com uma nova estrutura de frota, incrementada com veículos de marcas parceiras. A estratégia faz parte do acelerado plano de expansão da plataforma, que espera chegar a 72 ônibus e estabelecer presença em 50 cidades até dezembro.

Na e-bus, há também a startup Outlet de Passagens, que disponibiliza bilhetes de ônibus a preços promocionais o ano inteiro para vários destinos nas regiões Sudeste e Sul do país para quem tem disponibilidade flexível para viajar, no qual se escolhe a data e um período de viagem (manhã, tarde ou noite) e, após a finalização da compra, é enviada a confirmação da empresa que irá operar o trecho, qual o horário exato da saída do ônibus e a poltrona disponibilizada — outra modalidade que a JCA inseriu de maneira pioneira no país e que, em um futuro próximo, deve abrir o leque de segmentos atendidos dentro da plataforma.

Outra iniciativa que teve uma boa recepção do público foi o clube giro, primeiro programa de fidelidade gameficado do setor rodoviário, concebido para funcionar como um jogo que oferece prêmios em virtude da própria interação do usuário. Diferentemente dos programas de fidelidade tradicionais, no clube giro os prêmios não estão ligados apenas com a realização de viagens, mas sim com toda interação realizada no aplicativo. Os participantes podem realizar diferentes desafios e, ao cumpri-los, recebem medalhas para resgatar recompensas.

A base de cadastrados no clube giro vem crescendo expressivamente, na proporção de 30% a cada mês. Neste primeiro ano de operação, o programa também aponta que cerca de 75% dos clientes interagem regularmente dentro do aplicativo e mais da metade já fez um resgate de pelo menos um prêmio, sendo as passagens de ônibus o benefício favorito. O perfil do usuário do programa é predominantemente adulto, sendo que mais de 60% estão na faixa etária de 21 e 40 anos.

“Mesclamos a forma de interagir com a de gerar prêmios, que não está relacionado apenas a frequência de viagens dos participantes, mas também a outros fatores complementares que acabam construindo essa relação e vínculo com as nossas marcas. Além de agregar valor à experiência do cliente, o conceito de ‘game’ do clube giro nos auxilia a entender um pouco mais os hábitos, comportamento e preferência de nossos clientes, para criar ações de fidelização, novos produtos e serviços cada vez mais personalizados e assertivos. Conseguimos otimizar a gestão dos nossos investimentos, que passam a ser cada vez mais aplicados em benefícios diretos para o nosso público final e menos em serviços de anúncio, por exemplo”, declara Márcia Martinez, gerente de clientes do grupo JCA e head do clube giro.

Pós-pandemia

No pós-pandemia, a tendência é que o digital se mantenha no setor, gerando uma maior adesão das compras online pelo site ou pelos aplicativos. O grupo JCA também enxerga que, como o orçamento de viagens foi reduzido no ano passado, o preço será um fator muito relevante na tomada de decisão dos consumidores, já que viagens terão um significado muito maior.

Para o CEO do grupo, Gustavo Rodrigues, “a tendência é que a transformação digital na venda de passagens online cresça ao longo dos próximos meses. O setor rodoviário está se adaptando ao ‘novo normal’ para oferecer a quem precisa viajar um serviço com segurança e conforto”.

A expectativa do grupo JCA é encerrar o último trimestre deste ano com um aumento de 40% em viagens rodoviárias, alcançando 75% do volume em dezembro — quando comparado com 2019. Para o primeiro semestre de 2022, espera alcançar 90% em relação à pré-pandemia. Dentro da e-bus, a meta para o próximo ano da wemobi é operar com 300 ônibus na plataforma; já o clube giro espera alcançar 2 milhões de clientes cadastrados no aplicativo. Na frente logística, a Buslog prevê um aumento de 30% no transporte de encomendas, enquanto a Opção Fretamento & Turismo estima fazer a gestão de 1.200 ônibus no negócio.

Protocolos

O momento, porém, ainda exige cuidados contínuos, e por isso os consumidores buscam alternativas seguras para viajar, outro fator que impacta diretamente na demanda por ônibus rodoviários. No grupo JCA, a higienização de seus veículos é realizada após cada viagem, utilizando produtos focados em eliminar bactérias e vírus, incluindo a vaporização interna para desinfecção de todas as superfícies. Testes de qualidade são aferidos periodicamente para assegurar um ambiente esterilizado e seguro, é disponibilizado álcool em gel na entrada dos ônibus, além de ser obrigatório o uso de máscara de proteção durante toda a viagem.

Siga a Bússola nas redes: Instagram | Linkedin | Twitter | Facebook | Youtube

Veja também

Acompanhe tudo sobre:empresas-de-tecnologiaInovaçãoÔnibusTransportes

Mais de Bússola

Entidades alertam STF para risco jurídico em caso sobre Lei das S.A

Regina Monge: o que é a Economia da Atenção?

Brasil fica na 57ª posição entre 67 países analisados no Ranking Mundial de Competitividade Digital 

Gilson Faust: governança corporativa evolui no Brasil, mas precisa de mais