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Como IoT e inteligência artificial estão reduzindo acidentes de trânsito

Campanha Maio Amarelo e tecnologia trabalham juntas na redução de acidentes

Foco das campanhas geralmente está no comportamento do condutor (ALOISIO MAURICIO/Estadão Conteúdo)

Foco das campanhas geralmente está no comportamento do condutor (ALOISIO MAURICIO/Estadão Conteúdo)

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Publicado em 27 de maio de 2022 às 15h50.

Última atualização em 27 de maio de 2022 às 16h19.

Por Diego Pereira*

Todos os anos a campanha Maio Amarelo, coordenada entre o poder público e a sociedade civil, coloca em pauta o tema da segurança no trânsito e chama a atenção para os altos índices de vítimas. Segundo os dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), em média, 1,35 milhão de vidas são perdidas anualmente nas estradas.

O foco das campanhas geralmente está no comportamento do condutor, e não à toa. Um levantamento feito pela OMS comprovou que 90% dos acidentes de trânsito no Brasil são causados por fator humano. Excesso de velocidade, uso do celular ao volante e falta de equipamentos de segurança, como o cinto, são alguns dos exemplos de comportamentos de risco ao volante. Segundo os dados do Registro Nacional de Infrações de Trânsito (Renainf), só no ano de 2021, 246.438 descumprimentos das regras em vigor foram registrados por uso de celular.

Diante deste caminho nebuloso, a direção defensiva dos motoristas de frotas é uma das principais preocupações dos gestores. E para lidar com isso são primordiais os treinamentos constantes que reforçam as medidas de segurança no trânsito. Além disso, inovações na tecnologia, como a Internet das Coisas (IoT), ganham cada vez mais destaque e novas ferramentas nascem para aperfeiçoar as condições de segurança, proteger os funcionários e oferecer dados que orientem melhor os motoristas na conduta correta de direção defensiva. É o caso das câmeras de segurança instaladas nos veículos.

Entre abril e outubro de 2020, a Amazon testou a tecnologia das Dashcams — ferramenta de inteligência artificial que identifica comportamentos de direção não responsiva, em mais de 3,2 milhões de quilômetros de rotas de entrega. Segundo Deborah Bass, porta-voz da empresa, as melhorias para a segurança foram notáveis. Ela cita, por exemplo, que os acidentes diminuíram 48%; as violações de sinais de parada diminuíram 20%; o ato de dirigir sem cinto de segurança diminuiu 60%.

Reduzir os acidentes nas ruas é uma preocupação para toda a sociedade, e prevenir os erros humanos é a forma mais eficiente de melhorar a segurança. Por isso, já conseguimos notar um resultado extremamente bem-sucedido nas empresas que estão implementando políticas e tecnologias para aprimorar o modo de condução e reduzir distrações atrás do volante.

E para garantir a segurança das frotas nos deslocamentos é importante estar sempre atento aos veículos e seguir boas práticas de gestão. Entre as mais recomendadas estão as análises de dados de condução e leitura simultânea dos comportamentos em trânsito. Plataformas que compilam informações importantes para identificar e minimizar riscos.

Atualmente, os sistemas compilam milhões de dados e atuam de forma proativa para auxiliar o gestor a melhorar a condução de sua operação e trazer evolução para os processos e agilidade na tomada de decisão. O acompanhamento completo de relatórios detalhados permite que tanto os gestores quanto os motoristas transformem dados em análises profundas para buscar melhorias na operação de campo.

Com essa informação em mãos é possível trabalhar, por exemplo, com feedbacks mais práticos e desenvolver incentivos para uma transformação legítima no comportamento na direção. Esses dados também podem resultar em treinamentos mais avançados, capazes de uma renovação constante que envolve todos os perfis de colaboradores e frotas.

Quando o Maio Amarelo chega e joga luz ao alto índice de mortes e feridos no trânsito no Brasil e no mundo, ele ilumina também o papel de todos nós na reversão destes dados, e abre caminho para que esse assunto seja debatido, ampliado e desenvolvido em todos nos 12 meses do ano.

*Diego Pereira é Chief Product Officer (CPO) da Cobli, empresa de gestão de frotas que descomplica e potencializa a operação dos seus clientes.

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