Bússola

Um conteúdo Bússola

Como esta pequena empresa gera 41 mil toneladas de créditos de carbono

Em parceria com a Sustainable Carbon, Kitambar investiu em biomassa como resíduos de caju e casca de coco, para reduzir suas emissões

Kitambar investe em prol da sustentabilidade (Thithawat_s/Getty Images)

Kitambar investe em prol da sustentabilidade (Thithawat_s/Getty Images)

B

Bússola

Publicado em 28 de outubro de 2022 às 15h00.

Anualmente, a empresa brasileira de pequeno porte Kitambar Artefatos e Cerâmicas de Caruaru (PE) gera cerca de 41 mil toneladas de créditos de carbono que são comercializados para cerca de oito empresas, incluindo algumas companhias internacionais. Vale ressaltar que um crédito de carbono é gerado a cada tonelada de carbono que deixa de ser emitida na atmosfera.

A história da Kitambar começou em 1976, quando foi fundada como uma pequena produtora de telhas e tijolos na cidade de Caruaru, no agreste pernambucano, usando lenha nativa da caatinga para mover os seus processos de produção.

Quase 40 anos depois, em 2007, a virada rumo à produção sustentável veio quando Antonio Marcos Barbosa, sócio e filho do fundador da Kitambar, conheceu o mercado de créditos de carbono por meio de uma palestra da empresa Sustainable Carbon, especialista no desenvolvimento de projetos de reduções de emissões e de soluções ligadas ao gerenciamento de bases de efeito estufa, os GEEs.

Instigado, Antônio decidiu implementar o conceito na empresa, reduzindo o seu impacto ambiental e tornando-a mais sustentável. Assim, agora já em parceria com a Sustainable Carbon, a Kitambar investiu em equipamentos que possibilitam que os fornos sejam alimentados com biomassa, como resíduos de poda de caju e casca de coco. A mudança proporcionou uma redução considerável de emissão de GEEs na atmosfera e uma verdadeira revolução na empresa.

O uso de energia renovável é iniciativa da Kitambar alinhada à estratégia da Confederação Nacional da Indústria (CNI) rumo a uma economia brasileira de baixo carbono, baseada em quatro pilares, sendo um deles a transição energética.

“Com a redução nas emissões de gases de efeito estufa, a empresa consegue gerar créditos de carbono – ou seja, a cada tonelada de carbono que deixou de emitir na minha indústria, gerou um crédito que pode ser comercializado no mercado voluntário”, afirma Antônio.

Ele diz que “além da preocupação com a sustentabilidade, a Sustainable Carbon nos estimula a realizar ações sociais e ambientais como parte desse processo”. Entre as ações de responsabilidade ambiental levadas adiante pela Kitambar, ele cita o uso de matérias-primas legalizadas, como argilas, e a implantação de um sistema de captação de água de chuva.

Mas não é só. “A gente substituiu a lenha da Caatinga por lenha proveniente de reflorestamento e madeiras que não são nativas; assim, reduzimos o desmatamento da Caatinga e preservamos as áreas verdes que, consequentemente, auxiliam na compensação de parte do CO2 emitido, junto a essa substituição do combustível”, diz Antonio.

Entre as ações sociais que se somam às práticas sustentáveis, Antônio conta que a Kitambar apoia a comunidade de Caruaru de diversas formas. A empresa já apoiou o Instituto do Câncer Infantil do Agreste (Icia), que realiza tratamento médico para crianças com câncer.

Recentemente, realizou a ação “Inverno do Bem”, que doou cobertores para moradores de rua e de comunidades carentes. A empresa também doa materiais de construção e faz contribuições financeiras para abrigos de idosos e grupos que fornecem alimentação para moradores de rua.

A opção por tornar sua produção mais sustentável, utilizando biomassa renovável ao invés da lenha nativa da caatinga, conferiu à empresa o Prêmio Sistema FIEPE (Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco) de Sustentabilidade Ambiental, na categoria Emissões Atmosféricas.

Siga a Bússola nas redes: Instagram | Linkedin | Twitter | Facebook | Youtube

VEJA TAMBÉM:

Acompanhe tudo sobre:CarbonoInovaçãoPernambucoSustentabilidade

Mais de Bússola

Entidades alertam STF para risco jurídico em caso sobre Lei das S.A

Regina Monge: o que é a Economia da Atenção?

Brasil fica na 57ª posição entre 67 países analisados no Ranking Mundial de Competitividade Digital 

Gilson Faust: governança corporativa evolui no Brasil, mas precisa de mais