Hand of a trainer addressing group of females sitting in a conference hall. Female hand against defocused group of women attending seminar. (izusek/Getty Images)
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Publicado em 7 de fevereiro de 2025 às 15h00.
Por Luiza Caixe Metzner*
Engajar colaboradores em 2025 exige mais do que benefícios superficiais ou discursos motivacionais vazios. Em um mundo de trabalho cada vez mais dinâmico, os líderes de Recursos Humanos enfrentam desafios que demandam uma abordagem mais profunda e estruturada. Segundo a Gartner, as principais prioridades dos líderes de RH para o próximo ano giram em torno de cinco pilares essenciais: desenvolvimento de líderes e gestores, cultura organizacional, planejamento estratégico da força de trabalho, gestão de mudanças e tecnologia de RH.
Der acordo com Tracy Maylett e Paul Warner em seu livro MAGIC, existem cinco chaves para promover o engajamento; são elas: Significado (Meaning), Autonomia (Autonomy), Crescimento (Growth), Impacto (*Impact *) e Conexão (Connection).
O significado está relacionado a trazer clareza ao propósito do trabalho. "Qual o valor do meu trabalho? Como ele impacta a companhia?" Já a autonomia reflete a forma como permitimos que os colaboradores tomem decisões ou ao menos sejam envolvidos nelas. O crescimento está relacionado às oportunidades de aprendizagem e carreira, enquanto o impacto diz respeito a como a atividade do colaborador é relevante e valorizada pela empresa. Por fim, o ambiente e as rotinas de trabalho devem promover conexões entre as pessoas, pois "só através das relações humanas é que o indivíduo se sentirá pertencente e envolvido em um propósito maior."
A base do engajamento está no desenvolvimento da liderança e na cultura organizacional. Gestores capazes de guiar suas equipes com clareza, transparência, escuta ativa e comportamento empático terão sucesso na promoção do engajamento. No entanto, 75% dos líderes de RH acreditam que os gestores estão sobrecarregados e 70% afirmam que os programas de liderança atuais não preparam adequadamente para os desafios futuros. Isso revela um vácuo de preparação que pode minar o engajamento dos colaboradores. Para construir uma liderança realmente eficaz, é necessário adotar uma abordagem contínua de desenvolvimento, que integre aprendizado prático e conexões reais com os desafios do dia a dia.
A cultura organizacional também desempenha um papel crucial nesse processo. Uma cultura coerente e ética impulsiona o engajamento, mas a realidade é que 57% dos líderes de RH acreditam que os gestores não reforçam os valores da empresa e 53% afirmam que os líderes não se sentem responsáveis por demonstrá-los. Esse desalinhamento gera um ambiente de desconfiança e desconexão, tornando fundamental que a cultura organizacional não seja apenas declarativa, mas vivida e praticada por todos, especialmente pelos líderes.
Outro aspecto crítico para o engajamento é o planejamento estratégico da força de trabalho. Atualmente, apenas 15% das empresas adotam esse tipo de planejamento de forma estruturada. A falta de visão de longo prazo compromete a capacidade de antecipação de demandas e a adequação das habilidades necessárias para enfrentar os desafios futuros. Ao investir em uma abordagem baseada em dados e análise preditiva, as organizações podem direcionar melhor seus esforços para desenvolver talentos internos e garantir um alinhamento estratégico com as necessidades do negócio. Mas isso não é fácil em um cenário de constantes mudanças e incertezas.
A gestão de mudanças é outro fator determinante para o engajamento dos colaboradores. A pesquisa da Gartner indica que 73% dos líderes de RH reconhecem que os funcionários estão experimentando fadiga de mudanças e 74% afirmam que os gestores não estão preparados para liderar transformações organizacionais. Em um ambiente de constantes mudanças tecnológicas e estruturais, é essencial que as empresas preparem suas lideranças para conduzir essas transições de maneira mais humana, garantindo que os colaboradores sintam-se parte do processo e compreendam seu papel na evolução da organização.
Por fim, a tecnologia de RH emerge como um elemento central para engajar colaboradores. O estudo revela que 55% dos líderes de RH relatam que as tecnologias atuais não atendem às necessidades em evolução dos negócios e 51% afirmam não conseguir medir o retorno sobre esses investimentos. A adoção de soluções inovadoras, como inteligência artificial e automação, pode otimizar processos e proporcionar uma experiência mais fluida para os colaboradores, permitindo uma gestão mais estratégica e personalizada das pessoas.
Engajar colaboradores em 2025 significa compreender que o engajamento não é um evento pontual, mas um processo contínuo que exige liderança eficaz, cultura viva, planejamento estratégico, capacidade de gestão de mudanças e uso inteligente da tecnologia.
As empresas que conseguirem integrar esses elementos estarão mais preparadas para criar ambientes de trabalho inspiradores e produtivos, onde os funcionários sintam-se valorizados, engajados e alinhados aos objetivos organizacionais.
*Luiza Caixe Metzner é diretora de RH na Paschoalotto.
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