A Usina Hidrelétrica de Jirau, no Rio Madeira (Jirau/Divulgação)
Repórter Bússola
Publicado em 16 de outubro de 2023 às 16h23.
Última atualização em 16 de outubro de 2023 às 16h42.
Em 2012, ESG ainda não era um termo tão popular entre as empresas, mas ao planejar a construção da sua usina hidrelétrica na região amazônica, a Jirau Energia já colocava em foco a importância do meio ambiente. O projeto inicial passou por avaliação baseada em protocolo do Conselho de Sustentabilidade Hidroelétrica. 11 anos depois, a usina se tornou a primeira brasileira e a segunda em todo o mundo a receber o mais alto nível de certificação do Conselho, de acordo com a Norma de Sustentabilidade Hidroelétrica estabelecida em 2021.
A 120 km de Porto Velho (RO), a Usina Hidrelétrica de Jirau está instalada no curso do Rio Madeira, gerando energia renovável a partir de 50 unidades que somam 3.750 MW. Ela é a quarta maior geradora de energia elétrica do Brasil e a primeira no ranking de disponibilidade operacional, segundo o Operador Nacional do Sistema ONS. A certificação do Conselho foi garantida após um processo de avaliação independente, conduzido de forma rigorosa por uma equipe de avaliadores credenciados.
O desempenho do projeto excedeu os parâmetros base de boas práticas, alcançando pontuações superiores a 60% em todos os requisitos avançados para cada um dos 12 tópicos Ambientais, Sociais e de Governança (ESG) descritos na Norma de Sustentabilidade Hidroelétrica. Após o processo, a consulta pública foi disponibilizada por um período de 60 dias, permitindo que as partes interessadas analisassem e comentassem as conclusões da avaliação.
“Estamos muito felizes e honrados por termos alcançado essa certificação inédita no Brasil. Nós nos empenhamos desde o início do projeto em sermos sustentáveis e ‘superação’ é a palavra que resume a memória que tenho da época da construção. Este ano, comemoramos 10 anos de operação e esse prêmio chega como um importante reconhecimento a todo nosso trabalho”, destaca Maurício Bähr, CEO da ENGIE Brasil e Presidente do Conselho de Administração da Jirau Energia.
Lançada em setembro de 2021 a Norma de Sustentabilidade Hidroelétrica, do Conselho de Sustentabilidade Hidroelétrica, incentiva e reconhece projetos hidrelétricos em todo o mundo pelo seu desempenho ESG. O processo de avaliação considera 12 tópicos. Em tradução livre:
Antes da Norma, o Conselho tinha o Protocolo de Avaliação de Sustentabilidade Hidroelétrica (HSAP), pelo qual passou o projeto da Usina de Jirau. Segundo Edson Silva, diretor-presidente da Jirau Energia, a certificação foi uma conquista garantida pela dedicação inicial e pela atenção contínua a todos os aspectos da sigla ESG. “Nossos esforços não se restringem às questões ambientais. Nós também mantemos programas voltados para o desenvolvimento e a capacitação da população da região e grupos específicos, como os pescadores. Esse compromisso é evidenciado nos resultados da avaliação. A Jirau é uma prova de que é possível se desenvolver infraestrutura de forma responsável na região amazônica.”, destaca.
Desde 2012, com o objetivo de garantir a preservação da biodiversidade da região, a companhia investe em estudos de monitoramento das espécies nativas do entorno da usina. A recuperação das áreas que sofreram interferência por conta das obras é uma importante frente de atuação. Atualmente, 630 hectares estão sendo reflorestados com o apoio de 28 viveiros familiares, o que também gera renda para esses pequenos produtores rurais. O trabalho é certificado pelo IBAMA, como boas práticas no licenciamento ambiental.
“Jirau é integrada econômica, ambiental e socialmente à região onde está instalada”, resume Edson. O executivo explica que a companhia também segue investindo no desenvolvimento da Nova Mutum Paraná, construída para ser a nova moradia das famílias que habitavam a beira do Rio Madeira e foram realocadas para permitir a construção da usina. O distrito tem mais de dois milhões de metros quadrados de extensão e capacidade para receber seis mil pessoas. Com áreas de cidade já consolidadas, Nova Mutum Paraná conta com saneamento básico, ruas asfaltadas, escolas públicas, creches, iluminação pública, telefonia, igrejas, internet e diversidade de atividades comerciais e de lazer.
A usina também contribui com a redução das emissões de gases de efeito estufa. Certificada pela ONU, ela é o maior projeto de energia renovável do mundo registrado no Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), evitando a emissão de seis milhões de toneladas de CO2 por ano.
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