Bebida apresentou 95,45% de conformidade, superando a média geral de 81,8% (Rattankun Thngbun/Getty Images)
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Publicado em 25 de março de 2024 às 10h00.
A indústria de bebidas não alcoólicas tem atuado firmemente para contribuir na redução de açúcar em todo o seu portfólio. É o que atesta o estudo mais recente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) sobre o monitoramento do teor de açúcares em produtos industrializados, divulgado no dia 12 de março.
A origem do relatório remonta a 2018, quando foi pactuado um acordo voluntário entre o Ministério da Saúde e associações do setor de alimentos e bebidas, estabelecendo metas para reduzir o consumo médio de açúcares, sódio e gordura mediante monitoramento técnico contínuo.
Para compor o relatório, foram coletadas 135 amostras de 11 categorias distintas. Refrigerantes, néctares e refrescos representaram 45% do total de amostras analisadas.
“O relatório demonstra que o acordo vem sendo cumprido com louvor pelas empresas. O setor de bebidas não alcoólicas se orgulha em fazer parte da solução, não só nessa agenda como em outras de diversas temáticas, com fortes compromissos. Esse resultado foi obtido por meio da ciência, inovação e de um portfólio bastante diversificado. É a comprovação de que estamos oferecendo ao consumidor produtos alinhados com dietas equilibradas, cada vez mais acessíveis, saborosas e modernas”, comenta Victor Bicca, presidente da ABIR.
O documento destaca, ainda, que a média do teor de açúcar encontrada foi 6,62 g/100ml, o que representa um valor 37,55% menor do que a meta pactuada (10,6 g/100 ml). Nesse contexto, a ANVISA considerou que todas as marcas de refrigerantes estavam em conformidade com o estabelecido no acordo voluntário.
Para a nutricionista Sueli Longo, diretora do Instituto Harmonie, “o fato de os refrigerantes apresentarem uma quantidade menor de açúcar em suas formulações é um avanço, mas não significa que estão liberados. As pessoas têm que ter responsabilidade, gerenciando suas escolhas e quantidades a serem consumidas”.
A especialista contextualiza que a OMS (Organização Mundial de Saúde) indica a necessidade mundial de reduzir o consumo de açúcar, sal e gordura. “Os governos têm que adotar medidas para que essa recomendação se torne efetiva, evitando que o consumo destes itens em quantidade favoreça o desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis. Foi dentro desse cenário que a ANVISA firmou este pacto”.
Victor Bicca complementa: “está claro que não há mais espaço para vilanização. O próprio Ministério da Saúde já apontou em sua pesquisa Vigitel que, enquanto a obesidade avançou 105, 9% no país, a frequência de consumo regular de refrigerantes caiu 51,8%. Nosso setor tem buscado a ampliação de seus portfólios para oferecer o que as pessoas procuram nas diferentes ocasiões. Estamos alinhados às mudanças nos hábitos de compra. A indústria vem, há anos, ampliando seu portfólio com opções zero açúcar e sem adição de conservantes. Também foram lançadas embalagens em tamanhos diferenciados”.
Nesse sentido, e buscando contribuir para a melhoria da qualidade nutricional da alimentação infantil, as indústrias de não alcoólicos apostaram na autorregulação. Adaptaram o portfólio vendido às escolas, para onde só são distribuídos produtos como água, água de coco, sucos 100% de frutas ou vegetais e bebidas à base de leite.
Os membros da ABIR, desde 2016, também formaram o compromisso de não fazer comunicações de marketing na mídia na qual a audiência tenha um público de 35%, ou mais, composto por crianças com idade inferior a 12 anos, auditado anualmente pela KPMG.
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