Millennials são os que respondem melhor à estratégia (Manuel Breva Colmeiro/Getty Images)
Bússola
Publicado em 14 de outubro de 2022 às 18h45.
Última atualização em 14 de outubro de 2022 às 19h14.
A gamificação é uma ferramenta que tem crescido no mercado como uma forma de incentivar e dar ânimo aos colaboradores. Esta estratégia consiste no processo de transformar uma tarefa de outro contexto em dinâmica de jogo, adicionando recompensas, pontuação e desafios.
Tudo isso a fim de melhorar o engajamento em sua realização ou mudar o comportamento em relação a determinada atividade a ser executada. Mas por que investir em gamificação? Em primeiro lugar, a produtividade das equipes aumenta em 90% com a implementação da gamificação, junto com a conscientização das metas do grupo que aumentam em 86%, de acordo com um levantamento da ResearchAndMarkets.com.
Mas antes mesmo de sair implementando uma estratégia de gamificação é preciso avaliar o perfil dos colaboradores. Por exemplo, os millennials, geração das pessoas nativas digitais, já são mais de 50% dos colaboradores nas empresas. E diante da familiaridade com o mundo digital, a aplicação de atividades por meio da gamificação pode ser um fator primordial para o engajamento nas atividades internas.
Além disso, é importante reforçar que os brasileiros são um dos mais interessados e engajados em games. Segundo a Pesquisa Game Brasil deste ano, 74,5% dos brasileiros alegam ter o costume de jogar jogos digitais e 84,4% dizem que jogam para se divertir. Sendo assim, é vantajoso para sua empresa aplicar a estratégia de gamificação visto que deste modo os colaboradores iriam se divertir com atividades em formato de jogo e assim fazendo com que ele atinja os objetivos com mais facilidade. Mas além de engajar os colaboradores, a gamificação também tem outras funcionalidades dentro das organizações?
Sim, ela pode ser uma série de outras funções e trabalhar em prol de aumento de produtividade, foco, determinação, autoavaliação e acompanhamento de desempenho. Em resumo, a gamificação é versátil e serve para facilitar o empenho dos colaboradores no trabalho, transformando aquelas tarefas que podem ser consideradas difíceis e desagradáveis em algo leve e divertido.
A Ford, por exemplo, estava com dificuldades internas de fazer com que seus colaboradores acessassem o portal de e-learning da empresa. Sendo assim resolveu aplicar a gamificação para desenvolver jogos que tinham o objetivo educativo de ajudar as equipes de vendas a conhecer melhor os novos modelos de carros, financiamentos, tecnologias, entre outros. O que se viu depois foi um aumento de 417% no uso dos portais, melhoria nas vendas e uma maior satisfação dos clientes, atingindo todas as pontas de serviços da empresa.
Além deles, a Todeschini, uma das maiores fabricantes de móveis planejados da América Latina, também investiu na gamificação para estimular o time de vendas a conseguir mais pedidos de orçamentos e, depois de três meses de uso da estratégia, o número de pedidos cresceu em 18% e o de novos clientes em 19%. Outro exemplo é a Samsung, que usou a gamificação como estratégia para fidelização dos clientes finais ao invés do engajamento da equipe interna. Exemplos não faltam, mas você deve estar se perguntando. Ok, já entendi a efetividade e aplicação, mas qual é o custo para implementar uma estratégia de gamificação?
Quando falamos sobre os custos de ambientes gamificados, tudo é muito variável, uma vez que os valores dependem de acordo com o desejo da empresa. No geral, projetos pequenos e médios podem custar cerca de R$ 5 mil a R$ 30 mil. Para softwares com histórias, narrações, diversos personagens, o valor costuma ser mais alto. Porém, para jogos mais simples os valores podem ser muito mais acessíveis.
Então, para decidir qual é o ideal para a empresa, é preciso ponderar o objetivo final dessa ação. Por vezes, vale mais a pena investir em uma gamificação mais simples com recompensas virtuais e físicas do que desenvolver rebuscados softwares que podem não trazer tanto resultado para o negócio. Tudo depende do perfil do colaborador ou cliente final.
Apesar de ter um custo consideravelmente alto, quando bem aplicada, a gamificação também pode ser um agente para diminuição de gastos para a empresa, uma vez que, ela pode reduzir as faltas de trabalho, atrair novos clientes, fidelizá-los, entre outros.
Para além dos ambientes gamificados em apps, também é possível usar a gamificação em experiências pontuais de realidade aumentada e virtual. Estas são duas tecnologias que proporcionam experiências sensoriais visuais muito ricas e devem impulsionar o design da próxima geração de jogos corporativos. O cérebro é naturalmente “programado” para desfrutar de jogos, devido às experiências emocionais que eles proporcionam, portanto, experiências como essas que são totalmente imersivas unidas a elementos de design de jogo e de aprendizagem, as tornam um espaço natural para uma estratégia de gamificação que gera resultados.
*Hendrik Machado é fundador e CEO da Pontomais
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