Aprendizado contínuo é a fonte para que os colaboradores adquiram e aprimorem habilidades essenciais para otimizar sua vida. (illustration/Getty Images)
Bússola
Publicado em 21 de fevereiro de 2022 às 17h05.
Por Iona Szkurnik*
“The Great Resignation'' ou “A Grande Renúncia”, em tradução livre, foi um termo criado por Anthony Klotz, professor de gestão da Mays Business School da Texas A&M University, para nomear os números recordes de demissões que ocorreram aqui nos Estados Unidos em 2021.
A pandemia do coronavírus serviu como um catalisador de uma crise existencial dos trabalhadores que já estavam cansados de líderes autoritários, ambiente de trabalho tóxico, desvalorização e má remuneração. Não à toa, a Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou a síndrome de burnout como doença ocupacional em 2022. Esses foram e ainda são alguns dos fatores que contribuem para a rotatividade em massa nas corporações.
Diante desse cenário, as empresas já estão começando a se mexer para reter seus talentos com aumento de salários e melhoria do pacote de benefícios. A Amazon, por exemplo, ampliou o teto salarial de seus funcionários de US$ 160 mil para US$ 350 mil (cerca de R$ 1,8 milhão), um reajuste de quase 120%. Já empresas como Bumble e Hootsuite estão dando uma semana de folga extra no ano para todos os funcionários da empresa para descanso e saúde mental.
Mas, se engana quem pensa que é apenas isso que os profissionais procuram. Em uma pesquisa recente da empresa de recrutamento Robert Half, quase metade dos participantes disseram que pretendem procurar outro emprego neste ano. Os motivos? Remuneração, mudança de carreira e o desejo de inovar ou aprender algo novo.
Sabendo disso, fica a pergunta: Como um ecossistema de aprendizagem pode ajudar a criar ações para reter talentos e diminuir a taxa de turnover de sua empresa?
O porquê da cultura de aprendizagem
A cultura de aprendizagem existe para oferecer opções de desenvolvimento tanto profissional como pessoal aos colaboradores. Parece óbvio, mas vamos lembrar que com as rápidas mudanças por consequência da transformação digital, investir no colaborador traz resultados diretos tanto para os funcionários quanto para a empresa.
O aprendizado contínuo (lifelong learning) é a fonte para que os colaboradores adquiram e aprimorem habilidades essenciais para otimizar sua vida e seu trabalho nos dias de hoje — sejam as chamadas hard skills como metodologias ágeis ou as soft skills como mindfulness. E os grandes talentos sabem apreciar e valorizar a empresa que investe e oferece as melhores oportunidades para que eles sejam mais produtivos, aprimorem suas habilidades e avancem em suas carreiras.
Ao mesmo tempo, as empresas que incentivam e oferecem um ecossistema de aprendizagem, aumentam a satisfação e a retenção de seus colaboradores, reduzindo as chances de pedidos de demissão. Um profissional bem capacitado e que frequentemente se atualiza, está pronto para promover mudanças e solucionar problemas. Com isso, elas também aumentam as chances de se tornarem líderes de mercado em pelo menos 30%, segundo uma pesquisa da consultoria Bersin. É o famoso ganha-ganha.
*Iona Szkurnik é fundadora da Education Journey, plataforma focada em desenvolver o ecossistema de inovação na educação, e co-fundadora e membro do Conselho da Brazil at Silicon Valley.
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