A Eneva possui capacidade de produção de 600 metros cúbicos de gás natural por dia no Complexo do Parnaíba, em Santo Antônio dos Lopes (MA) (Eneva/Divulgação)
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Publicado em 25 de setembro de 2024 às 13h00.
Última atualização em 25 de setembro de 2024 às 14h56.
O Brasil vai ganhar o primeiro corredor rodoviário para caminhões a gás natural do país. A Eneva, operadora de gás natural, vai fornecer GNL (Gás Natural Liquefeito) para frota de caminhões da Virtu GNL. O combustível será utilizado no processo de logística de distribuição da Yara Brasil, líder global em nutrição de plantas.
A operação será iniciada pelo Maranhão, com previsão de expansão para outros estados. A assinatura do contrato de transporte foi feita nesta terça-feira (24), na feira ROG-e, um dos principais eventos do setor de óleo e gás, e com a presença do ministro dos Transportes, Renan Filho.
“Estamos dando um passo importante rumo a descarbonização do país com a introdução do gás natural no transporte pesado. Ele substitui o diesel, um combustível mais poluente e que em boa parte é importado, por um combustível mais limpo e totalmente nacional”, afirmou Marcelo Lopes, diretor executivo de Marketing, Comercialização e Novos Negócios da Eneva.
O escopo do contrato da Yara prevê o transporte de 50 mil toneladas de fertilizantes por ano, a partir de janeiro de 2025, utilizando caminhões movidos a GNL fornecido pela Eneva, reduzindo em 20% as emissões de gases de efeito estufa (CO2) e em 90% a emissão de NOx e SOx (gases nocivos à saúde).
“A adoção de uma matriz de transporte mais eficiente, de menor custo e impacto é fundamental para nos tornarmos uma empresa neutra em carbono até 2050” afirma Alberto Rodrigues, diretor de Logística da Yara Brasil.
“Yara é uma empresa que compartilha nosso compromisso com a descarbonização. Estamos entusiasmados com essa parceria”, diz José de Moura Jr., CEO da VirtuGNL.
A Eneva possui capacidade de produção de 600 metros cúbicos de gás natural por dia no Complexo do Parnaíba, em Santo Antônio dos Lopes (MA). Na região conhecida como corredor do Matopiba, rota que abrange Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, há um consumo elevado de combustíveis que podem ser substituídos pelo gás natural, garantindo uma matriz energética mais limpa para o país.
“Somente no Matopiba há um consumo diário de diesel para transporte de aproximadamente 9 milhões de metros cúbicos de gás natural/dia. Se conseguirmos converter 10% deste novo mercado, seriam equivalentes a aproximadamente 1 milhão de metros cúbicos de gás natural por dia. A Eneva terá, então, de ampliar a produção local, e dessa forma contribuir ainda mais na consolidação de um importante corredor GNL de caminhões no país”, comentou Lopes.
Segundo o diretor da Eneva, o esforço para descarbonizar o transporte de GNL integra uma parceria anunciada em março deste ano, com a Scania e a Virtu GNL. “Agora de fato estamos materializando os primeiros contratos com caminhões GNL. Uma solução de descarbonização num segmento onde ainda não temos outras solução no curto prazo, já que alternativas como a eletrificação e bicombustíveis ainda têm seus gargalos”, comentou.
O ministro dos Transportes, Renan Filho, reforçou a intenção do governo em estimular a criação de corredores azuis de transporte de carga para promover o uso do gás natural, com a instalação de postos de abastecimento em rotas estratégicas. Entre as ações, está a destinação de 1% da receita obtida com leilões de rodovias para fomento às novas tecnologias de transporte menos poluente.
No painel que tratou das estratégias para a monetização do gás onshore, o diretor-executivo de Relações Externas e Comunicação, Aurélio Amaral, destacou que é fundamental garantir o desenvolvimento regulatório do setor para atrair mais investimentos. “Nós temos apetite, capacidade técnica e conhecimento para desenvolver o potencial de gás do país. A Eneva é uma empresa criativa, inovadora e trabalhadora. Agora precisamos olhar para nossa regulação”, afirmou o executivo.
Amaral ressaltou ainda o diferencial do negócio da Eneva para o desenvolvimento da economia brasileira. “No Maranhão, em termos de impacto econômico, temos um incremento de mais de 1.000% na renda da cidade. Geramos renda, desenvolvimento e emprego”, afirmou.
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