Clubhouse. (Jakub Porzycki/NurPhoto/Getty Images)
Mariana Martucci
Publicado em 9 de fevereiro de 2021 às 20h26.
Pegue um punhado de podcasts, tempere com várias memórias afetivas dos anos do rádio, ali num tempo não muito distante, imaginando as cenas narradas pelos locutores. Junte algumas porções de eventos e seminários que já frequentou. Pode ser do tipo Vidcom, Youpix Summit ou até de sabor múltiplo como o SXSW.
Reserve e deixe marinar por pelo menos meia hora. Em seguida pegue aquele punhado bonito de contatos que já estão na sua agenda (só serve do IPhone). Leve a fogo brando e vá observando o tempo de cozimento. Não deixe passar do ponto. Na finalização, coloque pedacinhos de curiosidade e compartilhe. Sirva sem parcimônia, informando a quem está na mesa (ou na sala) que você está fazendo a receita pela primeira vez. E usufrua desse novo sabor: é a receita para entender um pouco o que é o Clubhouse!
É meio assim que a nova rede queridinha do cyberspace chegou: Clubhouse é uma receita com todos os elementos que a gente já conhece de outras redes e formatos. E gosta. Baseada em áudio, ela tem comunidade, conteúdo diverso e um frescor bacana por, muitas vezes, juntar gente de toda origem e interesse.
O resultado é um monte de “clubbers” devorando o prato com curiosidade, com muitas perguntas ao cozinheiro mais próximo, e com aquela sensação de que já saboreou algo parecido, mas agora tá mais saboroso.
Com aumento de mais de 500% de buscas só na última semana (ultrapassou interesse pelo TikTok), é muito razoável dizer que o Clubhouse é um app com boas chances de entrar no seu cardápio de consumo em social media. A interface é fácil. Tem charme de entrar só com convites ou chamados vindos de um amigo, o que dá o tom VIP de que todos gostam. E, especialmente, há aquele sentimento de comunidade que só a mesa de bar, entre amigos, nos traz. O maior bate-papo que mistura os temas de acordo com o correr dos minutos, com uma facilidade que poucas opções nos dão hoje.
Tem os moderadores? Tem. E você pode ser. E tem sala com 2 mil pessoas (ou 5 mil) que não vão te deixar falar? Tem. Onde já se viu 2 mil pessoas falarem numa conversa? Não dá. Mas uma mínima organização do cardápio ajuda a escolher o que tem de temáticas de casa club. E se tudo estiver muito chato... só apertar o botão “leave quietly”, e você sai à francesa sem perturbar os que ficam. E segue livre “zapeando”, como nos eventos presenciais que já tivemos a oportunidade de viver um dia. Entrando e saindo de montes de salas com seminários bacanas. Ah, se se você se meter em alguma conversa legal guarde tudo na memória: nada é gravado.
Os temas vão de fintech a BBB21. De branding a encontro de amigos. Como toda social machine, o Clubhouse é uma versão da vida como ela é: cheia de gente interessante. E de chatos. De temas relevantes. E abobrinhas.
As marcas já estão de olho nessa mesa bem servida. O que dá pra fazer? Arrisco: de rever as chatas coletivas de imprensa até webinars temáticos. Lançar produtos. Ampliar conteúdos publicados em outros lugares. Exemplo: este artigo aqui poderia continuar com um papo lá dentro. Uma cauda longa de áudio. É hora de experimentar. A mesa tá posta. Consiga seu convite, sente-se e usufrua. Para entender mais detalhes da rede fizemos um paper muito bacana e bem detalhado. Baixe aqui!
*Sócia-diretora Digital&Inovação da FSB Comunicação
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