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“Cidade Maracanã”: conheça a complexa operação do estádio palco da final da Libertadores

Às vésperas da final da Copa Libertadores da América, entenda como a administração do Maracanã garante uma operação que é referência para a Conmebol

Em dias de jogo, são quase 4 mil pessoas envolvidas na operação (Matthew Stockman/Getty Images)

Em dias de jogo, são quase 4 mil pessoas envolvidas na operação (Matthew Stockman/Getty Images)

Aquiles Rodrigues
Aquiles Rodrigues

Repórter Bússola

Publicado em 3 de novembro de 2023 às 15h21.

Última atualização em 3 de novembro de 2023 às 15h35.

Neste sábado, dia 04 de novembro, acontece a final da Copa Libertadores da América, no Maracanã. Os ingressos para o evento estão esgotados desde outubro e o estádio espera receber 60 mil torcedores, que assistirão à partida entre os times Fluminense e Boca Juniors. Dos espectadores, poucos entendem a complexidade da administração necessária para manter um gigante como Estádio Jornalista Mário Filho.

A operação de jogo do Maracanã é referência para a Conmebol, e conta com o envolvimento de quase 4 mil pessoas que trabalham para garantir altos padrões de qualidade e segurança, visando garantir a experiência das mais de 200 mil pessoas que comparecem ao estádio semanalmente. 

São 55 bares e 24 contratos de empresas que, em dias de jogo, garantem um efetivo com média de 2 mil prestadores de serviços. “Para um evento do porte da final da Libertadores começamos com antecedência a passar as orientações a todos os fornecedores e empresas que trabalham no Maracanã, com todas as particularidades do evento. Fazendo com que as informações sejam compartilhadas o mais breve possível para que a operação seja feita de forma eficaz”, afirma Severiano Braga, CEO do Maracanã.

Melhoria contínua

Com o calendário de jogos da dupla Fla-Flu, são cerca de três jogos a cada sete dias e com casa cheia. São quase dois “Rock In Rio” por semana e o volume de público representa um desafio de grande escala em termos de logística, segurança, tecnologia e tudo que envolve uma operação para jogos de futebol. Para atender à demanda, a administração tem avançado em investimentos estratégicos.

Reformado para a Copa do Mundo de 2014 e com intervenções para a Rio 2016, o estádio vem passando por silenciosas e fundamentais melhorias desde 2019, quando foi iniciada a atual administração. Desde problemas com altos gastos com luz e água até o risco de incêndios, há uma extensa lista de concertos e intervenções no estádio nos últimos quatro anos. 

“As manutenções são diárias, pois é necessário estar sempre preparado para os jogos. Como o Maracanã recebe um número alto de jogos ao longo do ano, realizamos praticamente um jogo a cada três dias, ou seja, o estádio não para”, Severiano comenta. 

No início de 2019, o estádio contava com apenas 36% da capacidade de iluminação dos refletores e a subestação interna de energia apresentava danos estruturais, com risco de incêndio. A situação crítica foi contornada com intervenções de manutenção e adequação. Com a renegociação de contrato para fornecimento de luz, houve também um aumento da eficiência energética.

Em termos de sustentabilidade, o estádio também realiza a limpeza e reutilização das águas de chuva. Depois de implementada, a ação reduziu a utilização do uso externo e solucionou os problemas com a conta de água do Maraca, que foram gerados pela inutilização dos tanques de reaproveitamento das águas pluviais.

Segurança e centro de controle interno integrado 

Após a pandemia, o Maracanã fez um acordo com o centro de controle da Prefeitura para que houvesse um compartilhamento de imagens. A gestão fornece o acesso a algumas câmeras do estádio e, em troca, recebe acesso a fluxos de trânsito, trem e metrô.

As informações coletadas permitem que a operação tenha uma capacidade de entrada e escoamento eficiente, com um recorde de 1.174 pessoas por minuto. O estádio foi calculado para ter um escoamento total de torcedores em 8 minutos.

Para garantir a segurança dos espectadores, a administração investe em monitoramento dentro e fora do recinto. “Internamente temos a segurança privada em vários locais observando o comportamento dos torcedores a fim de evitar que ocorram distúrbios que atrapalhem todos os frequentadores. No lado de fora, a segurança pública trabalha para também evitar ocorrências. Investimos no aprimoramento das mais de 260 câmeras no estádio, que nos ajudam a fazer o monitoramento do interno e externo imediato do estádio, garantindo maior visualização dos eventos”, Severiano conclui.

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