Para que funcione, ambientes lúdicos precisam ser utilizados de forma contínua na empresa (ThitareeSarmkasat/Getty Images)
Bússola
Publicado em 12 de dezembro de 2021 às 16h17.
Por Samir Iásbeck*
O universo corporativo, assim como os demais, também acompanha as tendências da sociedade e passou a incorporar muitas delas no seu dia a dia. Já passamos pelos momentos nos quais o mais valorizado era dedicar a maior parte dos dias ao trabalho, produzindo em ritmos frenéticos e que, ao longo do tempo, acabavam esgotando os profissionais e não apenas atrapalhando o seu desempenho, como também trazendo diversos efeitos negativos para sua saúde física e mental — e nem faz tanto tempo assim desde que paramos de adotar essa lógica como a mais correta.
Agora, com a entrada das novas gerações no mercado de trabalho, houve uma crescente demanda por ambientes mais saudáveis e que se preocupassem com o bem-estar dos colaboradores e pouco a pouco ele foi se transformando para melhor. E esse movimento pôde ser percebido em diversas áreas, como, por exemplo, no mercado financeiro, que viu os investimentos contemplados pela sigla ESG, que envolvem práticas ambientais, sociais e de governança por parte das empresas, aumentarem cada vez mais e serem prioridade para muitos investidores.
Dentre as ações, ferramentas e estratégias adotadas pelas instituições para não apenas cuidar da saúde mental dos seus funcionários, mas também os manterem felizes, engajados e motivados, destaca-se a gamificação, caracterizada pela aplicação de elementos utilizados em jogos, como designs criativos e diferenciados, métodos de pontuação, storytelling, recompensas sociais e materiais, feedbacks rápidos e componentes visuais de progresso nos mais variados contextos, uma das grandes aliadas dos líderes e gestores.
Normalmente, os jogos são utilizados em momentos de lazer, como uma atividade para descontrair e divertir, mas ele começou a ter um papel ainda mais importante na sociedade. De acordo com o levantamento feio pela Realnetworks Inc, empresa provedora de internet, os games ajudam a reduzir os níveis de irritação e aumentar o relaxamento. Ao trazer esses elementos para o ambiente corporativo, as rotinas ficam mais leves, permitindo aos times trocarem interações de forma diferente do que estão acostumados e a criarem laços que não se limitam apenas ao profissional.
E essa ferramenta se mostrou ainda mais vantajosa em tempos como os vividos durante a pandemia de covid-19, nos quais as pessoas já estavam naturalmente mais tensas e propensas a desenvolver problemas como depressão e ansiedade. Um estudo da Universidade de Oxford aponta que jogar videogames pode ser muito bom para a saúde mental das pessoas.
Ainda que estejam trabalhando e realizando suas tarefas normalmente, só por mudar a plataforma nas quais as atividades são realizadas e acrescentar práticas e estímulos diferentes, já é possível impactar as pessoas de uma forma positiva, fazendo com que criem uma relação mais saudável com o trabalho, aprendendo novos conceitos de forma mais fácil e ágil.
Mas é importante ressaltar que para que essa iniciativa funcione de verdade e traga benefícios reais para o psicológico das equipes, deve ser realizada de forma contínua pelos colaboradores, independentemente do cargo ocupado e ainda possibilitando a integração com outras áreas da empresa.
*Samir Iásbeck é CEO e Fundador do Qranio
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