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Carolina Fernandes: os dias do Twitter estão contados?

Com a chegada da nova rede social do Meta, o Threads, Twitter finalmente têm um concorrente à altura

O Twitter é dono do 4º melhor tráfego mensal na internet (Win McNamee/Getty Images)

O Twitter é dono do 4º melhor tráfego mensal na internet (Win McNamee/Getty Images)

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Publicado em 20 de julho de 2023 às 17h00.

Por Carolina Fernandes*

A chegada de Elon Musk ao cargo de CEO da plataforma, uma demissão em massa sem precedentes, o lançamento da assinatura do selo azul, a permissão para o retorno de Donald Trump, o banimento de Ye (Kanye West) e o lançamento do Threads. Serão esses os sinais do apocalipse do Twitter?

Se depender dos que os números mostram sobre o comportamento e interesse dos usuários, a resposta é não. E se você quer entender do que estou falando, basta continuar a leitura do artigo!

É o fim do Twitter?

Prever o fim de uma plataforma não é tarefa fácil e costuma ser coisa dos gurus sensacionalistas da internet que colocam essas chamadas apocalípticas nos seus vídeos para aumentar os views, o famoso clickbait.

No entanto, apesar das constantes e fortes pancadas que vem recebendo, o Twitter me parece bem longe de estar com os dias contados. A última atualização divulgada aos investidores, em 2022, mostrou que a plataforma tinha 237,8 milhões de usuários ativos diários, considerando sua média de crescimento, estima-se que a plataforma tenha alcançado a marca de 255 milhões de usuários ativos.

Neste sentido, não é difícil afirmar que, com uma base de usuários desse tamanho, essa rede social está longe do fim. De acordo com relatório da SimilarWeb.com divulgado em Abril de 2023, o Twitter tem o 4º melhor tráfego mensal na internet, com cerca de 6.4 bilhões de visitas mensais, ficando atrás apenas do gigante Google, YouTube e Facebook. Surpreendente, não?

Cabe aqui apenas uma observação: apesar dos números evidenciarem uma constância no crescimento do Twitter, a própria plataforma tem divulgado revisões dos seus relatórios e a última mostrou uma queda de 33% no alcance dos anúncios, fato esse que, para muitos, está associado aos comentários negativos do próprio Elon Musk sobre a forma como a publicidade é feita na sua rede social.

Meta x Twitter - O confronto do ano

Se você utiliza a internet com frequência certamente já recebeu algum meme ou viu um perfil em uma mídia social ironizando a real possibilidade de uma luta entre Elon Musk e Mark Zuckerberg (isso mesmo, um UFC das Big Techs).

Tudo começou com uma publicação no Twitter do CEO da International Blockchain Consulting, Mario Newfal, antecipando a chegada do Threads. Musk respondeu dizendo “tenho certeza que a Terra mal pode esperar para estar exclusivamente sob controle de Zuck, sem outras opções”.

Posteriormente, um usuário comentou o tuíte de Elon Musk alertando para que ele tivesse cuidado, pois Zuckerberg era lutador de jiu-jitsu. Isso foi suficiente para que o sempre provocativo dono do Twitter respondesse que estava disposto a entrar em uma luta com o CEO da Meta. 

A partir de então a provocação tomou forma com Zuckerberg pedindo o local e a hora, Musk colocando Las Vegas como palco e até o chefão do UFC, Dana White, afirmando que o confronto do ano estava em análise.

Agora, esquecendo a briguinha dos bilionários de ego inflado, a Meta está realmente disposta a enterrar o Twitter. Para isso, lançou o Threads, uma rede social (sim, mais uma) com a mesma proposta do Twitter. Onde será que isso vai parar?

E qual o impacto causado pelo Threads?

Na mesma semana em que anunciou uma possível limitação de tuítes para usuários não assinantes do Twitter Blue, Elon Musk conheceu o seu novo concorrente direto, o Threads, plataforma desenvolvida pela Meta e já lançada em mais de 100 países.

Especialistas em tecnologia, como Jason Aten, chamou o Threads de “assassino do Twitter” resumindo bem a intenção de Mark Zuckerberg com esse lançamento. Para ele, o fim da rede do passarinho azul pode, de fato, acontecer em função de 3 motivos:

  • a imprevisibilidade da gestão de Elon Musk à frente do Twitter, afastando anunciantes e usuários;
  • a escalabilidade do Threads, pois diferente de outros concorrentes que surgiram, as plataformas da Meta estão interligadas e isso significa que os seus amigos no Instagram quase que automaticamente também estarão na nova rede;
  • a Meta tem um bom histórico com seus anunciantes, tendo a expertise na construção de relacionamentos com marcas, totalmente oposto com o cenário atual do Twitter, em que o próprio Musk já criticou o uso de publicidade na rede.

De fato, o Threads tem alcançado números que deveriam assustar o passarinho azul. Em 5 dias, a rede atingiu 100 milhões de usuários, um recorde recente para uma mídia social. Para o prestigiado portal Wired, o Threads impressiona por ser muito intuitivo, ter uma tecnologia polida, uma base de usuários integrada e uma reputação de melhor moderação que deve agradar aos anunciantes. 

Porém, a publicação também destaca alguns benefícios no futuro do Threads. Primeiro, porque a Meta não tem um histórico positivo com projetos fora de seus aplicativos principais. A nova rede também não oferece ainda os mesmos recursos que o Twitter, não está disponível na União Europeia por questões regulatórias e o mecanismo de pesquisa não traz resultados de forma eficiente.

E na véspera do fechamento deste artigo, veio o contragolpe do bilionário Elon Musk: o Twitter Blue começou a enviar pagamentos de milhares de dólares para os usuários assinantes e criadores de conteúdo da plataforma, com relatos de pagamentos de até 25 mil dólares. Esse confronto promete muitos rounds e nós estaremos na plateia assistindo.

*Carolina Fernandes é CEO da Cubo Comunicação

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