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Câmera aberta: cordialidade em tempos de trabalho remoto

O ato de se reunir está ligado a aproximar e conectar pessoas, mas é preciso ter qualidade na interação entre as partes

Pense se você estivesse em uma sala de reunião com todos vendados, inclusive você. Como seria? (Stefan Wermuth/Bloomberg via Getty Images/Getty Images)

Pense se você estivesse em uma sala de reunião com todos vendados, inclusive você. Como seria? (Stefan Wermuth/Bloomberg via Getty Images/Getty Images)

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Publicado em 11 de setembro de 2021 às 13h00.

Por Marilia Nogueira*

Você já se imaginou em uma sala de reunião cheia de gente onde você está sentado e vendado na ponta da mesa? E, apesar de ser a única pessoa vendada, é você quem está conduzindo a reunião? Pois é essa a sensação que o orador tem em uma reunião virtual onde ele é a única pessoa com a câmera aberta.

O trabalho em home office trouxe a facilidade de podermos trabalhar remotamente com maior flexibilidade em relação a certas formalidades que o dia a dia no escritório demanda, mas, em contrapartida, abriu espaço para alguns comportamentos fundamentais quando a gente pensa em cordialidade e empatia.

Segundo o dicionário, a palavra reunião tem como significado a ação de reunir, de unir o que estava disperso, separado, conjunto de pessoas que se reúne no mesmo lugar, com o objetivo de deliberar ou para discutir assuntos e temas específicos.

Na minha visão, o ato de reunir está ligado a aproximar, ou seja, conectar pessoas. Mas como fazer isso sem cuidar da qualidade da interação entre as partes? O hábito de manter as câmeras abertas durante as reuniões reflete empatia, identidade e respeito. Reuniões virtuais com olho no olho são muito mais produtivas, uma vez que há maior troca entre os participantes, permitindo que o diálogo flua de forma mais assertiva.

O grande problema das câmeras fechadas é que muitas vezes não conseguimos perceber, por meio da leitura facial, se a pessoa atrás da tela está conseguindo capturar a mensagem, ou seja, não é possível “corrigir a rota” do discurso. Isso sem contar quando, em reuniões em grupo, percebemos aquele desavisado que continua conectado mesmo após o término da reunião.

Diferente das chamadas lives ou webinars, nas quais existe um tema específico e não é esperada interação direta com o orador, as reuniões são encontros em que a troca de ideias é mais do que esperada, é desejável.

Se a pandemia fez derreter a ideia de que o trabalho à distância não funciona, nos abrindo a oportunidade de realizarmos encontros remotos, ela também tirou nossa liberdade expondo nossas casas, ambientes de lazer etc. Entretanto, essa não pode ser uma justificativa para a não abertura das câmeras, já que todas as ferramentas de videoconferência disponíveis possuem dispositivo para mudar o fundo de tela, com a possibilidade de optar pelo desfoque, layouts institucionais ou até mesmo por aquelas bem criativas que as crianças amam usar nas aulas virtuais.

Meu objetivo, claro, não é falar o óbvio para quem já faz uso dessas ferramentas diariamente há 18 meses, mas convidar para uma reflexão sobre condutas importantes para que essas ferramentas continuem sendo opções viáveis e valiosas mesmo quando voltarmos ao trabalho presencial ou híbrido.

Aqui vão algumas sugestões importantes se desejamos manter a conquista do trabalho remoto

1) Conecte-se no horário marcado: uma das vantagens de não perder tempo se deslocando é a pontualidade;

2) Não deixar o microfone ligado em lugares barulhentos: isso atrapalha o andamento da reunião e o raciocínio de quem apresenta;

3) Por questões de segurança nunca entre em reuniões dirigindo ou caminhando: isso pode causar graves acidentes ou até fazer de você uma presa fácil para assaltos; e, por favor, mantenha a câmera aberta.

*Marilia Nogueira é diretora executiva de RI da EDP no Brasil

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