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Caio Reina: O custo do frete grátis

79% dos consumidores disseram que já desistiram de uma compra em razão da taxa de entrega, segundo pesquisa

Consumidor quer experiência online próxima da compra física (rudall30/Getty Images)

Consumidor quer experiência online próxima da compra física (rudall30/Getty Images)

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Publicado em 13 de junho de 2023 às 17h30.

Última atualização em 13 de junho de 2023 às 19h39.

Por Caio Reina*

Nos últimos anos, o frete gratuito tem sido uma das estratégias mais populares para o sucesso do e-commerce. Segundo uma pesquisa da Opinionbox, 79% dos consumidores disseram que já desistiram de uma compra em razão da taxa de entrega. Logo, oferecer o frete gratuito é uma forma eficiente de incentivar as pessoas a comprarem mais e aumentar as chances de fidelização.

Entretanto, essa é uma estratégia que exige atenção ao ser implementada. O frete tem um custo que, sem um planejamento adequado, pode, facilmente, ultrapassar a margem de lucro e prejudicar a rentabilidade do negócio.

Algumas empresas adotam o frete grátis (mesmo que a um alto custo) como tática para aumentar o market share e a base de clientes. Entretanto, não é saudável que esse seja um plano de longo prazo.

Para uma estratégia certeira e não prejudicial no longo prazo, o primeiro passo é entender quanto se paga por entrega (o que envolve transporte, manuseio, mão de obra, tecnologias agregadas etc.). Dessa forma, é possível traçar um plano para reduzir os custos sem prejudicar a satisfação do cliente, afinal, os consumidores também estão cada vez mais imediatistas em relação aos prazos.

A forma mais eficiente de reduzir custos logísticos é investir em tecnologia. Isso porque operações mais digitalizadas contam com processos automatizados para reduzir erros humanos, eliminando retrabalhos e desperdícios. Além disso, as tecnologias mais avançadas oferecem dados que podem ajudar a identificar problemas e oportunidades de melhoria.

Nesse sentido, um bom exemplo é a aplicação de inteligência artificial no planejamento de rotas. Quando feito de forma manual ou sem as tecnologias adequadas, esse processo de roteirização pode demorar muitas horas e ainda deixar de lado fatores importantes como restrições de horários, capacidade de carga do veículo e tempo de parada dos motoristas.

Ao planejar rotas mais eficientes, é possível reduzir a quilometragem rodada, aumentar a produtividade das equipes e otimizar a taxa de ocupação dos veículos, entregando mais produtos em uma única viagem, o que diminui o custo por entrega.

Outra forma de reduzir gastos é a negociação de preços com os operadores logísticos. É possível conseguir descontos significativos em grandes volumes de envios ou contratos mais longos. Nesse ponto, a tecnologia também pode ser uma aliada na hora de selecionar o fornecedor com o melhor custo-benefício.

É claro que a redução de custos operacionais é apenas um dos pilares a serem considerados na hora de pensar em uma estratégia eficiente para oferecer o frete gratuito. É preciso estabelecer valores mínimos de compra, ter em conta peso e volume dos produtos, modalidade de envio, escolha de regiões etc. Existem até mesmo ocasiões sazonais que podem contribuir estrategicamente para uma maior lucratividade, como datas comemorativas ou liquidações.

O fato é que o consumidor já espera uma experiência online muito próxima da experiência de uma compra física, ou seja: ter o produto em mãos de forma rápida e sem grandes custos adicionais. Com as estratégias certas, é possível oferecer frete grátis sem levar prejuízo, aumentando as chances de fidelização dos clientes e o sucesso das vendas.

Caio Reina é fundador e CEO da RoutEasy

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