(Ione Moreno/Semcom/Divulgação)
Bússola
Publicado em 25 de setembro de 2020 às 10h55.
Última atualização em 1 de novembro de 2022 às 19h37.
Mais de seis meses depois do início da pandemia, as aulas presenciais são algumas das poucas atividades que ainda não tiveram seu retorno autorizado em boa parte do Brasil. E, num país com 48 milhões de alunos na educação básica e outros 8 milhões no ensino superior, a maioria longe das salas de aula, a discussão sobre a retomada é urgente.
Apenas alguns estados liberaram o retorno ou já têm data para retomada. E a decisão depende de cada município. São Paulo, que tem a maior rede de educação da América Latina, com mais de 3,5 milhões de alunos em escolas estaduais espalhadas por todas as 645 cidades paulistas, é um dos poucos estados que já autorizou a retomada de algum tipo de atividade escolar presencial. Desde o último dia 8, estão liberadas, para escolas públicas e privadas, aulas de reforço e atividades esportivas. Respeitando, claro, limite máximo de alunos e protocolos sanitários. Mas, como as prefeituras têm autonomia para acompanhar ou não a decisão estadual, apenas 1/5 das cidades liberou o retorno.
A questão é complexa e envolve governantes, autoridades de saúde, professores e pais de alunos. Por um lado, existe a preocupação com o aumento de casos de Covid-19 a partir do funcionamento dos colégios, e daí a importância de a rede escolar adotar protocolos sanitários rígidos. Pesquisas de opinião mostram que a população tem receio da reabertura das escolas antes da vacina. E levantamento do Instituto Península com quase 4 mil professores mostra que a maioria não se sente confortável com a volta às aulas por não saber se haverá condições sanitárias adequadas nas unidades de ensino.
Se as incertezas sobre a doença provocam dúvidas sobre o retorno escolar, por outro lado, especialistas alertam para os prejuízos sociais e econômicos com o adiamento das aulas, como a perda no aprendizado, o crescimento da evasão escolar e o aumento da desigualdade entre ricos e pobres. A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) alerta que a suspensão das aulas tem impacto de longo prazo no PIB. E A Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização das Nações Unidas (ONU), por meio do Unicef e da Unesco, afirmam que planejar a volta às aulas deve ser prioridade na reabertura das economias e que as escolas só devem continuar fechadas quando não houver alternativa. A opinião é compartilhada por entidades de defesa da educação no Brasil, como o movimento Todos Pela Educação.
E o que nos ensina a experiência internacional de países onde as atividades escolares já foram retomadas? Qual é novo papel do profissional de educação, que precisou se adaptar rapidamente às limitações impostas pelo coronavírus para continuar ensinando? O professor, cujo dia é celebrado agora em outubro, é parte fundamental nesse processo de retorno das aulas em segurança.
Todas essas questões serão debatidas com especialistas e gestores em educação na live promovida pela Bússola, na próxima terça, 29 de setembro, às 12h. Participarão do evento Rossieli Soares, secretário de Estado de Educação de São Paulo e ex-ministro da Educação; Ana Maria Diniz, presidente do Conselho do Instituto Península, uma das fundadoras do movimento Todos Pela Educação e conselheira da Parceiros da Educação; e Amaral Cunha, Diretor Acadêmico na Escola Eleva.
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