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Brasil é o país que mais sofre com ameaças de arquivos maliciosos

Estudo revela que o país cai em arquivos maliciosos com tema “covid-19”, e que até setembro o número de ataques se igualou aos registros de 2020

Setor de saúde é o mais afetado e ultrapassou as áreas de governo e manufatura (Olemedia/Getty Images)

Setor de saúde é o mais afetado e ultrapassou as áreas de governo e manufatura (Olemedia/Getty Images)

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Publicado em 3 de dezembro de 2021 às 17h00.

Última atualização em 3 de dezembro de 2021 às 17h11.

A Trend Micro, líder mundial em soluções de cibersegurança, acaba de divulgar o relatório Fast Facts com análise do cenário mundial das ameaças digitais de janeiro a setembro deste ano. O levantamento mostra que o Brasil lidera o ranking de países mais atacados por hackers que utilizam o tema “covid-19” como chamariz por meio do envio de arquivos maliciosos, com 69,3% dos registros, seguido de longe pela África do Sul (14,5%).

O estudo aponta a detecção, em setembro, de cerca de 700.000 ameaças relacionadas aos temas da pandemia do coronavírus, e revela que a maioria delas ocorreu por meio de e-mails. Após uma queda significativa de maio para junho, os pesquisadores observaram um ligeiro aumento desse tipo de ataque, de julho a agosto, com tendência ainda ativa da modalidade em setembro.

Os ataques cibernéticos vêm crescendo desde 2018, apresentando um aumento significativo de 2019 para 2020. Enquanto o total registrado no ano passado foi de 66,5 bilhões, de janeiro a setembro deste ano o número de ataques já atingiu a marca de 66,3 bilhões, praticamente o mesmo montante de 2020. Em setembro, a Trend Micro bloqueou cerca de 8,147 bilhões de ameaças cibernéticas.

Outro destaque de 2021 é o aumento significativo dos golpes, de uma forma geral, que usam arquivos como isca — 11,6 bilhões até setembro —, mais do que o triplo do total verificado em 2020 (3,7 bilhões), e maior até do que os registros de 2017.

Analisando todos os tipos de malware, os alvos principais dos hackers foram os setores corporativos e de consumo, embora ambos tenham apresentado recuos, de 6,4% e 11,1%, respectivamente, de agosto para setembro. Já na análise por segmento, o setor de saúde permanece na liderança e ultrapassou as áreas de governo e manufatura, mesmo tendo apresentado queda nos últimos meses — de 40.073 registros em agosto para 33.464 casos em setembro.

Ransomware

O relatório da Trend Micro aponta um crescimento de ameaças do tipo ransomware, de agosto para setembro, de 5,9%, com concentrações dos ataques no setor empresarial. “Os grupos de sequestradores de dados estão extremamente organizados e vem formando uma rede colaborativa para selecionar os melhores alvos, promover extorsões em vários níveis e obter cada vez maior vantagem financeira”, alerta Cesar Candido, diretor de vendas da Trend Micro Brasil.

Em setembro, houve queda na detecção de ataques ransomware às empresas de saúde e o setor governamental conquistou novamente a primeira posição. Entretanto, o setor de healthcare continua sendo um dos principais alvos desse tipo de ataque.

Excluindo a influência do WannaCry e do Locky, famílias “tradicionais” de ataque em massa, o relatório revela crescimento na atividade de outras famílias de ransomware moderno durante o quarto trimestre de 2020 e o terceiro de 2021. Em setembro, esse aumento foi ainda mais nítido.

O relatório Fast Facts é divulgado pela equipe de pesquisa da Trend Micro com atualizações mensais sobre o cenário de ameaças baseado na solução Trend Micro Smart Protection Network (SPN), que analisa a infraestrutura de segurança de dados. Além dos sensores da SPN, os dados coletados também vieram de pesquisadores da Trend Micro, da equipe do Zero Day Initiative (ZDI), da equipe de Threat Hunting, da equipe de Serviço Móvel de Reputação de Aplicativos (MARS) e da Smart Home Network (SHN).

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