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Barbie: o mundo (quase) cor de rosa das marcas fortes

Na onda do filme, entenda como a Mattel potencializou o projeto de branding da marca

O filme estreou no Brasil no dia 20 julho (Jean Nelson/Getty Images)

O filme estreou no Brasil no dia 20 julho (Jean Nelson/Getty Images)

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Publicado em 1 de agosto de 2023 às 11h14.

Última atualização em 1 de agosto de 2023 às 11h19.

Por Kelly Pinheiro e Denis Zanini Lima*

Desejo de meninas do mundo inteiro há mais de seis décadas, eis que a Barbie cresceu e chegou ao mundo adulto. Sim, o tema de hoje é o live action “Barbie”, mas não foi só lá que a boneca se mudou para o mundo real. O filme – que não é para crianças – vem causando uma verdadeira comoção mundial. O que se viu na estreia foram filas intermináveis de gente – homens e mulheres - vestida de rosa (movimento Barbie-core) e até fantasiada de Barbie, brigando por um balde de pipocas igualmente rosa (o balde e a pipoca!)

De milk-shake cor de rosa a linha de roupas e maquiagem na paleta usada pela personagem, a Mattel fez parceria com mais de 100 marcas. Barbie, a marca, já foi capaz de elevar o valor das ações da fabricante. No dia 20 – estreia no Brasil – os papéis avançaram 1,09% na Bolsa de Nova York. Mas o movimento começou bem antes. No último mês o avanço foi de 18,95%, levando o valor de mercado da companhia para US$ 7,53 bilhões.

E até quem não fez parceria com a marca, anda lucrando. A OLX, por exemplo, uma das maiores plataformas de compra e venda online, já registra um crescimento de 104% na busca por acessórios e de 30% de pesquisas de bonecas. Enquanto isso, o sistema também apurou uma alta de 30% nas buscas por itens ligados ao personagem Ken, na comparação com os mesmos produtos no ano de 2022.

O sucesso da onda rosa

A “onda rosa” ainda atingiu prédios, assistentes virtuais do varejo, contas oficiais de governos e até o transporte coletivo.

Logo na estreia, o filme arrecadou R$ 22,7 milhões em bilheterias no Brasil, segundo dados divulgados pela Associação Brasileira das Empresas Exibidoras Cinematográficas Operadoras de Multiplex (Abraplex). O filme reuniu 1,2 milhão de brasileiros nas salas de cinemas e foi a maior bilheteria de estreia desde 2019, atrás apenas de Vingadores Ultimato.

Se Barbie fosse um filme infantil, talvez pudéssemos explicar o sucesso pelo incrível poder de persuasão das crianças, mas não é esse o caso. Existe até (pasmem!) um movimento que propõe algo como “não leve seu filho para ver Barbie”. Não porque ele não é indicado para crianças, mas porque elas “atrapalhariam” a concentração dos adultos.

Mas como compreender, então, a força da marca Barbie para além do saudosismo de mães e avós que partilharam seus sonhos com o brinquedo ou tiveram, justamente, na impossibilidade de ter a boneca, algo que marcou fortemente a infância delas?

Marketing e investimento

Bem… um bom roteiro cheio de referências, atuações seguras, uma direção firme e o uso da tecnologia em prol da diversão e não dela mesma, também colaboram muito, mas sabemos de grandes obras cinematográficas que não atraíram público.

Fontes do mercado estimam que a Mattel tenha investido cerca de US$ 100 milhões no lançamento do filme. Os primeiros teasers começaram a circular há quase um ano. Mas também conhecemos histórias de retumbantes fracassos que escoaram milhões de dólares pelo ralo. Dinheiro resolve quase tudo, mas só quase.

Barbie, lançada em 1959, nos Estados Unidos, e introduzida no Brasil em 1982, soube se transformar para continuar sendo ela mesma. Se na década de 1960 a boneca exalava os valores norte-americanos, hoje ela é engajada com temas globais, se preocupa com o futuro do planeta e (eventualmente) se veste de cores locais.

A construção de uma marca forte exige dedicação e persistência. Desde os primeiros burburinhos sobre o filme, em 2021, quando o live action foi anunciado, a Warner Bros soube fomentar o assunto nas redes sociais, engajando os fãs da boneca e aguçando a curiosidade de quem ainda não estava convencido.

“Barbie – o filme” - é candidatíssimo a blockbuster do ano e tem potencial para se desdobrar em incontáveis licenciamentos, ações de marketing, exibições em diferentes plataformas, além de uma franquia de cinema. Se com o mesmo apelo, não sabemos. Mas o certo é que “Barbie – marca” segue fazendo história.

E aí, já separou o look rosa para próxima sessão de cinema?

*Kelly Pinheiro é jornalista e fundadora e sócio-diretora da Mclair Comunicação e Denis Zanini Lima é diretor da Ynusitado Marketing Digital Intelligence

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