Empresas estão optando por outros tipos de soluções antes de decidirem pela recuperação judicial. (Michał Chodyra/Getty Images)
Bússola
Publicado em 17 de janeiro de 2022 às 17h33.
A combinação de renegociação de dívidas e liberação de mais crédito para que as empresas conseguissem cumprir suas obrigações contratuais geraram o menor volume de recuperações judiciais dos últimos seis anos. O resultado contraria todos os prognósticos iniciais. Porém, um outro fator contribuiu para esse cenário. As empresas estão optando por outros tipos de soluções antes de decidirem pela recuperação judicial.
Segundo Luís Paiva, sócio da Corporate Consulting, especializada em turnaround e reestruturação de empresas, para conseguir bons resultados, os empresários estão buscando bons gestores, mergulhando em seus custos, adotando ferramentas de gerenciamento de risco, treinando equipes, monitorando e desenvolvendo modelagens econômicas diversas, desde a adição de estratégias de mercado a novos modelos de e-commerce.
Já empresas em estágio de prejuízos acentuados, necessitando de tempo para recuperação de suas margens, não conseguem se recuperar na mesma velocidade. Mesmo assim, ainda há alternativas de reestruturação dos passivos, conjugadas a modelos de financiamento operacionais e de financiamento de investimentos, sem a necessidade de optar por modelos ortodoxos de default que ajustam os passivos, mas deterioram qualquer capacidade de recuperação econômica da empresa.
“Essa inteligência tem contrariado as expectativas de quem vive de modelos recuperacionais baseados somente nas recuperações judiciais”, afirma Paiva.
Para o sócio da Corporate, 2022 não traz grandes perspectivas para a aceleração do crescimento, redução de níveis de desemprego ou atenuação dos níveis inflacionários. Logo, é preciso se preparar para níveis de taxas de juros altas, com Selic apontando a 15% no ano e grandes problemas na liquidez corrente das empresas e das pessoas físicas.
Será, ainda segundo Paiva, um ano para reconstruir a estrutura de negócios.
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