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As faces da vilania: saiba como identificá-las em seu negócio

Confira três exemplos de vilania presentes na sua empresa, e saiba como enfrentá-los

É preciso combater a vilania corporativa (Jirsak/Thinkstock)

É preciso combater a vilania corporativa (Jirsak/Thinkstock)

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Publicado em 31 de março de 2023 às 12h00.

Última atualização em 31 de março de 2023 às 14h05.

Toda vilania pode ser derrotada, ainda que não seja uma tarefa fácil. Mas, dentro de uma organização, este lado vil pode se moldar ao longo dos anos e se tornar ainda pior para ser identificado ou, até mesmo, para ser enfrentado. Por isso, saber o que ou quem pode ruir o seu negócio deve ser o primeiro passo para conseguir manter uma boa gestão.

Na busca de identificar de onde vem a causa negativa que influencia o seu trabalho ou ambiente corporativo como um todo, inicialmente é preciso entender que o vilão pode não ser o seu único rival. A vilania, em si, pode se reverberar de três maneiras, das quais busquei exemplos da ficção para a vida real para te ajudar a detectá-los e enfrentá-los na sua empresa:

1. Vilão

Na ficção, o vilão acredita ser um herói. Ele é um contraponto negativo para tudo que o protagonista tem de positivo e geralmente é um reflexo de seus medos. Costuma ter sentimentos, motivações e ambições, capaz de fazer qualquer coisa para derrotar quem se mostrar superior a ele. É o caso do Lex Luthor, um dos maiores inimigos do Superman, que acredita veemente que o “Homem de Aço” – como também é conhecido o super-herói – é capaz de destruir o planeta inteiro sem a humanidade ter a chance de se proteger.

Numa empresa, o vilão pode se manifestar de algumas formas, por exemplo, sendo um concorrente, um funcionário desleal ou até mesmo a sua falta de planejamento e visão de futuro. No Brasil, este último quesito é um dos vilões da “mortalidade” das empresas. Segundo dados do IBGE, quase 60% delas vão à falência nos primeiros cinco anos, o que nos mostra que planejar não é uma opção, mas é de fundamental importância para que o seu negócio tenha fôlego ao enfrentar as adversidades e não quebrar.

2. Antagonista

Nos filmes, o antagonista é uma força contrária ao objetivo do protagonista, ele é movido por conflitos internos e traumas. E pode ser alguém que deseja apenas a mesma coisa que o personagem principal – e por isso acabam entrando em conflito. Erik Killmonger, em "Pantera Negra", vivenciou o racismo durante grande parte de sua vida, e por isso passou a agir com violência para alcançar seus ideais e objetivos, o que deu início a uma guerra.

No mundo corporativo, podemos utilizar como exemplo de antagonista empresas que eram do mesmo segmento que a Kodak, a grande responsável por invenções de produtos que revolucionaram o mundo da fotografia. Acreditava-se que as câmeras analógicas jamais poderiam ser substituídas por câmeras digitais. Mas o comportamento dos consumidores deste mercado mudou e surgiram novos produtos, neste mesmo segmento, que conseguiram se sobressair com a onda da nova tecnologia. Algumas empresas não aceitaram o fato de se adaptar às mudanças e por isso faliram.

3. Antagonismo

É quando o desafio encontrado na história não é personificado em uma figura específica, podendo ser uma competição, um problema ou até mesmo uma catástrofe natural – como o fungo que causou a epidemia da série “The Last of Us”, da HBO, e a própria covid-19, que ainda vem impactando nossa vida e já ocasionou inúmeras adversidades nas empresas.

Em 1996, a Pepsi criou seu próprio antagonismo (problema) ao lançar a campanha “Drink Pepsi Get Stuff”, que prometia dar um avião caça Harrier, avaliado em US$ 23 milhões, para quem conseguisse coletar 7 milhões de “pontos Pepsi”. O estudante de negócios John Leonard levou a proposta a sério, conseguiu acumular os pontos e reivindicou o seu prêmio que foi negado pela marca com a justificativa que se tratava apenas de uma brincadeira. O caso foi para a Justiça e chamou a atenção da mídia. Logo, a peça publicitária estava envolta em uma batalha judicial e sob os olhos dos programas de rádio e TV locais, gerando um desgaste negativo e desnecessário para a imagem da empresa.

Ao detectar qual vilania está afetando o seu negócio, é possível entender como lidar com a situação de maneira mais assertiva e tornar-se mais forte diante de futuras dificuldades.

Não crie um inimigo na sua empresa

Nos últimos anos, demos um grande salto como sociedade e passamos a ser mais inclusivos dentro e fora dos negócios, entendendo a importância de nos adaptarmos às constantes mudanças sociais. Não há espaço para nenhum tipo de intolerância, muito menos dentro das gestões organizacionais. Portanto, não deixe que atitudes que possam refletir comportamentos neste sentido se tornem inimigos de sua empresa.

Uma pesquisa realizada pela consultoria global Great Places to Work (GPTW) constatou que situações de discriminação e preconceito ainda são frequentes nas organizações, especialmente entre o grupo LGBTQIA+. O estudo, que ouviu mais de 14 mil colaboradores de diversas empresas entre outubro de 2021 e junho de 2022, revela que essas pessoas são as que mais se tornam alvo de situações de discriminação, assédio ou intimidação nas empresas: 20% dos colaboradores que se declararam parte deste grupo afirmaram já ter passado por isso. Já entre as pessoas cis heteronormativas, o percentual foi de 11%.

Além disso, 57% deles ouvem piadas ou comentários preconceituosos com pelo menos alguma frequência; para 9% a ocorrência deste tipo de situação chega a ser intensa. E todos nós podemos evitar problemas como esses, desde que estejamos atentos aos limites dos outros. Afinal, se há 1% de chance de alguém se tornar vil, isso deve ser considerado para que seja evitado danos aos demais.

*Cristiano Zanetta, reconhecido oficialmente pela Warner Bros. como o Batman do Brasil, é empresário, palestrante TED e filantropo. É uma das maiores referências brasileiras de humanização que contribuiu para a reinvenção de ações sociais por todo o país.

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