Jensen Huang, CEO da Nvidia (David Paul Morris/Bloomberg/Getty Images)
Repórter Bússola
Publicado em 19 de junho de 2024 às 12h17.
Em 2006, quando Jensen Huang, CEO da Nvidia, começou a guiar o desenvolvimento das placas gráficas da empresa para além do mercado de jogos digitais, ele encontrou resistência dos seus parceiros e do próprio time de pesquisa e desenvolvimento.
Huang queria vender a arquitetura única do seu hardware como uma solução para o desenvolvimento de pesquisas acadêmicas. A dúvida era se a tecnologia poderia ser escalável neste nicho.
Hoje, com o boom da IA, a Nvidia possui praticamente a única oferta viável para um mercado com demanda colossal. O resultado: a empresa acaba de ultrapassar a Apple e a Microsoft e se tornar a empresa mais valiosa do mundo.
Fundada há 31 anos, com sede no Vale do Silício nos EUA, a Nvidia é – ou pelo menos era – uma fabricante de hardware especializada em unidades de processamento gráfico (GPUs) para PCs gamers.
Em 2006 eles desenvolveram sua arquitetura exclusiva, a Cuda, que permite que as GPUs sejam capazes de utilizar seu poder de processamento de cálculos paralelos em outras aplicações além de vídeo games.
Durante o boom das criptomoedas, os mineradores de bitcoin perceberam que as GPUs da Nvidia eram muito melhores no processamento do que as CPUs tradicionais – “Unidades de Processamento Centrais” que integram a maioria dos computadores.
Com o aumento no interesse do mercado por modelos de inteligência artificial generativa, como o ChatGPT da OpenAI, não demorou muito para que entusiastas e pesquisadores percebessem que as placas gráficas da Nvidia também podem ser aplicadas neste segmento.
Segundo a empresa, suas GPUs podem acelerar sessões de treino de redes neurais profundas – “DNN”, a base para modelos de linguagem de IA generativa – em 10 a 20 vezes, convertendo semanas em dias.
Assim, com arriscadas apostas de Jensen Huang, a Nvidia conquistou o mercado e tornou-se a principal fornecedora de hardware para o desenvolvimento em Inteligência Artificial.
Lançamentos mais recentes da competição incluem as GPUs Radeon RX 700, da AMD. Junto com a Intel, a empresa é uma das rivais da Nvidia no mercado de videogames, mas quando se fala em IA, a AMD acabou de começar seu processo de expansão para este mercado.
Quanto à Intel, o desenvolvimento segue mais focado nas CPUs tradicionais, mas também explorando hardware para IA.
Recentemente, a Nvidia anunciou o lançamento de dois novos chips voltados inteiramente para o desenvolvimento de IA, o modelo Blackwell e o Rubin, que estão previstos para este ano.
"Não somos mais uma empresa de gráficos. A partir de segunda-feira de manhã, seremos uma empresa de IA". De acordo com Greg Esteves, vice-presidente de marketing corporativo, em entrevista ao The New Yorker, essa frase é parte do conteúdo de um e-mail do CEO Jensen Huang enviado recentemente para toda a empresa.
Atualmente o segmento de gaming da Nvidia é o segundo mais lucrativo, com um crescimento de 15% em 2023, comparado a 2022, e um total de US$ 10,4 bilhões.
O segmento data center, responsável por tudo que envolve IA, teve crescimento de 217%, registrando US$ 47,5 bilhões.
É evidente que a empresa está muito mais concentrada na sua nova galinha dos ovos de ouro, a IA. O mercado de PC Gaming segue atento às próximas movimentações.
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