Intenções de voto e a popularidade do Presidente Jair Bolsonaro cresceram suavemente nos primeiros meses do ano. (Andressa Anholete/Getty Images)
Bússola
Publicado em 18 de março de 2022 às 19h00.
Por André Jácomo*
A entrada do ano de disputa presidencial significa a divulgação de pesquisas eleitorais com frequência cada vez mais intensa. De janeiro até meados de março, mais de dez institutos de pesquisa diferentes já divulgaram seus resultados que apontam para quais rumos podem ir à corrida ao Palácio do Planalto. É uma avalanche de pesquisas.
Uma das formas mais confiáveis para analisar esses dados é a partir de agregadores de pesquisas de opinião, que compilam, comparam e calculam a média de todas as pesquisas eleitorais divulgadas publicamente, como uma forma de apontar tendências mais sólidas.
Um dos agregadores mais conhecidos, é o Polling Data, idealizado por Neale Ahmed El-Dash, doutor em Estatística pela Universidade de São Paulo (USP). De acordo com o agregador, o Presidente Jair Bolsonaro apresentou leve oscilação positiva nas pesquisas eleitorais de janeiro a março. Para muitos analistas políticos, os dados indicam uma possível recuperação nas condições políticas de Jair Bolsonaro.
De fato, as intenções de voto e a popularidade do Presidente Jair Bolsonaro cresceram suavemente nos primeiros meses do ano. As oscilações foram todas dentro da margem de erro das pesquisas, mas são consistentes em todas pesquisas. Tanto a pesquisa XP/Ipespe quanto a pesquisa Genial/Quaest mostram o Presidente da República crescendo três pontos percentuais entre as rodadas de fevereiro e março. A comparação é feita apenas com a respectiva série histórica de cada Instituto.
Embora o dado tenha oscilado positivamente para Bolsonaro, a leitura segmentada das pesquisas aponta para uma outra conclusão importante: o crescimento do Presidente se deu pela reconquista de um perfil eleitoral já simpático à sua gestão, onde Bolsonaro apresentou os melhores desempenhos nas eleições de 2018.
Ambas as pesquisas citadas anteriormente, indicam que Bolsonaro cresceu sobretudo entre os eleitores homens, pessoas mais velhas, moradores da região Sul e evangélicos. São perfis eleitorais com predisposições positivas já firmadas em seu nome, que sustentaram a sua popularidade durante o mandato.
Hoje atrás de Lula na corrida eleitoral, o desafio de Jair Bolsonaro é agora convencer novos eleitores para votarem em seu nome até 2 de outubro.
*André Jácomo é diretor do Instituto FSB Pesquisa
Este é um conteúdo da Bússola, parceria entre a FSB Comunicação e a Exame. O texto não reflete necessariamente a opinião da Exame.
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