Contratações sem análise estratégica são um erro comum (Bloomberg Businessweek/BLOOMBERG BUSINESSWEEK)
Bússola
Publicado em 13 de setembro de 2022 às 19h00.
É inegável que um negócio é feito de pessoas. Portanto, construir um bom time é essencial para garantir a prosperidade da sua empresa. Quando o assunto gira em torno das startups, todo cuidado é pouco para evitar que episódios de turnover se tornem rotina, ou seja, que muitos colaboradores entrem e saiam em um curto período, provocando estresse em toda a companhia e gastos desnecessários.
Por isso, é preciso cultivar uma equipe que conheça de maneira estratégica os setores de atuação. Contratar “profissionais baratos” visando a algum tipo de economia pode na verdade custar caro para o empreendedor.
Outros erros comuns se baseiam em contratações sem uma análise estratégica do perfil profissional, ou ainda levar em conta pessoas que não têm experiência com a rotina de uma startup. Afinal, empresas do tipo envolvem um dia a dia bastante veloz e dinâmico, diferentemente de organizações cujos processos são mais tradicionais.
Por essas e outras, listo a seguir algumas dicas que podem e devem ser levadas em consideração no processo de escolha da sua equipe.
O primeiro grande passo para tornar as contratações mais assertivas para startups é conhecer todas as áreas de atuação da empresa. Assim, é possível entender quais habilidades cada setor requer para que os processos sejam muito bem cumpridos. Isso vai aproximar o time de recrutamento dos candidatos ideias.
Vale destacar que o tal “candidato ideal” não precisa ser expert em todas as áreas, mas é necessário que os gestores saibam onde vão precisar investir mais tempo para ajudar a pessoa a aprender os processos e atingir o nível da vaga. Caso o profissional demonstre interesse e o seu time de gestão realmente tenha tempo para treiná-lo, você pode não estar diante do candidato perfeito, mas fará um bom negócio.
Outro passo importantíssimo é contar com pessoas que podem fazer a gestão do processo de contratação. Elas precisam conhecer muito bem a cultura da startup para contratarem os candidatos certos. Em uma primeira entrevista, já é possível identificar se a pessoa tem o mínimo de fit com a vaga em questão, comparando seus valores aos valores da empresa.
Já quando o assunto é desenvolver e reter os talentos contratados, é preciso entender que, ao contratar um colaborador, é essencial conhecer seus pontos fortes e fracos. Os aspectos relevantes podem torná-lo um replicador, ou seja, uma pessoa dentro da empresa capaz de ensinar coisas novas aos seus colegas, promovendo troca entre todo o time e motivação ao longo dos dias. No caso dos pontos fracos, é fundamental traçar uma estratégia de desenvolvimento , o chamado PDI, para que não haja frustrações no caminho.
Ainda é de extrema importância que a empresa seja sempre clara com os colaboradores sobre o seu plano de carreira. Por isso, em meio à correria do dia a dia, uma pessoa (ou toda uma área) dedicada a cuidar dos colaboradores pode fazer a diferença. Desenvolver o intraempreendedorismo possibilita que os funcionários sintam vontade de dar ideias e feedbacks. Isso, inclusive, pode evitar o temido círculo vicioso de turnover.
Acima de tudo, seja honesto com o que você precisa e com o orçamento que tem para oferecer ao profissional. Além disso, entenda que, em muitos casos, é necessário contratar não o perfil de alguém que gostamos, mas sim uma pessoa cujas qualidades e habilidades vão ao encontro do que a empresa necessita.
*Ana Debiazi é CEO da Leonora Ventures
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