Presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (Adriano Machado/Reuters)
Mariana Martucci
Publicado em 11 de dezembro de 2020 às 20h30.
Última atualização em 11 de dezembro de 2020 às 20h50.
Um político sem alternativa é um político morto. Sempre se deve construir outro caminho viável para sair de uma situação de risco. Quando isso não acontece, em geral, o final jamais é bom.
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), esperou o Supremo Tribunal Federal criar um caminho criativo para poder disputar mais uma reeleição. Não aconteceu e a Constituição agradece o fato de ter escapado incólume. A partir de fevereiro do próximo ano, Maia voltará a ser um deputado no plenário entre tantos outros.
E corre o risco de não apitar muito na gestão de seu sucessor porque pode ter um adversário no comando da Casa, Arthur Lira — líder do PP.
Isso pode acontecer por outra regra matemática eleitoral que os políticos não devem ignorar: quem tem muitos candidatos não tem nenhum. Alternativas demais atrapalham a decisão de saber para onde ir e podem gerar inércia, confusão e dissidências.
Maia deixou pelo menos cinco nomes crescerem em seu entorno com a expectativa de o sucederem em 2021. Agora enfrenta o dilema de quem escolher. Se um for ungido, um ou outro pode se tornar inimigo.
Administrar a proliferação de ambições de aliados é tarefa para gênios da política. Maia é articulado e bom de bastidor, por isso, está há quase cinco anos no comando da Câmara. Mas só conseguirá sair-se bem de eleição da Câmara se mostrar genialidade acima da média.
*Analista político da FSB Comunicação
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