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Águas do Rio conquista licenças que destravam investimento de R$ 2,7 bilhões

Valor será investido em cinturão que vai proteger a Baía de Guanabara de despejos irregulares de esgoto

Projetos também podem gerar até 3,5 mil novos empregos (Águas do Rio/Divulgação)

Projetos também podem gerar até 3,5 mil novos empregos (Águas do Rio/Divulgação)

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Publicado em 7 de julho de 2023 às 17h01.

Última atualização em 7 de julho de 2023 às 18h13.

Águas cristalinas, praias historicamente poluídas agora próprias para o banho e o nado sincronizado de dezenas de golfinhos na orla carioca em janeiro são indicadores de que o primeiro ciclo de investimentos da Águas do Rio começou a dar resultados antes do projetado. Responsável pelo abastecimento de água e esgotamento sanitário em 27 cidades fluminenses desde novembro de 2021, a concessionária recebeu licenças ambientais para iniciar um novo ciclo de investimentos de R$ 2,7 bilhões num cinturão de proteção da Baía de Guanabara contra o despejo de esgoto não tratado. 

Concedidas pelo governo do Rio de Janeiro, as permissões destravam novos investimentos que serão realizados ao longo dos próximos 30 meses. Além do benefício ambiental, o montante vai aquecer o mercado da construção civil, um dos principais empregadores do estado, que registrou crescimento de 5,3% no primeiro trimestre do ano, de acordo com a Firjan.

Apenas no primeiro ano de atuação investimos R$ 1,4 bilhão. Nos cinco primeiros anos, serão R$ 9,6 bilhões. Temos o compromisso contratual de universalizar o saneamento nos 12 primeiros anos de contrato, o que requer investimento bastante agressivo por parte da empresa na ordem de R$ 19 bilhões. Isto é reflexo de um passivo de aportes em infraestrutura de saneamento em todo o país. Por isso, sempre destaco que só vamos tirar o Brasil deste atraso com a combinação de investimentos públicos e privados, pois ninguém tem capacidade de resolver este problema sozinho”, afirmou o presidente da Águas do Rio, Alexandre Bianchini, que recebeu, no último dia 4, o vice-governador e secretário estadual do Meio Ambiente, Thiago Pampolha, na sede da empresa, no Centro do Rio, para a assinatura das licenças.

(Águas do Rio)

Investimentos e resultados

Segundo o diretor de Engenharia da companhia, Ricardo Bueno, a expectativa é que as intervenções para a criação do cinturão, que acontecerão em oito municípios, gerem 3,5 mil empregos diretos e indiretos no estado, além dos 8 mil que já foram criados pela chegada da concessionária. A empresa, por sinal, lançou debêntures de infraestrutura de R$ 5,5 bilhões que vão se juntar ao financiamento de até R$ 19,3 bilhões assinado junto ao BNDES no fim do ano passado após análise técnica da estrutura financeira da empresa.

Recente pesquisa do Ipea mostra que os investimentos públicos em saneamento, desde 2019, passaram a ser mais baixos que os pagamentos de impostos e dividendos das 27 empresas estaduais do setor. O déficit de todo o ano de 2020, que ficou em R$ 1,25 bilhão, não chega à metade do valor do investimento de apenas uma concessionária privada em ação específica – caso da Águas do Rio na Baía de Guanabara. E, segundo a Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib), são necessários investimentos anuais correspondentes a 4,3% do PIB nacional, ao longo dos próximos dez anos, para o país reduzir gargalos econômicos e sociais.

Como funciona a obra?

As licenças ambientais concedidas pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea) garantem o início das obras de implantação do sistema Coleta em Tempo Seco na capital e em outros sete municípios: São Gonçalo, Itaboraí, Nova Iguaçu, Duque de Caxias, Belford Roxo, Nilópolis e Mesquita. A medida vai impactar a vida de cerca de 10 milhões de pessoas nas 17 cidades que compõem a bacia hidrográfica da Baía de Guanabara, com a melhora da qualidade da água a partir da coleta de mais de 400 milhões de litros de esgoto que deixarão de ser lançados diariamente nesse ecossistema — o equivalente a 200 piscinas olímpicas.

O sistema funciona da seguinte maneira: grande parte do esgoto produzido nas cidades é jogada indevidamente na rede de drenagem pluvial, feita para receber apenas água de chuva. Neste modelo, o fluxo da galeria pluvial é desviado para os coletores de esgoto e, por meio de bombeamento, é levado para as estações de tratamento, retornando à natureza dentro dos padrões exigidos pelos órgãos ambientais. 

Geração de empregos no Rio de Janeiro

De acordo com o último relatório do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que foi apresentado no dia 29 de junho pelo Ministério do Trabalho e Emprego, 63.615 postos de trabalho com carteira assinada foram criados no território fluminense nos cinco primeiros meses deste ano. Só em maio, houve a abertura de 12.418 novas vagas.

De acordo com a Secretaria Estadual de Trabalho e Renda, a análise do Novo Caged identificou que os setores de Serviços e Construção foram os maiores responsáveis pelo crescimento do número de contratações no estado no mês de maio. Juntos, foram responsáveis por 9.946 novos postos de trabalho, deixando claro o impacto que as obras da Águas do Rio vão gerar nas estatísticas de criação de vagas no Rio de Janeiro.

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