O desafio daqui para frente é: o que farei? (pixelfit/Getty Images)
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Publicado em 7 de janeiro de 2025 às 07h00.
Por Mauro Wainstock*
Ainda bem que estou envelhecendo. Em 2024 fiquei um ano mais velho e isto também aconteceu desde o meu nascimento, meses antes do Homem pisar na lua.
Cresci utilizando o telefone fixo com disco e a máquina de escrever manual. Era uma época analógica e com mapas da vida previamente formatados: educação, emprego, aposentadoria. O tempo para viver muitas vezes ficava para depois...
Agora pertenço ao universo das siglas: GPS, GPT, IA... Uma realidade programável, algoritmizada e, mesmo assim, imprevisível. O tempo para viver é cada vez mais acelerado.
Estou me adaptando.
Ao me abrir para a curiosidade e o desconhecido, interajo em mundos inovadores, de mudanças repentinas, labirintos instigantes e descobertas inimagináveis.
O desafio daqui para frente é: o que farei?
Ao longo do tempo aprendi que a vida é formada por momentos únicos e ao vivo. Ocasiões maravilhosas e outras nem tanto.
Entendi que o significado de viver é justamente a soma destes acontecimentos. E que a felicidade diária é resultado da postura que temos diante destes fatos.
Busco propósitos estimulantes. Não quero apenas fazer; preciso transformar. Não quero apenas participar, preciso impactar. Não quero apenas planejar; preciso que as coisas aconteçam. Não quero apenas produzir, preciso deixar um legado.
Estou envelhecendo.
Quero mais conexões genuínas, reais e agregadoras.
Sinto falta dos amigos da infância, com quem eu me divertia durante as peladas nas ruas esburacadas.
Quero menos avatares, mais espontaneidade e muito mais emoção.
Não vejo graça em competir com games quase reais que vibram artificialmente através de emojis repetitivos.
Preciso de menos fakes e mais verdades.
De menos teclado e mais conversas inspiradoras.
De menos abreviações e mais interrogações.
Estou envelhecendo.
Tenho mergulhado em autoconhecimento, participado de experiências memoráveis e me aventurado em roteiros improvisados, tentando me desafiar o tempo todo.
Sou proativo: assumo a responsabilidade pelas minhas ações.
Sou ambidestro: vivo intensamente o hoje e, ao mesmo tempo, crio meus futuros.
Sou ambicioso: o meu “eu” de amanhã precisa ser melhor do que o de ontem.
Sou utópico: almejo a inteligência de uma sociedade mais humanizada e positiva.
Busco um cotidiano mais gratificante e sustentável.
Mais inclusivo e menos superficial.
Menos midiático e mais sincero.
Estou envelhecendo.
Ganhei maturidade e experiência, equilíbrio e resiliência.
Entendi que não tenho o controle de tudo.
E que não devo julgar e nem comentar sobre os outros.
Prefiro agir para que meus sonhos sejam concretizados.
Quero vivenciar e curtir as minhas próprias histórias.
Estou envelhecendo.
Aprendi que vivo aprendendo a viver.
E que a minha principal certeza é que quero continuar envelhecendo.
Com tempo, saúde, sorrisos, amizades e sabedoria.
Bora fazer de 2025 um ano positivamente inesquecível!
*Mauro Wainstock é o 16º influenciador do mundo em Diversidade e inclusão, foi nomeado LinkedIn TOP VOICE (3 selos), é diretor da Associação Brasileira dos Profissionais de Recursos Humanos, membro do Instituto Brasileiro de ESG, conselheiro de empresas, palestrante e consultor sobre Comunicação Intergeracional.
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